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Depois de Marina, PT perde outro militante histórico

Posted: 25 de out. de 2009 | Publicada por AMC | Etiquetas:


Articulador e fundador do petismo no Estado, jornalista Toinho Alves saiu do partido

BRASÍLIA – Depois de perder a senadora Marina Silva e o deputado Henrique Afonso, o Partido dos Trabalhadores no Acre continua a sofrer defecções importantes em seus quadros. Agora é a vez do jornalista Antonio Alves, oToinho Alves, um dos fundadores do partido na década de 1980 e articulador das campanhas da Frente Popular do Acre, conglomerado de partidos de esquerda. Na visão de Toinho, "a Frente Popular está maior, mais poderosa e conservadora". Por essa razão, o jornalista defende um novo instrumento político para as futuras gerações.  "Assim como as pessoas, as organizações e instituições também envelhecem".

A primeira a debandar foi Marina, ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula. Sua saída foi motivada em função de confrontos com a colega Dilma Roussef, da Casa Civil. O deputado Henrique Afonso largou o partido depois que a Executiva o puniu por ele não votar a favor de um projeto de Lei que regulariza a prática do aborto no Brasil. Marina se filiou ao Partido Verde (PV). Afonso seguiu o mesmo caminho.

Agora, Toinho Alves sai do PT para evitar constrangimentos políticos ou problemas jurídicos na campanha eleitoral de 2010. Alves será um dos coordenadores da candidatura de Marina Silva (PV-AC) à Presidência da República. Marina, Toinho Alves e o atual governador do Acre, Binho Marques (PT), são muitos amigos.  Afastado da 'via partidária' no PT, Toinho diz que volta à luta política por uma boa causa (a candidatura de Marina à sucessão de Lula).

Nas décadas de 80 e 90, o trio ajudou a sedimentar o petismo em território acreano. O PT assumiu o poder no Acre em 1999, depois da desastrada administração de Orleir Cameli (PP), com a eleição de Jorge Viana (PT). À época, Cameli era visto como maior corrupto do Acre e agora é principal aliado do dos petistas e do grupo dos Viana (Jorge e seu irmão, senador Tião Viana).

Cameli, o corrupto, vira aliado do PT

Flagrado usando duas carteiras de identidades e vários CPFs, Cameli foi acusado de envolvimento com cartéis de drogas da Colômbia, desvios de recursos, trabalho escravo, e uma série de outros crimes. Mesmo com essa ficha, o ex-governador se tornou aliado de primeira hora do grupo de Viana e, nas eleições de 2002, emplacou o primo César Messias vice na chapa encabeçada por Binho Marques.

As empresas de Cameli e ligadas a ele ganharam diversas licitações no governo petista, inclusive a que permite o asfaltamento de trechos da BR-364 entre os municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul.

Tais alianças, embora tenham garantido a longevidade do PT no governo do Acre, causaram descontentamentos internos em membros da Frente Popular do Acre. É o caso de Toinho Alves, que, ao longo dos anos de governos petistas, cumpriu seu papel de articulador bastidores, longe dos holofotes e das câmeras.

Criador do movimento de esquerda Organização Socialista Internacionalista (OSI), um grupo trotskista chamado Liberdade e Luta (Libelu), Toinho Alves é respeitado por suas posições e declarações sem meias palavras. O trotskismo é uma doutrina marxista baseada no pensamento do político e revolucionário ucraniano Leon Trótski, e formulada como teoria política e ideológica e apresentada como vertente do comunismo por oposição ao stalinismo.

Censura à imprensa no Acre

Logo no início do governo Binho, o jornalista Antônio Alves expôs, sem cerimônia, seu descontentamento com o novo governo. E desabafou: "A imprensa do Acre é uma merda". Sua reação ocorreu diante da censura importa pelo governo de Binho Marques aos meios de comunicação do Acre.

O repórter do combativo quinzenário Varadouro da década de 1980 conseguiu dizer o que muitos jornalistas no Acre gostariam de dizer, mas não o dizem por medo de perder o emprego: "O governo não 'exerce censura', ele simplesmente edita os jornais dos quais ele é uma espécie de arrendatário, quase dono". Na semana passada, durante a Conferência Estadual de Comunicação, Toinho Alves voltou a criticar a subserviência do governo do PT aos veículos de comunicação e defendeu que o governo não deveria repassar dinheiro aos jornais, rádios e TVs.

"Neste momento, o futuro da humanidade está em questão. As mudanças do clima no planeta encurtam todos os prazos e o mais importante é fazer com que o povo discuta esse assunto e pressione os políticos a tomarem decisões", lembra Toinho Alves, referindo-se ao embate eleitoral de 2010.

Toinho acredita que Marina Silva deve apresentar um projeto com proposta para a vida do planeta. "Os outros candidatos tem proposta melhor?", indaga. Ainda sobre Marina, o jornalista avalia que o nome da senadora do Acre, além de ser um fato novo e mera possibilidade na corrida ao Planalto, já provocou mudanças significativas no quadro sucessório.

fonte: Agência Amazônia
Dom, 25 de Outubro de 2009 11:24

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