O blog da Sandra Carvalho denunciou com exclusividade, em Dezembro último, o conteúdo de um relatório apontando que 30% das crianças da Nação Xavante de Campinápolis morreram em 2010 por falta de assistência básica à saúde. A matéria ganhou repercussão nacional e esta semana técnicos do Ministério da Saúde começam a fazer, in loco, o levantamento da situação. Dois milhões foram liberados para conter o alto índice de mortalidade infantil entre Xavantes de Mato Grosso. O relato do caso da morte de seis crianças indígenas, denunciado pelo blog, ganhou notoriedade no cenário nacional com a publicação de uma matéria sobre o assunto no jornal Estado de São Paulo. A reportagem é assinada pela jornalista Fátima Lessa:
Campinápolis: a morte de seis crianças Xavantes
Seis índios xavantes morreram nos últimos cinco dias em Campinápolis (MT), cidade a 710 km de Cuiabá, por falta de assistência médica. Segundo o chefe do Polo do Distrito Sanitário Especial Indígena do município, xavante Marcos Antonio Tseredzao, quatro crianças morreram de diarreia, uma de pneumonia e uma índia adulta morreu por complicação de parto. Ontem, um adulto e duas crianças foram levadas ao hospital de Barra do Garças, com pneumonia.
Segundo técnicos da Casa Indígena de Campinápolis, a índia grávida teria ficado dois dias internada com o bebê já morto. “Não sei por que demoraram tanto. A criança estava morta e eles esperaram dois dias para encaminhar para um hospital de Barra do Garças, não tinha como sobreviver”, disse Tseredzao.
Campinápolis é considerado um dos maiores polos da etnia xavante no Estado, com cerca de 6,8 mil índios distribuídos em 210 aldeias. De 200 crianças nascidas em 2010, 60 morreram em decorrência de doenças respiratórias, parasitárias e infecciosas.
Transição. A situação precária pela qual passam os índios teria sido agravada no segundo semestre do ano passado, com a criação da Secretaria Nacional de Saúde Indígena (Sesai). “Neste processo de transição, estamos abandonados. A Funasa não atende mais e não existe nenhuma estrutura de atendimento”, reclamou o xavante. Segundo ele, os índios estão adoecendo nas aldeias e não há como transportá-los. As seis viaturas usadas para esse fim estão paradas no pátio da Funasa em Barra do Garças. O Conselho Indigenista Missionário classifica a situação como “extermínio dos povos indígenas”.
A assessoria de imprensa da Secretaria Nacional da Saúde Indígena informou que já tinha conhecimento das mortes e negou que tenha havido interrupção no atendimento aos índios.
publicado no Estado de S.Paulo - 08/01/2011
Para ler na íntegra, clicando no link em baixo, o conjunto de peças publicadas por Sandra carvalho sobre o caso.
População indígena cresce, mas mortalidade infantil ainda é alarmante
Depois de grandes períodos de redução ou ameaça de extinção, a população indígena no Brasil tem crescido nas últimas décadas a uma média de 3,5% ao ano. A má notícia é que persiste uma grande crise na saúde indígena. Em Campinápolis (MT), por exemplo, 30% das crianças Xavante morrem por falta de atenção básica à saúde.
As razões para o aumento da população indígena são desconhecidas. Uma das possibilidades, segundo os antropólogos, pode ser a melhoria nas condições de vida com o aumento no número de vacinações e maior segurança territorial. Como a Amazônia concentra a maioria das terras indígenas do país, e abriga 173 povos que totalizam cerca de 250 mil pessoas, essa é a boa notícia do relatório do Imazon.
A mortalidade infantil é um indicador crítico entre essas populações, indica o capítulo elaborado pelo antropólogo Leandro Mahalem de Lima, do programa de monitoramento de áreas protegidas do Instituto Socioambiental (ISA), a ONG mais conhecida do país no trabalho com os povos indígenas. "Os dados de mortalidade infantil mostram índices que praticamente são o dobro da média nacional", diz ele.
Enquanto o Brasil registra uma queda expressiva na mortalidade de crianças de menos de um ano, entre os índios a taxa continua alta. Entre 2005 e 2007, morriam 50 a cada mil nascidos vivos ao ano. Crianças indígenas de até cinco anos têm risco de morrer até quatro vezes maior que os outros brasileiros. Desnutrição, pneumonia e desidratação estão entre as principais causas de doenças.
"O acesso dos povos indígenas aos serviços básicos de saúde é precário na Amazônia, devido às distâncias geográficas e ao descaso no atendimento", escreve Mahalem. Malária, tuberculose e doenças sexualmente transmissíveis têm alta incidência.
Quanto à educação escolar indígena diferenciada, garantida pela Constituição, tem havido avanços. Entre 1999 e 2007, ocorreu uma expansão na rede de escolas indígenas e crescimento de quase 50% na matrícula de estudantes. O número de escolas indígenas com material próprio também cresceu, o que é um dado importante para avaliar se as escolas têm dado valor às línguas e conhecimentos tradicionais. Mas só 5% das escolas tinham computador e menos de 1% estava conectada à internet.
"Outro dado que salta aos olhos é o mosaico de novas obras de infra-estrutura para a região e que incide diretamente sobre áreas ocupadas por populações indígenas", registra o antropólogo. "Sem planejamento específico e participação da sociedade civil, os danos para a região e para esses povos podem ser dramáticos."
por Sandra Carvalho - 21/12/2010
30% das crianças Xavante de Campinápolis nascidas em 2010 morreram
Em Campinápolis, a 562 km de Cuiabá, na região do Médio Araguaia, a taxa de mortalidade infantil entre crianças da nação Xavante continua assustadora. Em 2010, das 200 crianças nascidas, 60 foram a óbito vítimas de doenças respiratórias, parasitárias e infecciosas decorrentes da falta de uma política eficiente de atenção básica à saúde, sob a coordenação da Funasa. Os problemas vão da falta de veículos, medicamentos e equipe técnica para atender as mais de 100 aldeias que juntas somam uma população em torno de 7 mil indígenas.
Em 2008, de acordo com dados do Datasus, disponíveis na internet, a proporção chegou a 99,45 mortes de crianças Xavante para cada 1.000 nascimentos, índice alarmante e inaceitável. A taxa de mortalidade infantil preconizada pelo Ministério da Saúde é abaixo de dois dígitos.
Vários seriam os fatores que estariam contribuindo para este triste quadro: Atualmente, a maioria das viaturas da Funasa está em manutenção (dias atrás, todas estavam paradas) resultado do desgaste por conta das péssimas condições das estradas vicinais; os recursos humanos seriam insuficientes (inclusive não há como cobrir a ausência de funcionários por férias ou licença médica); além da alta rotatividade de funcionários.
Os próprios funcionários da Funasa e Funai reconhecem que está praticamente impossível desenvolver as ações de saúde preconizadas pelo Ministério da Saúde.
O quadro torna-se ainda mais dramático por causa da falta de medicamentos de uso contínuo (hipertensão, diabetes, pênfigo), falta de refrigeradores para armazenamento de vacinas e insulina e falta de assistência médica especializada como para os casos do programa Hiperdia e tratamento de pênfigo.
Os pacientes que necessitam de assistência hospitalar têm como primeira referência a Casa de Saúde do Índio (CASAI), que fica em Campinápolis. Quando o problema não é resolvido no CASAI, o paciente é encaminhado para um dos hospitais de referência do SUS na região, a exemplo do Hospital Regional de Água Boa, Hospital Municipal de Nova Xavantina e Hospital Regional de Barra do Garças. Todos já saturados devido a alta demanda de índios e não índios, já que muitos municípios não possuem hospitais.
Muitos acabam morrendo porque já chegam no hospital com o estado de saúde bastante agravado, reflexo dos serviços deficientes de atenção básica à saúde nas aldeias. Hoje, apenas uma das quatro equipes de assistência está totalmente completa. A equipe da micro-região das Palmeiras (26 aldeias) não tem enfermeiro, apenas Agentes Indígenas de Saúde (AIS). A região de Campinas (33 aldeias), também está sem enfermeiro, tem 02 técnicos de enfermagem e 09 AIS. A micro-região da Aldeona (33 aldeias) tem enfermeiro e São Pedro (35 aldeias) e é a única que possui assistência à saúde bucal.
por SandraCarvalho - Dezembro de 2010
Mortalidade infantil indígena: CIMI reclama de negligência e critica “extermínio dos povos indígenas”
O alto índice de mortalidade infantil registrado nas aldeias na nação Xavante, em Campinápolis/MT (denunciado há cerca de 30 dias por este blog com repercussão nacional) seria resultado do abandono, omissão e negligência do Governo Federal. A análise é do Conselho Indigenista Missionário, que denomina a situação de “extermínio dos povos indígenas”.
Em artigo assinado por Iara Tatiana Bonin, membro do CIMI/RS, a mortalidade infantil indígena é criticada pela entidade por seus números alarmantes. No texto, Iara Bonin lembra que a terra indígena Parabubure, do povo Xavante, localizada a 562 km de Cuiabá, apresenta uma taxa de mortalidade infantil preocupante. “Segundo noticiou a imprensa de Mato Grosso, das 200 crianças nascidas no ano de 2010, 60 morreram em decorrência de doenças respiratórias, parasitárias e infecciosas, o que corresponde a 30% do total de nascimentos do período”, diz o artigo.
E a indigenista completa: “Esta terra indígena está registrada desde 1987, mas a comunidade Xavante sofre com a falta de assistência adequada em saúde, já tendo casos de mortes por desassistência denunciados pelo Conselho Indigenista Missionário no Relatório de Violência contra os Povos Indígenas de 2009”.
As mais de 100 comunidades situadas na região do Médio Araguaia, acrescenta Iara, reclamam a falta de veículos, de medicamentos e de equipes técnicas para atender as mais de sete mil pessoas que vivem ali. A situação é precária, não há médicos, enfermeiros e nem meios de transporte para levar os doentes à cidade.
Tal como ocorre na terra indígena Vale do Javari, no Amazonas, os índices de mortalidade infantil na aldeia Xavante de Campinápolis chegam a quase 100 óbitos para cada 1.000 crianças que nascem. “Em outubro deste ano lideranças indígenas acamparam na sede da Funasa, protestando contra a falta de uma política adequada de atenção à saúde indígena. Apesar das diferentes formas de mobilização e de luta dos povos indígenas, no dia a dia o que eles encontram é o abandono e a omissão”, completa Iara Bonin, que é professora adjunta da Universidade Luterana do Brasil -Ulbra .
Ela é dura ao criticar o Governo Federal pela situação dos povos indígenas. “Privilegiando interesses econômicos e políticos específicos, o governo colabora para tornar hostis as relações estabelecidas com setores sociais desfavorecidos, em especial as populações indígenas. Poucas foram as terras regularizadas nos dois mandatos do presidente Lula: ele homologou apenas 88 terras, sendo que muitas delas tiveram os procedimentos iniciados em governos anteriores.
Ela ressalta que em 2010 o governo liquidou apenas 64,24% do orçamento indigenista e, particularmente nas rubricas relativas à segurança alimentar e nutricional e à proteção e recuperação da Saúde Indígena, foram utilizados apenas 51,36% e 63,69% dos recursos autorizados, respectivamente.
Para Iara, sejam quais forem as metas econômicas traçadas para o país, a morte de tantas crianças, pertencentes a povos tão massacrados historicamente, não pode ser considerada aceitável. E, sob nenhuma circunstância, a negligência com os direitos desses cidadãos do presente e do futuro pode encontrar amparo em uma sociedade que define a si mesma como democrática.
“Tal como o nascimento, na cultura ocidental contemporânea, a morte também pode adquirir diversos significados – mas a morte que decorre da omissão do Estado não pode, de modo algum, ser esquecida. Não há como calar a voz diante do extermínio lento e gradativo dos povos indígenas”, finaliza.
por Sandra Carvalho - 07/01/2011
Secretário de Saúde de Campinápolis confirma: 37 crianças Xavante morreram em 2010
O secretário de saúde de Campinápolis, João Ailton Barbosa, denunciou à Secretaria de Saúde de Mato Grosso, por meio de uma carta aberta, o alto índice de mortalidade infantil indígena na reserva indígena Parabubure, que agrega 105 aldeias Xavante naquele município.
No documento, o secretário relata que 37 crianças Xavante de zero a cinco anos morreram durante 2010, o que confirma denúncia divulgada com exclusividade por este blog há 30 dias. As mortes seriam resultado da ineficiência dos serviços de atenção básica à saúde dos indígenas, de responsabilidade da Funasa.
Na carta, o secretário pede providências ao Ministério da Saúde (MS), no sentido de assegurar ações de Atenção a Saúde Indígena às comunidades.
O secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, segundo sua assessoria, entrou em contato com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/MS), relatando os fatos, e que houve a garantia por parte da Secretaria Especial do envio de equipes de profissionais especializados na Saúde Indígena, a fim de promover um diagnóstico situacional e tomada de providências cabíveis, já no início da próxima semana.
O secretário Pedro Henry colocou à disposição tanto do município de Campinápolis, quanto do Ministério da Saúde, equipes técnicas na contribuição dos trabalhos.
QUADRO CRÍTICO
Em Campinápolis, a 562 km de Cuiabá, na região do Médio Araguaia, a taxa de mortalidade infantil entre crianças da nação Xavante continua assustadora. Em 2010, das 200 crianças nascidas, 60 foram a óbito vítimas de doenças respiratórias, parasitárias e infecciosas decorrentes da falta de uma política eficiente de atenção básica à saúde, sob a coordenação da Funasa. Os problemas vão da falta de veículos, medicamentos e equipe técnica para atender as mais de 100 aldeias que juntas somam uma população em torno de 7 mil indígenas.
Em 2008, de acordo com dados do Datasus, disponíveis na internet, a proporção chegou a 99,45 mortes de crianças Xavante para cada 1.000 nascimentos, índice alarmante e inaceitável. A taxa de mortalidade infantil preconizada pelo Ministério da Saúde é abaixo de dois dígitos.
Vários seriam os fatores que estariam contribuindo para este triste quadro: Atualmente, a maioria das viaturas da Funasa está em manutenção (dias atrás, todas estavam paradas) resultado do desgaste por conta das péssimas condições das estradas vicinais; os recursos humanos seriam insuficientes (inclusive não há como cobrir a ausência de funcionários por férias ou licença médica); além da alta rotatividade de funcionários.
Os próprios funcionários da Funasa e Funai reconhecem que está praticamente impossível desenvolver as ações de saúde preconizadas pelo Ministério da Saúde.
O quadro torna-se ainda mais dramático por causa da falta de medicamentos de uso contínuo (hipertensão, diabetes, pênfigo), falta de refrigeradores para armazenamento de vacinas e insulina e falta de assistência médica especializada como para os casos do programa Hiperdia e tratamento de pênfigo.
Os pacientes que necessitam de assistência hospitalar têm como primeira referência a Casa de Saúde do Índio (CASAI), que fica em Campinápolis. Quando o problema não é resolvido no CASAI, o paciente é encaminhado para um dos hospitais de referência do SUS na região, a exemplo do Hospital Regional de Água Boa, Hospital Municipal de Nova Xavantina e Hospital Regional de Barra do Garças. Todos já saturados devido a alta demanda de índios e não índios, já que muitos municípios não possuem hospitais.
Muitos acabam morrendo porque já chegam no hospital com o estado de saúde bastante agravado, reflexo dos serviços deficientes de atenção básica à saúde nas aldeias. Hoje, apenas uma das quatro equipes de assistência está totalmente completa. A equipe da micro-região das Palmeiras (26 aldeias) não tem enfermeiro, apenas Agentes Indígenas de Saúde (AIS). A região de Campinas (33 aldeias), também está sem enfermeiro, tem 02 técnicos de enfermagem e 09 AIS. A micro-região da Aldeona (33 aldeias) tem enfermeiro e São Pedro (35 aldeias) e é a única que possui assistência à saúde bucal.
por Sandra Carvalho - 11/01/2011
Após denúncia, Ministério da Saúde anuncia recursos para conter mortes de crianças Xavante
O Ministério da Saúde informou que já está adotando medidas para amenizar a crítica situação dos índios xavantes de Campinápolis. De imediato o órgão federal realizou a assinatura de um convênio com a ONG Organização Nossa Tribo (ONT), no valor de R$ 2,07 milhões para ampliar o quadro de funcionários responsáveis pelo atendimento aos xavantes.
Com o contrato, será possível a contratação de mais 104 profissionais que se juntaram ao quadro atual que possui 400 funcionários. Ao todo serão 504 funcionários atendendo os Xavantes. Compra de seis novas viaturas.
O Ministério também fez a aquisição de seis novas viaturas e contratou uma empresa para manutenção da frota do DSEI Xavante. Com isso, será possível colocar em campo os 15 veículos que encontram-se parados atualmente por falta de reparo. Ao fim do conserto serão 21 carros em ação.
O órgão também irá implantar a autonomia do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante (Dsei Xavante) e já planeja estruturar a sede do Dsei e das unidades de saúde. A Casa de Saúde do Índio de Barra do Garças também deverá receber melhorias.
Por meio de nota, o MS informou que logo após tomar conhecimento da situação no Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante, a Secretaria Especial de Saúde Indígena elaborou um planejamento estratégico para o seu enfrentamento.
Confira íntegra da nota à imprensa:
Em relação às matérias publicadas na imprensa sobre a situação dos índios Xavantes, de Campinápolis (MT), a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) esclarece que:
1 – Ciente da situação no Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante, a Secretaria Especial de Saúde Indígena, desde a sua criação, elaborou um planejamento estratégico para o seu enfrentamento.
O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Sesai) passa por um processo de transição, com o objetivo de melhorar o atendimento às comunidades indígenas. A Sesai foi criada no âmbito do Ministério da Saúde com a finalidade de promover a melhoria no modelo de gestão e atenção à saúde indígena.
2 – Com relação à reportagem, informamos que o senhor Marcos Antonio Tseredzao não é o chefe do Pólo do Distrito Sanitário Especial Indígena. Na verdade ele é presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) Xavante. Não representando o Ministério da Saúde.
3 – Em sua busca constante pela melhoria no atendimento aos povos indígenas de todo o país, a SESAI informa que várias medidas vêm sendo adotadas pelo Ministério.
No caso específico do DSEI Xavante cabe citar.por Sandra Carvalho - 12/01/2011
1. Implantar a autonomia do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante (DSEI Xavante).
2. Estruturar e/ou reestruturar fisicamente e funcionalmente a sede do DSEI e os Pólos- Base (sede e suas unidades de saúde) do DSEI Xavante.
3. Estruturar funcionalmente a Casa de Saúde do Índio de Barra do Garças (CASAI de Barra do Garças) e reestruturar as CASAI de Campinápolis e Nova Xavantina;
4. Estabelecer e definir a rede de referência para os serviços de saúde de média e alta complexidade junto às Secretarias Municipais de Saúde e Estaduais para atender o povo indígena Xavante.
5. Implementar o Saneamento Ambiental nas aldeias do DSEI Xavante;
6. Qualificar e organizar o processo de trabalho das Equipes Multidisciplinares de Saúde indígena para o enfrentamento dos principais agravos de morbidade e mortalidade que acometem o povo Xavante.
7. Reorganizar o controle social no DSEI Xavante (Conselho Distrital e locais).
8. Constituir um Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI) para elaborar um Programa Conjunto Intersetorial para o enfrentamento dos principais agravos em saúde que acometem o Povo Indígena Xavante.
Ação imediata - Além do elencado nos itens acima, cabe ressaltar as ações já tomadas para melhoria da saúde indígena dos Xavantes:
1. Assinatura de convênio com a ONG Organização Nossa Tribo (ONT), no valor de R$ 2,07 milhões. Com isso será possível a contratação de mais 104 profissionais que se juntaram ao quadro atual que possui 400 funcionários. Ao todo serão 504 funcionários atendendo os Xavantes.
2. Compra de seis novas viaturas.
3. Contratação de empresa para manutenção da frota do DSEI Xavante. Com isso, será possível colocar em campo os 15 veículos que encontram-se parados atualmente por falta de reparo. Ao fim do conserto serão 21 carros em ação.
Mortalidade Xavante: 14 técnicos do Ministério da Saúde chegam domingo à Campinápolis
O Ministério da Saúde enviará uma equipe com 14 técnicos da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) para verificar a situação do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante, em Mato Grosso. O grupo sairá de Brasília no domingo (16) e permanecerá 15 dias em campo para implementação do projeto que visa melhorias no serviço prestado à população indígena.
Confira os principais objetivos dos técnicos da SESAI na região:
1. Implantar a autonomia do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante (DSEI Xavante).
2. Estruturar e/ou reestruturar fisicamente e funcionalmente a sede do DSEI e os Pólos-Base (sede e suas unidades de saúde) do DSEI Xavante.
3. Estruturar funcionalmente a Casa de Saúde do Índio de Barra do Garças (CASAI de Barra do Garças) e reestruturar as CASAI de Campinápolis e Nova Xavantina;
4. Estabelecer e definir a rede de referência para os serviços de saúde de média e alta complexidade junto às Secretarias Municipais de Saúde e Estaduais para atender o povo indígena Xavante.
5. Implementar o Saneamento Ambiental nas aldeias do DSEI Xavante;
6. Qualificar e organizar o processo de trabalho das Equipes Multidisciplinares de Saúde indígena para o enfrentamento dos principais agravos de morbidade e mortalidade que acometem o povo Xavante.
7. Reorganizar o controle social no DSEI Xavante (Conselho Distrital e locais).
8. Constituir um Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI) para elaborar um Programa Conjunto Intersetorial para o enfrentamento dos principais agravos em saúde que acometem o Povo Indígena Xavante.
A viagem foi decidida após reunião com três representantes dos indígenas. Além disso, oito xavantes acompanharão a equipe nesses 15 dias.
Ao fim das melhorias, diz nota do Ministério da Saúde, o DSEI será capaz de atender todas as necessidades dos Xavantes. (Assessoria Ministério da Saúde)
por Sandra Carvalho - 14/01/2011
Avião da FAB já levou técnicos para aldeias Xavante de Campinápolis
Um avião da FAB (Força Aérea Brasileira saiu de Brasília) por volta das 11h desta sexta-feira (14) e seguiu em direção a Campinápolis (MT). A bordo, nove técnicos da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde. Outros dois técnicos fizeram o mesmo trajeto em avião convencional. Esses são os primeiros integrantes da equipe multiprofissional formada pelo ministério para avaliar a situação do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante.
Além dos 11 técnicos que viajaram hoje, mais cinco servidores da SESAI reforçarão o grupo a partir de segunda-feira. Será uma força tarefa permanente, com revezamento de equipes a cada 15 dias, para implementação do projeto que visa melhorias no serviço prestado à população indígena. “Essa ação já estava programada, pois a atenção à saúde do povo indígena Xavante é uma das prioridades do Ministério da Saúde neste momento”, afirma o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves.
A equipe somente deixará Campinápolis (MT), quando a situação de emergência dos xavantes estiver resolvida. O trabalho em campo vai reforçar as medidas que estão sendo desenvolvidas pela equipe local. Elas devem implantar a autonomia do Dsei Xavante; estruturar ou reestruturar fisicamente e funcionalmente a sede do DSEI e os Pólos-Base (sede e suas unidades de saúde) do DSEI Xavante; estruturar funcionalmente a Casa de Saúde do Índio de Barra do Garças (CASAI de Barra do Garças) e reestruturar as CASAI de Campinápolis e Nova Xavantina.
Também devem estabelecer e definir a rede de referência para os serviços de saúde de média e alta complexidade junto às Secretarias Municipais de Saúde e Estaduais para atender o povo indígena Xavante. Além de qualificar e organizar o processo de trabalho das Equipes Multidisciplinares de Saúde indígena para o enfrentamento dos principais agravos de morbidade e mortalidade que acometem o povo Xavante.
A equipe enviada ao Dsei Xavante vai contribuir na reorganização do controle social (conselhos distrital e locais de saúde) para que os indígenas acompanhem e fiscalizem de perto todo esse processo. Durante a presença do grupo na região, será ainda formado um grupo de trabalho Interinstitucional, que deve elaborar um programa conjunto de enfrentamento dos principais agravos em saúde que acometem o povo xavante.
via Agência Saúde
Morre mais uma criança Xavante. Sobe para 8 o número de mortes em 15 dias
Mais uma criança morreu em Campinápolis, a 562 km de Cuiabá, na região do Médio Araguaia. Já são oito o número de mortes registradas somente em janeiro de 2011 no município. A criança tinha dois anos e morreu de pneumonia, mesmo problema que acometeu as demais que foram à óbito nos últimos 15 dias. Doenças parasitárias e infecciosas também tem vitimado crianças Xavante.
Existem cerca de 100 aldeias naquela região e a mortalidade infantil tem sido o principal problema vivido pelas comunidades indígenas de Campinápolis. No ano passado foram 37 óbitos e que estariam ocorrendo pela precariedade dos serviços de atenção básica à saúde oferecida aos Xavantes pelo Ministério da SaúdeA denúncia do alto índice de mortalidade infantil indígena em Campinápolis veio à tona há pouco mais de 30 dias, baseada em relatório onde os próprios funcionários da Funasa local confirmaram a falta de infraestrutura para atender a população dessas 100 aldeias.
Esta semana, a Prefeitura de Campinápolis relatou o drama dos Xavante em uma carta aberta, que foi enviada ao Governo de Mato Grosso e ao Ministério da Saúde, confirmando a denúncia feita feita com exclusividade pelo Blog da Sandra Carvalho.
Quarta-feira (12/01), o Ministério da Saúde emitiu nota à imprensa informando a liberação de cerca de R$ 2 milhões para combater a mortalidade de crianças Xavante. Em seguida, anunciou o envio de uma equipe composta por 14 técnicos à Campinápolis. O grupo chega no domingo com a missão de averiguar "in loco” a estrutura da Funasa, responsável pela saúde indígena, e adotar as primeiras medidas para reverter o triste quadro.
por Sandra Carvalho - 14/01/2011
Técnicos do Ministério da Saúde já estão em Campinápolis
Reestruturar o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante é a missão da equipe do Ministério da Saúde que chegou neste final de semana em Campinápolis, a 700 km de Cuiabá. Os 16 técnicos trabalharão para garantir plenas condições de trabalho aos funcionários do órgão, responsáveis pela saúde indígena na região. A medida foi tomada após denúncia da altíssima taxa de mortalidade infantil indígena na Nação Xavante, especificamente na terra Parabubure.
José Maria Xavante, integrante do Conselho Distrital Indígena (Condisi) e presidente do Conselho de Saúde Indígena de Nova Xavantina, comemora a iniciativa da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde. Ele considerou rápida a resposta do Governo Federal ao drama dos Xavante.
“Há muito tempo não tínhamos uma resposta tão rápida”, declarou o líder indígena. Das oito mortes registradas em Campinápolis este ano, sete eram crianças. Os óbitos tem ocorrido geralmente por doenças respiratórias e parasitárias, resultado da falta de serviços eficazes de atenção básica à saúde que por sua vez ocorre por falta de condições de trabalho aos servidores do DSEI.
por Sandra Carvalho - 18/01/2011
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