E para fechar uma semana em que o prato forte foi a polémica público/privado:

É comum, por cá, enviar resenhas, senão mesmo um exemplar retirado à primeira fornada a ser impressa nas gráficas e enviá-la com toda a cortesia para as televisões e rádios. A simbiose alimenta as redacções com novas notícias, alargando o cardápio com o produto do trabalho e da investigação de outros. Em contrapartida, os jornais agradecem a promoção gratuita e vêm nisso uma oportunidade para colocarem em montra os seus trunfos mais fortes, na esperança que seja um chamariz que motive a compra do jornal na manhã seguinte, especialmente numa época em que a imprensa paga se queixa de uma crise sem precedentes.
Este hábito, mais ou menos recente, fez com que, ainda antes de ver a estampa, a notícia que faz capa na edição de hoje do semanário Sol já causasse furor nos telejornais da noite e madrugada passadas.

Quanto a mim, mesmo antes de ler a reportagem (que segundo as televisões avançam, ocupa seis páginas no interior ), tenho dúvidas, muitas dúvidas sobre a opção jornalística que leva à publicação (logo na capa) de uma transcrição retirada do despacho do juiz de instrução do processo. O jornal joga na antecipação e, não por acaso toma a iniciativa inédita de puxar igualmente para a capa o seu editorial, onde argumenta que, tendo o caso transitado em julgado a questão do segredo de justiça deixa de se colocar.

[ACTUALIZAÇÃO]

O link para o artigo em questão, embora o site não consinta a leitura na íntegra: O ‘plano’ de Sócrates à beira das eleições

# Cf. dossier do jornal Sol sobre o Processo Face Oculta