Um mês depois da passagem de ano, ainda se lembra das suas resoluções de Ano Novo? E está a cumpri-las? Há estratégias para aumentar as probabilidades de sucesso, mas um estudo feito em Inglaterra mostra que a maioria das pessoas desanima ao fim de pouco tempo.
(...) Citando um estudo da marca de manteiga para barrar Clover, o jornal Daily Mail corta a direito pelas ilusões: quem mantém as suas resoluções de Ano Novo um mês depois da passagem de ano faz parte de uma minoria "corajosa mas em rápido declínio". Aparentemente, 83 por cento das pessoas já assumiram a derrota antes do final de Janeiro. Na verdade, quatro em cada dez desistiram nas primeiras 24 horas, uma taxa de "amnésia" talvez explicada pelo hábito de beber espumante à meia-noite - o espumante está presente em quase todas as misturas de bebidas alcoólicas consideradas mais perigosas...
O que prometemos a nós próprios? Normalmente mudar hábitos (deixar de fumar, fazer mais exercício, ter cuidado com a comida), ter outras atitudes (ser mais solidário, apreciar melhor a vida, controlar as despesas) ou estabelecer prioridades (gozar mais tempo com a família, encontrar um emprego melhor, casar).
Um site britânico lançou o desafio aos internautas e, das mais de 135 mil respostas, a mais comum foi "perder peso", seguida de "ser feliz". A avaliar pelo top 10, este promete ser um ano animado por aquelas paragens: "apaixonar-me" apareceu na terceira posição, "casar-me" foi a sétima resposta mais comum, "amor" veio em oitavo, "encontrar o amor" em nono e - quem disse que já não havia? - "perder a virgindade" encerrou a lista das dez decisões mais populares.
(...) Estudos recentes citados no best-seller Quilkology: The Curious Science of Everyday Lives, de Richard Wiseman, mostram que pouco mais de metade (52 por cento) das pessoas acredita realmente na possibilidade de levar as suas resoluções adiante. Só 12 por cento o conseguem. Nos homens, uma boa estratégia para aumentar as hipóteses de ser bem sucedido (em 22 por cento) é definir medidas - "perder um quilo por mês", por exemplo, em vez de um mero "perder peso". As mulheres melhoram (em 10 por cento) a sua taxa de sucesso quando assumem publicamente as metas e garantem o apoio dos amigos.
O psicólogo Richard Wiseman, da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, encontrou números um pouco mais optimistas: 22 por cento das pessoas conseguiram cumprir os objectivos traçados no momento de engolir as 12 passas do Ano Novo, revelou o diário The Guardian. Muitos dos que falharam tinham seguido conselhos de gurus de auto-ajuda.
A pesquisa de Wiseman mostra que o caminho é diferente. Dividir o objectivo final numa série de etapas menores e recompensar-se por cada passo dado é a melhor estratégia para resistir à tentação de desistir. Partilhar os planos com amigos, focar-se nos benefícios alcançados e fazer um diário dos progressos são outros truques para o sucesso: metade dos que seguiram este regime completo levaram a sua resolução de Ano Novo a bom porto.
Mesmo que o destino não esteja garantido, a viagem vale sempre a pena. "Fazer balanços e traçar metas é algo bastante saudável??, acrescenta Jorge Gravanita. "Mas o Ano Novo não muda milagrosamente o que está mal como num passe de mágica. Os problemas continuam lá e vamos ter de os enfrentar, talvez de maneira diferente..." Fica o alerta do psicólogo, acompanhado de outra mensagem: "Negativo é que as pessoas só se apercebam do que está mal no fim do ano. Podemos mudar a cada dia que passa!"
Parece que não mas, limpo o artigo dos vários parágrafos de puro fait divers, fica-se a pensar...
Para ler: Promessas que o espumante leva
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