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Fotografia: "as mãos dos tremoçeiros"

Posted: 18 de jun. de 2010 | Publicada por AMC | Etiquetas:


Conta a lenda que quando a Sagrada Família se dirigia para o Egito, para fugir à perseguição do Rei Herodes, que queria matar Jesus, passou por um tremoçal cujos tremoços, ao serem pisados, teriam feito muito barulho e deixado pegadas, denunciando a fuga. Nessa altura, Nossa Senhora tê-los-á amaldiçoado, dizendo que nunca matariam a fome a ninguém.
A partir daí e durante séculos, esta pequena leguminosa, tal como as ervilhas e as favas, ficou mal vista. No entanto, os povos antigos reconheciam-lhes várias espécies, sendo a amarela a mais comum entre nós. A origem do seu consumo estará provavelmente no Egito, e há quem opine que foi introduzido na Mesopotâmia na época greco-romana e a partir daí terá sido transportado pelos Fenícios para todo o Mediterrâneo. Mas existem também referências ancestrais a esta leguminosa na América do Sul, onde era utilizada como alimento básico.
Pelas suas características proteicas, foi um dos pilares alimentícios de todos os povos do Mediterrâneo. Já Hipócrates, o pai da Medicina, recomendava o seu consumo, há quase 2500 anos, para evitar problemas digestivos e prevenir doenças hepáticas.
Também Plínio, o Velho, provavelmente o naturalista mais importante da Antiguidade, defendia que não havia alimento mais saudável e fácil de digerir que o tremoço. Mais tarde, Frederico, o Grande, rei da Prússia, conhecedor das suas propriedades, mandou plantar na Alemanha numerosas terras com tremoceiros...
Não é por acaso que só encontramos à venda tremoços cozidos e demolhados em água salgada. É que se não levassem este tratamento seriam extremamente tóxicos e amargos devido a substâncias alcalóides que contêm e que poderiam ser nefastas para a saúde, nomeadamente para o sistema nervoso. Ou seja, o tremoço acabado de sair da planta, em grão seco, não é comestível, igualmente a semente da oliveira, a qual chamamos de azeitonas.

via Gastronomia de Botequim

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