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Acre forma a 1ª turma de Agentes Agroflorestais Indígenas

Posted: 13 de ago. de 2010 | Publicada por AMC | Etiquetas:

 1. Governador Binho Marques e os agentes agroflorestais na solenidade da formatura no Palácio Rio Branco 2. Coordenadora do Centro de Formação dos Povos da Floresta, Vera Olinda, entrega um dos diplomas na formatura. 3. 28 índios dos municípios de Cruzeiro do Sul, Santa Rosa, Jordão, Assis Brasil, Tarauacá e Marechal Thaumaturgo comemoraram a obtenção do diploma. fotos: Luciano Pontes

O Palácio Rio Branco ganhou na manhã desta sexta-feira, 13, um colorido especial, representado nos cocares de três etnias indígenas. O governador Binho Marques recebeu para a solenidade de formatura no curso de Agente Agroflorestal Indígena, 28 índios dos municípios de Cruzeiro do Sul, Santa Rosa, Jordão, Assis Brasil, Tarauacá e Marechal Thaumaturgo.
O curso de Agente Agroflorestal Indígena é uma carreira técnica e o currículo, segundo a coordenadora do Centro de Formação dos Povos da Floresta, Vera Olinda Sena, agregou os conhecimentos tradicionais aos conhecimentos técnicos. "Este diálogo intercultural é essencial para manutenção das culturas e para o desenvolvimento dos povos", disse.
O curso é um projeto do Conselho Estadual de Educação e Ministério da Educação executado pelo Centro de Formação dos Povos da Floresta, uma escola ligada à ONG Comissão Pró-Índio (CPI), que trabalha com a causa indígena há 31 anos no Acre.
Com uma carga horária de 2.680 horas/aula, a formação dos AAFIs incluiu disciplinas de conhecimentos básicos como língua indígena, língua portuguesa, matemática e geografia com ênfase em cartografia; e disciplinas profissionalizantes como os Sistemas Agroflorestais, geologia indígena e artes e ofícios, entre outras.
Participaram do curso, índios de 11 terras indígenas das etnias Kaxinawá, Katukina e Manchineri. Para Guilherme Nunes Ferreira Kaxinawá, o curso foi importante porque adicionou técnicas novas aos conhecimentos que eles já tinham. "E tenho certeza de que vamos aplicar essas informações no dia-a-dia nas nossas aldeias."
Zezinho Yube, também Kaxinawá, pesquisou em sua monografia sobre as sementes tradicionais e as diferenças entre a agricultura indígena e a moderna. "Eu comecei a me perguntar o que aconteceu com as nossas sementes e como poderíamos recuperá-las. Até então eu não tinha me dado conta da importância de pensar sobre isso."

Também participaram da cerimônia de formatura o Assessor dos Povos Indígenas do Governo do Estado, Francisco Pianko; o Secretário Estadual de Saúde, Osvaldo leal; o Secretário de Justiça e Direitos Humanos, Henrique Corinto; o Diretor-Presidente do Instituto Dom Moacyr, Irailton Lima; o Assessor de Governo, Fábio Vaz, entre  outros. 
O governador Binho Marques se disse emocionado com a formatura de técnicos indígenas em uma nova carreira, sendo recebidos e comemorados no Palácio do Governo. "Talvez nem nós mesmos consigamos enxergar o que está acontecendo no Acre hoje e todas as mudanças nas quais estamos trabalhando para concretizar". Ele se comprometeu a publicar todos os trabalhos de monografia apresentados para a conclusão do curso.
"Os agentes agroflorestais indígenas não estão contribuindo apenas em suas aldeias. Nem somente com o Acre, mas contribuem com o mundo inteiro. Vocês estão construindo uma nova sociedade. Estamos construindo um novo marco civilizatório, com uma sociedade multicultural", disse o governador Binho Marques.

publicado na Agência de Notícias do Acre



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