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Leio no The Guardian:
The Iranian woman whose sentence to death by stoning sparked an international outcry is feared to be facing imminent execution, after she was put on a state-run TV programme last night where she confessed to adultery and involvement in a murder.
Speaking shakily in her native Azeri language, which could be heard through a voiceover, Sakineh Mohammadi Ashtiani told an interviewer that she was an accomplice to the murder of her husband and that she had an extramarital relationship with her husband's cousin. Her lawyer told the Guardian last night that his client, a 43-year-old mother of two, was tortured for two days before the interview was recorded in Tabriz prison, where she has been held for the past four years.
"She was severely beaten up and tortured until she accepted to appear in front of camera. Her 22-year-old son, Sajad and her 17-year-old daughter Saeedeh are completely traumatised by watching this programme," said Houtan Kian.
He added that there were now fears that the Iranian authorities would act quickly to carry out the death sentence, which was reportedly commuted to hanging after an international outcry last month. The sentence was initially for "having an illicit relationship outside marriage" but some Iranian officials have claimed she was also found guilty of murdering her husband and should still face death by stoning.
The interview was broadcast on a show called 20:30, a day after US Secretary of State Hillary Clinton urged Tehran to honour treaty obligations to respect the rights of citizens and halt executions.
Observers suggested one of the signs she was speaking under duress was that in the interview she blamed the western media for interfering in her personal life.
In an interview last week with the Guardian through an intermediary, Mohammadi Ashtiani accused the Iranian authorities of lying about the charges against her to confuse the media in order to pave the way to execute her in secret. "I was found guilty of adultery and was acquitted of murder," she said.
Amnesty International condemned the "so-called" confession and said the independence of Iran's judiciary was "tattered" by the broadcast. "This makes a complete mockery of the judiciary system in Iran," said Drewery Dyke of Amnesty's Iran team. "Iran is inventing crimes ... it is an unacceptable practice that flies in the face of justice."
Mina Ahadi of the Iran Committee against Stoning (ICAS) said: "It's not the first time Iran has put an innocent victim on a televised programme and killed them on the basis of their forced confessions – it has happened numerously in the first decade of the Islamic Revolution."
Iran's state-run TV suggested international attention over Mohammadi Ashtiani was "western propaganda" aimed at forcing Iran to release three American hikers who have been held since last year.
[ACTUALIZAÇÃO]: A notícia, em português, também já está no site de O Público.
Uma iraniana cuja condenação à morte por lapidação causou indignação mundial confessou ontem à noite numa entrevista televisiva ter sido cúmplice da morte do marido. O seu advogado e ONG receiam que a confissão tenha sido feita sob tortura e que poderá indicar que o regime se prepara para executar a pena.
Numa emissão destinada a denunciar a “propaganda dos media ocidentais” na televisão do Estado, apareceram imagens de Sakineh Mohammadi Ashtiani, que tinha sido condenada em 2006 por adultério e recebido um castigo em chibatadas. Mas mais tarde a acusação foi alterada para assassínio e Ashtiani foi então condenada à morte por lapidação.
Na televisão, Ashtiani reconhecia que um homem com quem tinha uma relação lhe tinha proposto matar o marido, e que ela tinha deixado que ele cometesse o crime à sua frente, num comunicado lido com voz trémula. O seu rosto estava coberto por um chador que apenas deixava entrever o nariz e um olho. A acusação diz que Ashtiani tinha dado uma injecção ao marido para o deixar a dormir antes que o assassino o electrocutasse. Mas o suposto adultério pelo qual foi condenada teria acontecido já ela era viúva.
No comunicado lido na televisão, a voz que supostamente é de Ashtiani diz que nem sequer conhece o seu advogado, Mohammad Mostafaei, e culpa-o por ter difundindo o caso internacionalmente, dizendo ainda que nem sequer o conhece.
O caso da mulher de 43 anos, revelado em Julho pelo seu advogado que entretanto se refugiou na Noruega, suscitou uma vaga de indignação e vários países ou associações pediram à República Islâmica que não aplicasse a pena. O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ofereceu asilo a Ashtiani no país. A justiça anunciou que o veredicto de 2007 estava suspenso por razões humanitárias, abrindo uma janela de esperança para que Ashtiani pudesse não ser executada.
Mohammad Mostafaei reagiu dizendo, em declarações à CNN, que o tipo de confissão mostra que Ashtiani terá sido coagida a fazê-las depois de dias de tortura.
Mina Ahadi, responsável do Comité Iraniano contra a Lapidação, diz que esta não é a primeira vez que o Irão põe uma vítima inocente na televisão e depois a executa apoiando-se em condenações forçadas. Era uma prática comum na primeira década da revolução islâmica” de 1979, disse, citada pelo diário espanhol “El País”.
A situação faz temer, diz o advogado e várias ONG como a Amnistia Internacional, que Ashtiani possa ser executada em breve.
via O Público
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