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Inpe registra, num dia, quase 14 mil focos de queimadas no Brasil

Posted: 13 de ago. de 2010 | Publicada por AMC | Etiquetas:


Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registram 13.823 focos de queimadas em todo o país hoje (12), não só em áreas de floresta. A maioria está concentrada nas regiões Norte e Centro-Oeste. A estiagem e a baixa umidade relativa do ar aumentam o risco de incêndios.
Em Mato Grosso, há 4.284 focos de queimadas. No norte do estado, o município de Marcelândia foi atingido por um incêndio que destruiu serrarias e pelo menos 100 casas. No Acre, que está em estado de alerta ambiental desde a última segunda-feira (9), o número de focos de queimadas caiu de 246 para 14.
No Pará, são 3.836 focos de calor em todo o estado. Tocantins tem 1.434 focos, o Maranhão, 609, a Bahia, 598, e Rondônia, 539. Em Goiás e no Distrito Federal, onde a umidade relativa do ar está abaixo dos 25%, o Inpe registra 644 e 27 focos de queimadas, respectivamente.
De acordo com o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), a umidade relativa do ar continuará baixa nesta quinta-feira em todo o Centro Oeste, em Tocantins, no sul do Piauí, na parte sul da Região Norte, e no oeste da Bahia e de Minas Gerais.


Amazônia perde 243 km² e desmatamento mantém queda
 
Em junho de 2010, a Amazônia perdeu 243,7 quilômetros quadrados (km²) de floresta, devastação 58% menor que a registrada no mesmo mês do ano passado. Os dados, divulgados hoje (9), são do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Faltando um mês para fechar o calendário oficial do desmatamento (agosto de um ano a julho de outro), os números do Deter confirmam a tendência de queda que vem sem apontada pelo governo há alguns meses. No acumulado de agosto de 2009 a junho de 2010, a área desmatada foi de 1.808 km². A soma é 49% menor que a registrada no período anterior (agosto de 2008 a junho de 2009), quando o Inpe verificou 3.536 km² a menos de floresta na região.
Os números do desmatamento mês a mês são calculados pelo sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que monitora áreas maiores do que 25 hectares e serve para direcionar a fiscalização ambiental.
A taxa anual de desmate é calculada por outro sistema, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que é mais preciso, por avaliar áreas menores. Apesar da metodologia diferente, a avaliação do Deter costuma antecipar os resultados do Prodes.
Os dados do Prodes só devem ser apresentados em novembro. Se a tendência de queda se confirmar, o governo pode chegar a um novo recorde de queda do desmatamento. Em 2009, a taxa anual de desmate calculada pelo Inpe foi de 7,4 mil km², a menor registrada em 20 anos de monitoramento.

Focos de incêndio crescem 587% no Acre este ano

O governo do Acre decretou estado de alerta ambiental por causa de incêndios florestais e queimadas fora de controle. A quantidade de focos cresceu 123% no ano em relação a 2008 e 587% se confrontado com 2009. "Ainda não temos a situação de 2005 e queremos evitar que isso aconteça", disse o governador Binho Marques (PT), ao recordar o desastre no meio ambiente que provocou danos nas regiões sul e sudeste do Estado no verão de 2005.
De acordo com a Agência de Notícias do Acre, o decreto levou em consideração advertência do Comitê de Gestão de Riscos Ambientais (CGRA) e foi firmado em encontro extraordinário do grupo. O ar sem umidade, com previsão de frio e ventos, pode tornar mais grave as condições na área rural e nas cidades. O objetivo da determinação é impedir dificuldades que até 2005 não haviam no Acre, como os incêndios florestais. O decreto criou também a Sala de Situação, que funcionará no gabinete do governador e acompanhará em tempo real a situação.

 
El Pais diz que Código Florestal estimula impunidade


A anistia geral “aos responsáveis pelos desastres ecológicos cometidos em seu vasto território”, prevista no novo Código Florestal, foi notícia na edição desta segunda-feira, no jornal espanhol El Pais. A reportagem, intitulada “Desmatadores impunes na Amazônia”, critica também a autonomia que os governos estaduais terão para aplicar as leis ambientais em seu território e afirma que “obviamente, no olho do furacão está o Amazonas”.
Com essa afirmação, o texto, assinado por Francho Baron, parece indicar que o Amazonas é o mais vulnerável nesse novo cenário. Mas, mesmo sugerindo uma relação de causa e efeito entre a  autonomia dos governos e o risco de aumentar o desmate no estado que está mais preservado, a reportagem não deixa claro o por quê de apontar o Amazonas – e não o Pará ou o Mato Grosso, por exemplo – “no olho do furacão”.
Outra critica do jornal espanhol ao Código Florestal diz respeito à redução dos limites de preservação das margens dos rios. O conjunto de medidas não poderia “ser mais desolador”, diz o texto. Na avaliação do El Pais, a reforma vem num momento propício para os deputados ruralistas, que estão de olho no voto de agricultores e proprietários rurais, nas eleições de três de outubro. “O setor agropecuário é muito poderoso”, afirma o jornal.
Para o El Pais, como os deputados ruralistas, que “defendem os interesses do setor agropecuário”, têm o controle do Congresso, “tudo indica que à sua conveniência”, o novo Código Florestal será aprovado. “Uma reforma legislativa que venha flexibilizar as normas ambientais em benefício da produtividade e que estabeleça anistia geral para os que atentara contra o ecossistema é uma moeda valiosa na hora de pedir votos”, avalia a reportagem.
Paulo Adario, diretor do Greenpeace para o Amazonas, uma das fontes ouvidas pelo El Pais, ratifica que o cenário eleitoral é “fundamental para entender o que está se passando”. Para ele, um assunto tão polêmico não poderia ser discutido em ano de eleição. “Pedimos que a votação fosse adiada para depois das eleições, mas os ruralistas queriam antes. Até o momento, eles estão ganhando”, declarou o ambientalista.
O jornal também ouviu o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), autor da proposta do Novo Código. Em entrevista por telefone, ele rebateu que “não há nenhuma proposta de anistia”. “O que esta reforma faz é copiar um decreto do governo federal que já existe e que suspende as multas administrativas para os proprietários que podem regularizar sua situação”.
Assumindo uma posição contraria à bancada ruralista, a reportagem cita declarações de Aldo Rebelo para concluir que a proposta tem motivações econômicas. “Existem as questões ambientais e de produção rural. Mas também existe uma guerra comercial. ONGs financiadas pela Europa e Estados Unidos apóiam os interesses da agricultura em seus países. Evidentemente, estes interesses existem e eu, como legislador, defendo o meio ambiente, mas levando em conta os interesses da agricultura brasileira”.
O El País mais uma vez dá voz a Paulo Audario, que afirma: “Os ruralistas escolheram muito bem o momento e a pessoa [Aldo Rebelo], que deu um verniz ideológico a um discurso puramente econômico. É curioso observar como a esquerda está consolidando o discurso da direita”. Sobre a autonomia dos estados para aplicar a lei, a reportagem é concluída com outra afirmação do diretor do Greeanpeade.
“A lógica indica que os estados têm mais agilidade na hora de aplicar a lei, mas também estão mais sujeitos a pressões dos lobbies e casos de corrupção”. Talvez esteja aí a razão de o jornal espanhol apontar o Amazonas “no olho do furacão”.

(Fonte:http://www.elpais.com/articulo/sociedad/Deforestadores/impunes/Amazonia/elpepisoc/20100802elpepisoc_2/Tes)

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