Pecuária ilegal em terra Xavante
A Terra Indígena Marawãtsede é repleta de fazendas de gado. A pecuária que toma conta da área é responsável por mais de 45% do desmatamento e entrega aos supermercados e aos consumidores carne com sabor de ilegalidade.
Há 40 anos, os Xavantes da Terra Indígena Marawãtsede, no Mato Grosso, lutam pelo direito de ocupar sua própria terra.
Expulsos na década de 60 pelo governo, ganharam o direito de voltar na década de 1990 mas encontraram seu território destruído e tomado por fazendas de gado.
“Antiga mata bonita”. O significado da palavra Maraiwatsede define com precisão a Terra Indígena que nomeia, no norte de Mato Grosso.
Na região conhecida como Vale do Araguaia, o local que abriga cerca de mil Xavantes é uma terra arrasada.
Demarcada em 1993 e homologada em 1998, a Terra Indígena Maraiwatsede é o avesso do que a lei determina para uma TI.
No papel, a legislação é clara ao proibir “qualquer pessoa estranha aos grupos tribais (...), assim como atividade agropecuária ou extrativa” nas áreas reservadas a essas comunidades. E isso é o que mais se vê ali.
Devido ao desmatamento, não há caça, nem madeira para fabricação dos produtos essenciais para a vida dos indígenas.
Até mesmo o peixe, antes abundante, hoje tem que ser comprado.
A BR-158 corta a terra indígena e é muito utilizada para escoar o gado criado na área.
Uma equipe do Greenpeace foi convidada pelos Xavantes para conhecer a situação da terra indígena. Encontramos muitos episódios de grilagem de terras, desmatamento e violência.
Tradicionalmente guerreiro, o povo Xavante está acuado em 20% dos 165 mil hectares demarcados para ele.
Grande parte da terra indígena é ocupada, há anos, por grandes fazendeiros, em sua maioria, ligados à atividade pecuária.
* reportagem para o Greenpeace com fotos de Rodrigo Baleia.
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