foto: Diego Redel
Na quarta, com a volta do sol, as praias de Florianópolis estavam lotadas. O índio Augusto Ope da Silva, 56 anos, um dos líderes dos Kaingang que chegaram à cidade no dia 21 de Dezembro comemorava o bom tempo.
Todos os dias, assim que amanhece, 60 índios vindos de Iraí (RS), deixam o acampamento, no Parque Estadual do Rio Vermelho e, em grupos, vão para as principais praias da capital vender o seu artesanatos. Cada um leva nos braços sacolas lotadas de mercadorias. É o dinheiro das vendas que sustenta a comunidade durante o ano.
Augusto tem uma barraca montada na Barra da Lagoa. Vende arcos e flechas, cestaria e bijuterias confeccionadas com madeira e sementes. Os turistas - falando nas mais diversas línguas - mostravam-se curiosos para conhecer a arte ancestral dos índios Kaingang.
— Quando os visitantes perguntam, eu falo um pouco da nossa cultura. É importante conhecerem a história dos índios brasileiros — comenta Augusto.
Olga Ventura, 54 anos, sente saudade da aldeia em Iraí. Desde menina faz cestas e colares, que aprendeu com a mãe. Na praia, atende os turistas, mas não tira os olhos dos seis filhos, todos jovens.
— Aqui tem muita gente, muito barulho. Sinto falta do sossego da minha terra — comenta.
Além da Barra, os Kaingang vendem seus produtos em Ingleses, Canasvieiras, Jurerê, Lagoa da Conceição, Praia Mole e Joaquina. Cada família tem seu ponto fixo. Quando chega a noite, eles reúnem-se no acampamento e fazem um balanço das vendas do dia. Dormem cedo, logo após o jantar, pois no dia seguinte, bem cedo, já estão a postos, atraindo os turistas nas praias.
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