Dos 62 municípios do Amazonas, apenas a capital Manaus possui aterro sanitário. Os restantes municípios possuem apenas 'lixões'
Nenhum município do interior do Amazonas possui recursos suficientes para tratar sozinhos o lixo produzido pela população. A declaração é do presidente da Associação Amazonense dos Municípios (AAM), Jair Souto, em entrevista ao Portal D24am.com, neste domingo (30). De acordo com Souto, a AAM busca o apoio do Governo do Amazonas para contornar o problema.
Segundo Souto, a AAM trabalha junto com o Estado na conclusão de um marco regulatório e elaboração de um plano diretor que devem servir de modelo para o tratamento dos resíduos sólidos dos municípios. Ainda não há previsão para o encerramento dos estudos. A associação também prevê o repasse de verba do Governo Federal.
A alternativa proposta pela AAM é a instalação de aterros sanitários, que consistem em espaços para deposição final de resíduos domésticos, comerciais, de serviços de saúde, da indústria de construção, ou dejetos sólidos retirados do esgoto. A técnica permite o controle da poluição e a proteção da saúde pública. Sobre um fundo impermeabilizado, o lixo é disposto em células compactadas e recobertas diariamente com terra.
Dos 62 municípios do Amazonas, apenas a capital Manaus possui aterro sanitário. Conforme o presidente da AAM, os demais municípios possuem apenas 'lixões'. "Algumas prefeituras ainda fazem um trabalho de tratamento do lixo, mas nada é 100%".
O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM) tem buscado regular os 'lixões' nos municípios interioranos. O maior alvo são os depósitos de lixos localizados próximos a aeroportos ou até mesmo ao lado de rios ou de regiões de proteção ambiental, como são os casos de Parintins e Itacoatiara.
Situação em Manaus
Ao longo do tempo, o único aterro sanitário do Amazonas tem se mostrado deficiente, o que gerou a intervenção dos órgãos de fiscalização ambiental.
Localizado no quilometro 19 da AM-010, o aterro sanitário de Manaus foi inaugurado em setembro de 2007. Antes mesmo de completar o 3o aniversário, o local apresentou irregularidades na coleta dos resíduos da compostagem, na realização da análise laboratorial do chorume das lagoas e na manutenção nas redes de águas pluviais.
Em 11 de agosto de 2010, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) e a Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp) se comprometeram, por meio da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), a corrigirem os erros no aterro.
Conforme dados da Semmas, o aterro sanitário de Manaus acumula mais de 20 milhões de toneladas de resíduos e produz cerca de 4.700 toneladas de gases de efeito estufa. Aproximadamente 53% destes gases é formado por metano, cujo potencial poluidor é 21 vezes maior que a molécula do carbono.
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