Atualmente, o fenômeno causa 132 mortes (77% no verão e primavera) e um prejuízo de R$ 1 bilhão por ano no Brasil.
A cidade de Manaus é a primeira cidade do País em número de mortos por raios entre 2000 e 2009, seguida por São Paulo (SP), segundo reportagem do portal eBand, publicada ontem. Manaus registrou 16 mortes, São Paulo, 14. Atualmente, o fenômeno causa 132 mortes (77% no verão e primavera) e um prejuízo de R$ 1 bilhão por ano no Brasil, principalmente no conserto de equipamentos danificados, como sinais de trânsito e aparelhos eletrônicos.
O Brasil detém o recorde mundial de incidência de raios. Segundo um levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), divisão do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (do Inpe), foram cerca de 50 milhões de descargas elétricas entre 1990 e 1999. Outros locais com grande ocorrência do fenômeno também estão na altura dos trópicos, como o centro da África e a Indonésia. Observações por satélite feitas pelo grupo apontam um aumento de 18% na quantidade de raios nos anos 2000, tendência que deve se repetir na próxima década, principalmente na Amazônia.
A reportagem diz que apesar de as mudanças climáticas alterarem a distribuição dos raios, o Brasil já era um local propício no século XIX. Uma carta escrita para sua família pelo Marquês de Borba, recém chegado ao País com Dom João VI em 1808, revela que por aqui ocorriam trovões como ele nunca havia escutado. Desde aquela época, a situação se agravou e deve piorar ainda mais por conta do aquecimento global, segundo o coordenador do Elat, Osmar Pinto Junior, e autor do livro ‘Lightning in the tropics: from a source of fire to a monitoring system of climatic changes’ (Os raios nos trópicos - de uma fonte de fogo a um sistema de monitoramento de mudanças climáticas).
Precauções
Aproximadamente 55% das 1.321 pessoas mortas por raios na última década estavam em locais descampados a céu aberto.
Entre as que estavam em ambientes abertos, 19% eram trabalhadores rurais tocando gado ou manuseando utensílios metálicos. Outros 14% estavam próximo a veículos como carros, motos e ônibus, 12% procuraram abrigo embaixo de árvores e 10% jogavam futebol. Nenhuma dessas atitudes é recomendada. Em locais assim deve-se afastar de postes, árvores, cercas de arame farpado e veículos. O ideal nesses casos seria ficar agachado com a mão na nuca ou mesmo dentro de carros, ônibus ou aviões, já que as descargas elétricas os atingem, mas não conseguem penetrá-los.
Também correm perigo pessoas em lagos, praias ou piscinas ou mesmo próximo da água. Falar ao celular em locais abertos em meio a uma tempestade é perigoso, já que o aparelho pode sofrer um curto-circuito e provocar queimaduras no dono.
Aproximadamente 14% das mortes por descargas elétricas nas últimas décadas aconteceram em casa, considerado um lugar seguro. A maioria estava falando em telefones com fio ou próxima a antenas, lâmpadas, geladeiras, janelas abertas e televisões. A saída é tirar da tomada todos os eletrônicos porque há risco de queima e até incêndios, e usar um aparelho telefônico sem fio.
publicado no jornal D24am
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