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“O Fado do Tejo Mudou": os esgotos domésticos já não chegam ao rio sem tratamento

Posted: 22 de jan. de 2011 | Publicada por AMC | Etiquetas: , , ,


Os esgotos produzidos pela cidade de Lisboa já não vão parar ao Tejo. A partir de agora, os efluentes urbanos de cerca de 120 mil residências são elevados desde o Terreiro do Paço até à Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara.
O projecto resulta de um investimento de cerca de 100 milhões de euros e, além de evitar que os esgotos entrem no rio sem tratamento, permite à EPAL reforçar a qualidade da água de abastecimento público. A execução ficou a cargo da Simtejo, empresa de capitais públicos participada pelo grupo Águas de Portugal e pelos municípios de Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira.

A finalização dos trabalhos foi celebrada, esta tarde no Terreiro do Paço, com a cerimónia “O Fado do Tejo Mudou", que incluiu uma regata de canoas do Tejo, com início no Cais das Colunas.
Estiveram presentes a ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Dulce Pássaro, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, e o secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, Marcos Perestrello.
Na sua intervenção, a ministra do Ambiente considerou que a «despoluição do Tejo é um grande desafio à engenharia portuguesa» e explicou que a intervenção coordenada nas margens Sul e Norte, com um investimento de 630 milhões de euros, «vai permitir usufruir o estuário em condições ambientalmente adequadas, potenciando o desenvolvimento sustentável da cidade e da região».

Revitalização da frente ribeirinha da cidade

«A par da erradicação das barracas, esta é a obra mais importante das últimas décadas», disse António Costa, defendendo que «a recuperação ambiental do Tejo é fundamental para a vida da cidade».
De acordo com o presidente da Câmara de Lisboa, já em Março serão inauguradas as primeiras esplanadas na praça, estando aberto o concurso para a ocupação de espaços do Terreiro do Paço com vista a “dar vida e animação” ao local: « a frente ribeirinha tem 19 quilómetros de extensão e isso é uma especificidade única da cidade. Temos que saber valorizar o estuário, que está cheio de oportunidades de utilização para lazer, cultura, desporto ou actividades económicas».
Para reforçar que a reabilitação urbana não termina com esta obra, António Costa referiu-se à criação, em 2013, do Jardim do Oriente. A ideia, garante, é «levar mais longe um esforço iniciado em 1998», por ocasião da Expo 98, na zona oriental de Lisboa, por forma a «transformar a relação da cidade com o rio».

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