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86% dos portugueses culpam Sócrates e Cavaco pelo estado do país

Posted: 20 de abr. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , , ,


Um estudo da Marktest para a TSF, Diário de Notícias e Diário Económico (realizado três dias após o congresso socialista em Matosinhos) revela que 86 por cento os portugueses consideram que a culpa do estado a que o país chegou é do primeiro-ministro e do Presidente da República. Acham que o Governo de José Sócrates não soube reagir atempadamente à pressão dos mercados e que Cavaco Silva devia ter assumido um papel mais activo na actual crise financeira e política.
Os inquiridos acham que o recurso ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira não é só culpa do primeiro-ministro: 24% culpam o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, dessa intervenção.

Outros dados a merecer reflexão:
  • 36% acreditam que a falta de apoio da União Europeia empurrou o país para a ajuda externa, mas a questão divide: 45% dizem o contrário;
  • Mais de 90% mostram-se preocupados com um eventual aumento de impostos;
  • Entre 83 a 87% mostram também apreensão por possíveis cortes nos salários, pensões ou 13º mês;
  • A maioria, 80%, quer um governo maioritário rumo à estabilidade;
  • 44% só antevê uma saída desta situação daqui a 5 anos.

Com mais pormenor:

Num estudo qualitativo realizado pela Marktest para a TSF e Diário Económico, 86 por cento dos 803 inquiridos considera que o Executivo socialista devia ter reagido mais cedo à pressão dos mercados e que Cavaco Silva devia ter assumido um papel mais activo na actual crise financeira e política.
Na distribuição das culpas, José Sócrates é apontado como o principal responsável pela actual crise, com 65 por cento dos inquiridos a considerar que o primeiro-ministro é o responsável pelo estado a que o país chegou.
Contudo, apenas 48 por cento afirma que é José Sócrates o culpado pelo recurso ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira.
O trabalho de campo foi realizado nos três dias a seguir ao congresso do PS em Matosinhos e demonstra que os inquiridos conseguem separar as águas entre as responsabilidades pela crise e o momento escolhido para pedir ajuda externa.
Essa fronteira é clara na avaliação de Pedro Passos Coelho, culpado pela crise para dez por cento dos entrevistados, mas responsável pelo pedido de resgate na opinião de 24 por cento.
Cavaco Silva também não sai ileso desta avaliação. Enquanto apenas onze por cento afirma que o Presidente da República é responsável pela crise e dez por cento pelo resgate financeiro, 86 por cento dos inquiridos considera que Cavaco devia ter assumido um papel mais activo nestes tempos agitados.
A nota do Governo é profundamente negativa, com apenas quatro por cento dos inquiridos a afirmar que o Executivo socialista não teve qualquer responsabilidade na actual situação do país.
Ainda na lista dos culpados, 36 por cento dos inquiridos defende que a falta de apoio da União Europeia teve muita responsabilidade no agravar das contas públicas portuguesas, enquanto que 45 por cento diz precisamente o contrário.
Depois, 66 por cento dos inquiridos aponta o dedo aos especuladores, 59 por cento às agências de rating e 54 por cento afirma que a culpa do estado a que Portugal chegou é da crise internacional.
A maioria não compra a ideia de que o novo Programa de Estabilidade e Crescimento era o antídoto perfeito contra um pedido de ajuda externa, considerando que as medidas apresentadas a 11 de Março não seriam suficientes.
Agora, com os responsáveis do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e União Europeia em Portugal, a principal preocupação vai para um possível aumento dos impostos. Mais de 90 por cento dos inquiridos diz-se muitíssimo ou muito preocupado com novas subidas na carga fiscal.
Eventuais cortes nos salários, no 13.º mês ou nas pensões preocupam entre 83 a 87 por cento.
A maioria dos inquiridos (44 por cento) acredita que os efeitos da crise vão demorar cinco anos a passar, mas mais de 23 por cento afirma que a situação só vai melhorar daqui por mais de dez anos.
Quanto ao futuro político, 80 por cento quer estabilidade, considerando que é essencial que o país tenha um governo maioritário depois das eleições de 5 de Junho.
Se esse Governo tiver de ser formado a partir de uma coligação, mais de 58 por cento dos inquiridos quer lá ver o PSD, 39 por cento prefere o CDS e 37 por cento escolhe o PS.
Em relação à escolha de Fernando Nobre para cabeça de lista do PSD por Lisboa, 44 por cento dos inquiridos não concorda com a decisão de Pedro Passos Coelho e 48 por cento não concorda com o facto de Nobre ter aceite o convite.

por Paulo Tavares
via TSF

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