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As preocupações do presidente: via Facebook, para não variar

Posted: 29 de abr. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas: ,

Leio em O Público:

Belém receia dificuldades e atrasos na formação do próximo Governo. Cenários pós-eleitorais preocupam a Presidência. Cavaco Silva insistiu ontem, no Facebook, num executivo com apoio maioritário no Parlamento.



As eleições legislativas antecipadas são só a 5 de Junho, mas na Presidência da República já se antecipam preocupações. A potencial dispersão de votos, que as sondagens indiciam com um empate técnico entre PS e PSD, adensa as apreensões. (...) O receio, de acordo com várias fontes, é que a formação de um governo "demore muito mais do que se possa imaginar". (...)
Visto de Belém, um entendimento à direita, entre o PSD de Pedro Passos Coelho e o CDS de Paulo Portas, seria o cenário mais clarificador. O cenário mais complexo seria mesmo se PSD e CDS não tivessem maioria absoluta e fosse necessário um entendimento extensível ao PS de José Sócrates. Sabendo-se o que são as relações de Sócrates com Passos, as apreensões aumentam. Tanto em Belém como nos quartéis-generais da direita. E Passos Coelho já deixou claro que dificilmente fará acordos com Sócrates. Uma posição inaceitável e de "mau gosto", como respondeu o secretário-geral dos socialistas.
O PSD já disse que, mesmo que ganhe com maioria absoluta, chamará o CDS ao executivo. E José Sócrates, numa entrevista à TVI, na terça-feira, admitiu que é "possível e desejável" um entendimento com Passos Coelho. O PSD reagiu à oferta com desconfiança.
De resto, a geometria dos governos de coligação está algo condicionada pelas declarações públicas do próprio Presidente.
Primeiro foram as notícias sobre a exigência de Cavaco Silva de um governo de maioria a seguir às eleições. De início, de forma mais subtil, na mensagem em que anunciou a dissolução do Parlamento e a convocação de legislativas. Depois, com todas as letras, no discurso do 25 de Abril, o Presidente da República afirmou: "Todos os partidos devem perceber, de forma muito clara, que, independentemente daquilo que os divide, é imperioso criar espaço de entendimento." E mais: "O governo saído das eleições de 5 de Junho deve dispor de apoio maioritário na Assembleia da República."
Pelo que um acordo de incidência parlamentar pode ser considerado pouco forte para enfrentar a situação de crise do país em vésperas de receber a ajuda externa da União Europeia, depois da Grécia e da Irlanda.

publicado em O Público

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