Mais de 600 personalidades do setor público e executivos de grandes empresas estarão reunidos no Rio de Janeiro de quarta a sexta-feira para discutir os rumos da economia da região no VI Fórum Económico Mundial da América Latina.
Anfitriã do evento, a Presidente Dilma Rousseff fará uma palestra para marcar a abertura das discussões de quinta-feira, ao lado do fundador e atual diretor do Fórum, Klaus Schawb.
O encontro, que reúne lideranças políticas, sociais e económicas, debaterá questões sobre os desafios económicos e de desenvolvimento para a América Latina, após duas edições em que as possibilidades de crescimento foram ofuscadas pela necessidade de se discutir saídas para a crise mundial.
Em 2009, quando o Rio de Janeiro também foi a sede do evento, a maior parte dos painéis do Fórum foram para discutir a crise global.
Embora questões ligadas aos desequilíbrios macroeconómicos da região também tenham entrado na agenda deste ano, outros painéis, mais otimistas, discutirão, por exemplo, a presença feminina em lideranças económicas e as possibilidades de criação de empregos.
Nota-se ainda um enfoque nas questões ligadas às infraestruturas do continente, até hoje carente no que diz respeito à interligação dos seus sistemas de transporte e comunicações.
Uma sessão especial dedicada ao tema contará com a presença do ex-presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles, escolhido pela Presidente para ser a máxima autoridade pública a responder pelos Jogos Olímpicos.
A falta de infraestruturas nos aeroportos brasileiros é uma das principais preocupações dos organizadores, não só nos Jogos Olímpicos, que ocorrerão no Rio de Janeiro, mas também do Mundial de Futebol de 2014, que acontecerá em diferentes cidades do país.
Na sexta-feira, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, falará sobre os investimentos em desportos ao lado do ex-primeiro-ministro britânico e atual representante das Nações Unidas para o Médio Oriente, Tony Blair.
Blair deverá expor aos representantes brasileiros a sua experiência durante os preparativos em Londres para acolher os próximos Jogos Olímpicos, em 2012.
O meio ambiente e os desafios perante as alterações climáticas receberão atenção à parte, com um debate focado em quais devem ser as novas metas e compromissos ambientais a serem cumpridos, perto de completar 20 anos da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD).
Os eventos políticos recentes ocorridos no mundo árabe também serão tema de debate num ciclo de conversas que discutirá as responsabilidades dos países na defesa dos direitos humanos.
publicado na Agência Lusa
América Latina é estrela do Fórum Econômico Mundial no Rio de Janeiro
Uma legião de representantes do mundo dos negócios chegou ao Fórum Econômico Mundial da América Latina com a crença de que a região está mais importante. É essa a motivação que levou um número recorde de inscritos a participarem da edição do Fórum que começou nesta quarta-feira (27/04) no Rio de Janeiro.
Depois de seguidos anos focados em descobrir o que havia de errado com a região – falhas na democracia, desequilíbrios econômicos, problemas sociais –, desta vez os mais de 700 representantes que atuam no topo da pirâmide de liderança econômica se concentram em discutir a continuidade do progresso latino-americano.
O carro-chefe dessa pujança é a economia brasileira, que cresce a taxas acima dos 5% desde 2007. Mas o Brasil não está sozinho no centro dos negócios regionais. E é por isso que, para Donna Hrinak, executiva da PepsiCo nos Estados Unidos, o planeta deve prestar mais atenção: "Agora é hora de ir além, de não apenas notar o que a América Latina tem feito, e perguntar como a região pode contribuir com o resto do mundo."
Vitrine brasileira
Martin Sorrel, diretor da WPP, maior grupo de serviços de comunicação do mundo, admite que América Latina tende a ficar um pouco esquecida no meio empresarial. E adverte logo: "esse fato é um erro".
"O Brasil está levando a região para frente. Com o brilhante trabalho feito por Lula e, agora, pela presidente Dilma Rousseff", avalia Sorrel. E, em parte, a garantia do futuro sucesso latino-americano vai continuar temporariamente em mãos brasileiras. Isso porque o mundo está de olho em oportunidades regionais com base nos dois grandes eventos esportivos sediados no Brasil, a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
O desenvolvimento positivo do México – apesar de muitas vezes ofuscado pela violência do narcotráfico – também impulsiona a região. Assim como o desempenho da Argentina, que em 2010 registrou um crescimento de 9,2% do PIB, fato tido como "quase milagroso" por muitos empresários.
Na lista dos Top 5 da América Latina também estão Colômbia e Chile. Esse último é um país menor em termos de população, mas com crescimento estável. No ano passado, a expansão do seu PIB foi de 5,2%, taxa admirável frente ao terremoto devastador registrado em fevereiro de 2010.
A previsão da firma de consultoria PricewaterhouseCoopers, num estudo feito especialmente para o Fórum, é que o crescimento argentino continue acima do brasileiro em 2011. Argentina e Brasil devem crescer 5% e 4,2%, respectivamente, segundo a empresa de consultoria. O México vem em terceiro, com 4%. Os três países são também os únicos da América Latina que fazem parte do G20.
Dez anos pela frente
Essa edição do Fórum quer ajudar a abrir mais espaço no caminho rumo à prosperidade definitiva da região. Com uma população de um pouco mais de meio bilhão de habitantes, uma força jovem de trabalho e uma classe média em expansão, ainda persistem na América Latina todavia vários obstáculos, velhos conhecidos dos investidores internacionais.
A inflação é um dos fantasmas que voltou a circundar os países da região. A iniciativa privada também já está cansada de tanta burocracia e excesso de regulamentação, que atrapalham o clima de negócios. E, com o crescimento econômico, ficaram ainda mais urgentes os investimentos em infraestrutura, educação e inovação – chaves para aumentar a competitividade.
Sobre o Fórum Económico Mundial: aqui.
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