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Ministro das Finanças avança ao JN que "Portugal vai pedir ajuda externa"

Posted: 6 de abr. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , ,

Leio no Jornal de Notícias:

O ministro das Finanças entende que Portugal tem de pedir ajuda já. Em resposta por escrito a perguntas colocadas pelo Negócios Fernando Teixeira dos Santos afirma que "é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu".
Fernando Teixeira dos Santos considera que Portugal precisa de pedir ajuda, num conjunto de perguntas feitas por escrito.

A ser verdade, a notícia é verdadeiramente surpreendente porque contraria em absoluto o finca pé público do Primeiro-ministro em recusar qualquer possibilidade de recorrer à ajuda externa. Recorde-se que Sócrates chegou mesmo a afirmar não «estar disponível» para governar com o FMI. A confirmarem-se as declarações de Teixeira dos Santos, aguarda-se que Sócrates se explique. Veremos como: se desmentirá o ministro das Finanças ou se vai corroborar a sua tese. Veremos, em ambos os casos, com que argumentos  o fará. Aliás, nem sequer se entende muito bem porque razão é Teixeira dos Santos e não Sócrates a comunicar uma tal bomba!...
A entrevista para ler na íntegra, clicando no link a baixo.



Negócios: Portugal deve pedir ajuda já, conforme apelam os banqueiros e os economistas em geral? A dimensão da dívida que se tem que pagar daqui a um ano não o preocupa?

Fernando Teixeira dos Santos: O país foi irresponsavelmente empurrado para uma situação muito difícil nos mercados financeiros. Perante esta difícil situação, que podia ter sido evitada, entendo que é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu em termos adequados à actual situação política. Tal exigirá, também, o envolvimento e o comprometimento das principais forças e instituições políticas nacionais.

JdN: Como avalia os resultados do leilão de hoje, nomeadamente no que respeita às taxas de juro?

FTS: O leilão de hoje expressa bem a deterioração das condições dos mercados após a rejeição do PEC. A procura externa é bem menor e as taxas reflectem o agravamento, sem precedentes, registado nas últimas semanas em virtude do aumento da incerteza que paira sobre o país.

JdN: Quem foram os compradores (mais portugueses ou estrangeiros) e se o Governo está a dar orientações às empresas públicas (seguradoras e Fundo da SS) para comprarem dívida pública?

FTS: A colocação foi em mais de 90% doméstica repartida por várias entidades. A Segurança Social não adquiriu dívida neste leilão.

JdN: Portugal tem condições de encontrar os recursos necessários para pagar as suas dívidas (do Estado e das empresas públicas) até que o novo Governo entre em funções? E qual é o montante dos compromissos do Estado até ao Verão?

FTS: O Ministério das Finanças tem estado vigilante e diligente no acompanhamento da situação dos mercados financeiros e da sua repercussão nas condições gerais de financiamento do país. Apesar das visíveis e gravíssimas consequências resultantes da crise política aberta pela rejeição do PEC, Portugal honrará os seus compromissos financeiros tomando, para o efeito, as iniciativas necessárias de modo a assegurar os meios indispensáveis.

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