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Ainda a propósito do vídeo que está a fazer sucesso nas redes sociais

Posted: 7 de mai. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , , ,

por Miguel Portas

Estou a ver surgir o vídeo, apresentado pela imagem abaixo, nas paredes de muitos amigos e é possível que ele se torne viral. Venho aqui, desde já explicar o que penso.
Antes de mais, não pude deixar de sorrir ao vê-lo. Ele apela a um instinto primário a que poucos se podem sentir alheios. Esse instinto é o amor pela terra natal. Outro nome é nacionalismo. É um sentimento normal e saudável, desde que não usado contra terceiros.Ora, começam aí as minhas reticências em relação ao dito. De facto, se há uma facção política Finlandesa que aparentemente se apresenta contra nós, os True Finns, ela não é maioritária na Finlândia, nem representa os Finlandeses. Afinal teve menos de 20% dos votos nas últimas eleições, que, lá como cá, tem uma abstenção elevada.
Depois, parece-me que a verdadeira agenda política desde vídeo está escondida. Dizem-nos na comunicação social que os Finlandeses (sic) não nos querem ajudar, emprestando-nos dinheiro. Somos, por isso, condicionados a bater palmas a este vídeo que "ralha" com os "malditos Finlandeses" que não nos querem ajudar a "salvar-mo-nos". Ou seja, implícitamente estamos a reconhecer como certa a teoria oficial, de que o empréstimo que estamos prestes a contrair ao FMI+CE, é necessário e de que precisamos dele. Ora, como certamente sabem, essa ideia não é consensual. Eu sou dos que pensa que este empréstimo não só é desnecessário, como não nos vai ajudar em nada, antes pelo contrário. Todos os que pensam como eu, e há pelo menos duas forças políticas concorrentes às eleicções legislativas de 5 de Junho que tomam esta posição, estão a ser silenciadas por este vídeo e pela reacção primária que o mesmo provoca.
O vídeo é insidioso e perigoso. Se o divulgarem não se esqueçam de expressar as vossas reservas, se as tiverem. Em vez de servirem só como agente transmissor de um qualquer vírus, ajudem ao esclarecimento e à luta contra a ditadura do pensamento único. Afinal, se vocês forem na rua e alguém gritar "Saltem!", vocês não saltam... ou saltam?

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