Tal como Paes Loureiro o concebe, «o Café Central é um espaço simbólico deflagrador de alegorias na realidade narrativa. Sendo lugar de poetas, escritores, pintores, teatrólogos, professores, estudantes, jornalistas, boêmios e visitantes, tornou-se um espaço de livre circulação das ideias antes e depois da deflagração da ditadura militar, a partir do que sua resistência foi sendo enfraquecida».
Nascido em Abaetetuba (município do Baixo Tocantins), autor consagrado com dezenas de livros de poesia publicados, Paes Loureiro concretiza enfim um projeto acalentado por mais de 20 anos. «É a concretização de um sonho antigo. E este não será único. É minha fase de prosa ficcional que a poesia espia debruçada em minha alma», confessa ao traduzir o significado deste romance na sua carreira.
A história que começa no Café Central, após a sede da União Acadêmica Paraense (UAP) ter sido invadida pela Polícia Militar, logo no começo dos governos militares. A partir daí, a realidade do personagem é composta por fugas constantes, para não cair nas garras do temido Departamento de Ordem Política e Social (Dops). De uma pensão na zona de prostituição da cidade, parte para a terra natal do autor, Abaetetuba, buscando refugio nas muitas ilhas da região. Acontece que essa trajetória conduz o personagem ao Rio de Janeiro, onde acaba preso, colocando-o só mais tarde novamente no ambiente inicial do Café Central.
Como o autor explica:
A obra consiste em uma narrativa da impossibilidade do homem, do ser, ficar fora do tempo e suas circunstâncias. Mesmo que tente se refugiar em alguma forma de exílio, ou no mito, ou no passado, o presente produz suas armadilhas e as circunstâncias suas situações de realidade. Nem sempre se pode fugir aos efeitos do real com que o destino tenta contrapor-se ao imaginário.Não é, portanto, a história do Café Central, mas a alegoria dos espelhos que recobriam as paredes com seu imaginário cristalizado que justifica o subtítulo: “O tempo submerso nos espelhos”. É um ponto de partida e chegada, pois o romance apresenta vários outros espaços dramáticos ficcionalizados além do Café Central: a Pensão da Naty na zona da prostituição, a região das Ilhas em Abaetetuba, a prisão do Cenimar da Marinha no Rio de Janeiro, e, finalmente, o retorno ao Café Central.
Sobre o autor
João de Jesus Paes Loureiro é poeta, prosador e ensaísta. Professor de Estética e Arte, doutorou-se em Sociologia da Cultura na Universidade Sorbonne, em Paris, onde defendeu a tese Cultura amazônica: uma poética do imaginário. Toda a sua obra poética encontra universalidade na construção a partir de signos do mundo amazônico – cultura, história, imaginário – abrindo assim a uma cosmovisão e particular leitura do mundo contemporâneo. Dialogando com as principais fontes e correntes literárias da actualidade, Paes Loureiro realiza uma obra original, quase uma suma poética de compreensão sensível do mundo por meio das fontes amazônicas, em que o mito se revela como metáfora do real.
No que se refere ao trabalho ensaístico, a obra de Paes Loureiro é marcada pela preferência de temas e reflexões de carácter transversal, seja no âmbito da cultura, da estética, a semiótica, do imaginário, da poética. De um modo geral, o seu ponto de partida é a realidade cultural da Amazônia.
Com Altar em chamas, editado pela Civilização Brasileira, obteve, em 1984, o prémio nacional de poesia da APCA. Com a edição bilíngue (português/alemão) do livro de poemas Romance das três flautas, publicado pela Roswitha Kempf Editora em 1987, foi um dos finalistas ao Prêmio Jabuti do mesmo ano. Fazem ainda parte da sua obra: Pássaros da terra (teatro), em 1999; Obras reunidas (4 volumes), em 2000; Do coração e suas amarras, em 2001; Fragmento/Movimento, em 2003 e Água da Fonte, em 2006, todos com a chancela da Escrituras Editora. Pela francesa Acte-Sud, publicou ainda, Au-delà du méandre de ce fleuve, em 2002. A sua obra está editada em Portugal e foi traduzida na Alemanha, França, Itália e Japão.
Com Altar em chamas, editado pela Civilização Brasileira, obteve, em 1984, o prémio nacional de poesia da APCA. Com a edição bilíngue (português/alemão) do livro de poemas Romance das três flautas, publicado pela Roswitha Kempf Editora em 1987, foi um dos finalistas ao Prêmio Jabuti do mesmo ano. Fazem ainda parte da sua obra: Pássaros da terra (teatro), em 1999; Obras reunidas (4 volumes), em 2000; Do coração e suas amarras, em 2001; Fragmento/Movimento, em 2003 e Água da Fonte, em 2006, todos com a chancela da Escrituras Editora. Pela francesa Acte-Sud, publicou ainda, Au-delà du méandre de ce fleuve, em 2002. A sua obra está editada em Portugal e foi traduzida na Alemanha, França, Itália e Japão.
Lançamento do livro “Café Central – O tempo submerso nos espelhos”
Data: 26 de Mmaio, quinta-feira.
Horário: 19h
Local: Polo Joalheiro São José Liberto.
Endereço: Espaço São José Liberto (Praça Amazonas, s/n, bairro Jurunas)
João de Jesus Paes Loureiro
Nasceu em Abaetetuba, cidade paraense situada à margem do Rio Tocantins, em 23 de Junho de 1939, onde passou a infância e adolescência e realizou seus primeiros estudos. Em Belém do Pará, cursou a Faculdade de Direito e a Faculdade de Letras, Artes e Comunicação, na Universidade Federal do Pará. De 1964 até 1976, em decorrência de sua poesia, militância política e idéias democráticas, foi perseguido e várias vezes preso pela ditadura militar, sofrendo torturas, graves perseguições e privações de oportunidades profissionais. No final da década de 70 tornou-se, por concurso público, professor de Educação Artística na Escola Técnica Federal do Pará e de História da Arte, Introdução à Filosifia e, depois, Estética Cultura e Comunicação, na UFPA. Tornou-se Mestre em Teoria Literária e Semiologia, pela PUC de Campinas em 1984 e Doutor em Sociologia da Cultura pela Sorbonne, Paris, França, em 1990. A partir de 1983 exerceu as funções de Secretário Municipal de Educação e Cultura de Belém, Superintendente (e criador) da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, Secretário de Cultura do Pará, Secretário de Educação do Pará e, atualmente, Presidente ( e criador ) do Instituto de Artes do Pará.
Obras reunidas de João de Jesus Paes Loureiro
A Escrituras Editora, Prêmio APCA 99 (Associação Paulista de Críticos de Artes) – Melhor Produção Editorial em Literatura, está lançando OBRAS REUNIDAS, de JOÃO DE JESUS PAES LOUREIRO.
Obras Reunidas, de Paes Loureiro, é um marco significativo para a poesia da Amazônia e também do Brasil.
Sendo um poeta que também teoriza sobre a poesia, nesta reunião se corporifica toda uma poética de Paes Loureiro, original, inventiva, mítica, universal. Uma verdadeira encantaria da linguagem, como, nessa poética, ele mesmo conceitua a poesia.
Sendo um poeta que também teoriza sobre a poesia, nesta reunião se corporifica toda uma poética de Paes Loureiro, original, inventiva, mítica, universal. Uma verdadeira encantaria da linguagem, como, nessa poética, ele mesmo conceitua a poesia.
A obra é composta por quatro volumes encadernados em capa dura e acondicionados em luxuoso estojo.
Volume 1
Assunto: poesia
Assunto: poesia
A trilogia poética Cantares Amazônicos é constituída pelos livros: Porantin(o mundo das origens, o mundo encantado na linguagem mítica), Deslendário (o mundo amazônico corroído pela violência que destrói o homem e degrada a inocência lendárica da cultura) e Altar em chamas (a temática urbana, seus conflitos e reminiscências do campo e a introdução da modenidade poética na literatura amazônica)
Prefácio: Benedito Nunes
Prefácio: Benedito Nunes
Volume 2
Assunto: poesia
Assunto: poesia
A poesia de Paes Loureiro, ainda que motivada pela cultura e história social da Amazônia, revelando a visão universalizada do ribeirinho, abre-se também para temas universais e recorrentes da poesia e do mundo. O grande domínio das linguagens poéticas, seja da tradição lírica ocidental, seja das experiências modernas e mesmo das vanguardas, garante às obras reunidas neste livro uma posição entre o que há de mais significativo na poesia de nosso tempo.
Prefácio: Fábio Lucas
Prefácio: Fábio Lucas
Volume 3
Assunto: teatro / poesia
Assunto: teatro / poesia
O teatro de Paes Loureiro tem sempre uma fundamentação poética e alegórica. Inspirando-se em questões decorrentes de conflitos sociais e históricos é, de certa maneira, um teatro épico que constrói uma fascinante alegoria do mundo amazônico como palco das questões universais do amor, da liberdade, da utopia. A segunda parte deste livro é formada por ensaios sobre poesia e cultura amazônica.
Neles, pode-se ter uma compreensão da estética de Paes Loureiro, sua visão de mundo, seu humanismo, sua vivência poética compreensiva e essencial.
Prefácio: Octavio Ianni
Neles, pode-se ter uma compreensão da estética de Paes Loureiro, sua visão de mundo, seu humanismo, sua vivência poética compreensiva e essencial.
Prefácio: Octavio Ianni
Volume 4
Assunto: poesia
Assunto: poesia
Cultura Amazônica: uma poética do imaginário é a tese de doutoramento de Paes Loureiro, elaborada na Sorbonne-Paris, sob a orientação de Michael Maffesoli.
Apresenta uma análise da cultura amazônica sob o ângulo dominante de uma poética advinda do imaginário. O mais importante conceito formulado, além do imaginário poetizante como o ponto vélico da cultura amazônica, o de conversão semiótica – processo de mudança na qualidade do signo no movimento de deslocamento de sua função dominante.
Prefácio: Michael Maffesoli
Apresenta uma análise da cultura amazônica sob o ângulo dominante de uma poética advinda do imaginário. O mais importante conceito formulado, além do imaginário poetizante como o ponto vélico da cultura amazônica, o de conversão semiótica – processo de mudança na qualidade do signo no movimento de deslocamento de sua função dominante.
Prefácio: Michael Maffesoli
Obras Literárias:
· Tarefa: Pará: Falângola, 1964.
· Cantigas de amar de amor e de paz – poesia. Belém: Graf. Globo, 1966.
· Epístolas e Baladas – poesia. Belém: Grafisa, 1968.
· Remo Mágico – poesia. Belém: Graf. Sagrada Família, 1975.
· Enchente amazônica – poesia. Separata publicada pelo Conselho de Cultura do Pará, 1976.
· Porantin: poesia, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
· Deslendário: poesia, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
· Pentacantos: poesias. São Paulo: Roswitha Kempf, 1984
· Cantares Amazônicos: poesia. São Paulo: Roswitha Kempf, 1985.
· “O Ser Aberto”. Belém: Cejup, 1987.
· Romance das três flautas ou de como as mulheres perderam o domínio sobre os homens: poesia. Tradução para o alemão de Hildegard Fauser-Werle. Ed. Bilíngüe. São Paulo: Roswitha Kempf, 1987.
· O Poeta Wang Wei ( 699 – 759 AD ) Na visão de Sun Chin e João de Jesus Paes Loureiro: poesia. Ed.Bilíngüe. São Paulo: Roswitha Kempf, 1988.
· “Artesão das Águas”. Belém: Cejup/Universidade Federal do Pará, 1989.
· Iluminações/Iluminuras: poesia. Tradução para o japonês Kikuo Furuno. Ed.Bilíngüe Roswitha Kempf, 1988.
· Altar em chamas e outros poemas. São Paulo: Cejup Cultural, 1989.
· “Elementos de Estética”. Belém: Cejup, 1989.
· Cinco palavras amorosas à Virgem de Nazaré: poesia. Belém: Cejup Cultural, Belém-PA, 1989.
· Tarefa: poesia. feed. Fac-similar. Pará: Falângola, 1989.
· Erleuchtungen/Malereien (Iluminações/Iluminuras). Tradução para o alemão Michael V. Killischh. Munique: Horn, 1990.
· Cantares Amazônicos: coletânea de poemas. Ed.Bilíngüe. Português e Italiano, lançado em L’Aquila, Itália. Pará: Falângola, 1990.
· Cantares Amazônicos. Berlin, Alemanha (em português e alemão), 1991.
· “Cultura Amazônica – uma poética do imaginário”. Belém: Cejup, 1991.
· Un Complainte pour Chico Mendes. Tradução Lyne Strouc. Foire International Terres de L’Avenier-CCFD. Paris, França, 1992.
· “A poesia como encantaria da linguagem – Hino Dionisíaco ao Boto”. Belém: Cejup, 1992.
· Altar em Chamas: poesia, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1992.
· “Belém. O Azul e o Raro”. Belém: Edição de Violões da Amazônia, 1998.
· “Pássaro da Terra”: teatro. São Paulo: Escrituras, 1999.
· Cantigas de amar de amor e de paz – poesia. Belém: Graf. Globo, 1966.
· Epístolas e Baladas – poesia. Belém: Grafisa, 1968.
· Remo Mágico – poesia. Belém: Graf. Sagrada Família, 1975.
· Enchente amazônica – poesia. Separata publicada pelo Conselho de Cultura do Pará, 1976.
· Porantin: poesia, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
· Deslendário: poesia, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
· Pentacantos: poesias. São Paulo: Roswitha Kempf, 1984
· Cantares Amazônicos: poesia. São Paulo: Roswitha Kempf, 1985.
· “O Ser Aberto”. Belém: Cejup, 1987.
· Romance das três flautas ou de como as mulheres perderam o domínio sobre os homens: poesia. Tradução para o alemão de Hildegard Fauser-Werle. Ed. Bilíngüe. São Paulo: Roswitha Kempf, 1987.
· O Poeta Wang Wei ( 699 – 759 AD ) Na visão de Sun Chin e João de Jesus Paes Loureiro: poesia. Ed.Bilíngüe. São Paulo: Roswitha Kempf, 1988.
· “Artesão das Águas”. Belém: Cejup/Universidade Federal do Pará, 1989.
· Iluminações/Iluminuras: poesia. Tradução para o japonês Kikuo Furuno. Ed.Bilíngüe Roswitha Kempf, 1988.
· Altar em chamas e outros poemas. São Paulo: Cejup Cultural, 1989.
· “Elementos de Estética”. Belém: Cejup, 1989.
· Cinco palavras amorosas à Virgem de Nazaré: poesia. Belém: Cejup Cultural, Belém-PA, 1989.
· Tarefa: poesia. feed. Fac-similar. Pará: Falângola, 1989.
· Erleuchtungen/Malereien (Iluminações/Iluminuras). Tradução para o alemão Michael V. Killischh. Munique: Horn, 1990.
· Cantares Amazônicos: coletânea de poemas. Ed.Bilíngüe. Português e Italiano, lançado em L’Aquila, Itália. Pará: Falângola, 1990.
· Cantares Amazônicos. Berlin, Alemanha (em português e alemão), 1991.
· “Cultura Amazônica – uma poética do imaginário”. Belém: Cejup, 1991.
· Un Complainte pour Chico Mendes. Tradução Lyne Strouc. Foire International Terres de L’Avenier-CCFD. Paris, França, 1992.
· “A poesia como encantaria da linguagem – Hino Dionisíaco ao Boto”. Belém: Cejup, 1992.
· Altar em Chamas: poesia, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1992.
· “Belém. O Azul e o Raro”. Belém: Edição de Violões da Amazônia, 1998.
· “Pássaro da Terra”: teatro. São Paulo: Escrituras, 1999.
Poemas inclusos nas seguintes antologias:
Literatura Brasileira em Curso. Seleção de Riedel, Dirce: Bloch Editores, 1968.
II Brasile Atraverso La Poesia: Seleção de Savino, Mombelli. Milão, Itália: AVE, 1969.
Antologia da Cultura Amazônica. Amazônia Edições Culturais Ltda, Vol. 2, páginas 333/335.
Poemas publicados na revista Gaceta do Instituto Colombiano de Cultura, 1982.
Poemas publicados na revista Religião e Sociedade. Rio de Janeiro, Brasil, 1983.
Gesange des Amazonas: Poemas/Gedichto. Berlim DIÁ, 1991.
II Brasile Atraverso La Poesia: Seleção de Savino, Mombelli. Milão, Itália: AVE, 1969.
Antologia da Cultura Amazônica. Amazônia Edições Culturais Ltda, Vol. 2, páginas 333/335.
Poemas publicados na revista Gaceta do Instituto Colombiano de Cultura, 1982.
Poemas publicados na revista Religião e Sociedade. Rio de Janeiro, Brasil, 1983.
Gesange des Amazonas: Poemas/Gedichto. Berlim DIÁ, 1991.
Outros trabalhos:
Inventário cultural e turístico do Pará. Funarte/Idesp/Cecult.
Proposta Modular de Educação e Cultura – SEMEC. Cadernos de Cultura, 1985.
Proposta Contextual de Educação Infantil – SEMEC. Cadernos de Cultura, 1986.
Projeto PREAMAR: O Pará e a Expressão Amazônica – Boletim da Fundação Cultural “Tancredo Neves”, 1996.
Proposta Modular de Educação e Cultura – SEMEC. Cadernos de Cultura, 1985.
Proposta Contextual de Educação Infantil – SEMEC. Cadernos de Cultura, 1986.
Projeto PREAMAR: O Pará e a Expressão Amazônica – Boletim da Fundação Cultural “Tancredo Neves”, 1996.
Discos:
Disco com músicas de sua autoria – Escorpião/Rosembi, 1974.
Até a Amazônia - músicas com Quinteto Violado. Rio de Janeiro, Phonogran, 1975.
Rostos da Amazônia – poesia, com Sebastião Tapajós ao violão. Rio de Janeiro, Phonogran, 1985.
O Rei e o Jardineiro – com Quinteto Violado. Produção independente, 1995.
Belém. O Azul e o Raro – (para ler como quem anda nas ruas) Poesia e Música com Salomão Habib, 1998.
Até a Amazônia - músicas com Quinteto Violado. Rio de Janeiro, Phonogran, 1975.
Rostos da Amazônia – poesia, com Sebastião Tapajós ao violão. Rio de Janeiro, Phonogran, 1985.
O Rei e o Jardineiro – com Quinteto Violado. Produção independente, 1995.
Belém. O Azul e o Raro – (para ler como quem anda nas ruas) Poesia e Música com Salomão Habib, 1998.
Obras Premiadas:
· Ilha da Ira. Primeiro Prêmio do Serviço Nacional de Teatro, Ministério da Educação, Rio de Janeiro, 1976.
· A Procissão do Sayrê. Inacen/MEC – Rio de Janeiro, 1977.
· Altar em Chamas. Prêmio de Poesia, pela Associação Paulista de Críticos de Artes – APCA. São Paulo, 1994.
· A Procissão do Sayrê. Inacen/MEC – Rio de Janeiro, 1977.
· Altar em Chamas. Prêmio de Poesia, pela Associação Paulista de Críticos de Artes – APCA. São Paulo, 1994.
(...)
A epopéia amazônica de João de Jesus Paes Loureiro
"Belém, na tua rede de mangueiras/ na verde solidão das altas horas/ o rio te põe no colo e te acalenta/ o rio te põe no colo e te apascenta/ o rio te põe no colo e te deflora"
(João de Jesus Paes Loureiro)
Poeta, folclorista, ensaísta e dramaturgo. Esses são alguns dos adjetivos que se pode atribuir ao escritor paraense João de Jesus Paes Loureiro. Nascido em Abaetetuba, no Estado do Pará, em 26 de junho, viveu a infância e adolescência às margens do rio Tocantins e atualmente vive em Belém. O contato íntimo com o ambiente amazônico desde tenra idade foi responsável por fazer florescer o dom da poesia no autor que se revelaria um dos maiores destaques da literatura paraense.
Paes Loureiro é formado em Direito, Letras, Artes e Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará e é professor de Educação Artística, Filosofia e Comunicação na mesma instituição. Possui títulos de Mestre em Teorias Literárias e Semiologia e de Doutor em Sociologia da Cultura. Já atuou na Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Belém, na Secretaria de Cultura do Pará e na Secretaria de Educação do Pará. Foi superintendente e criador da Fundação Cultural do Pará - Tancredo Neves, bem como fundador e presidente do Instituto de Artes do Pará (IAP).
Na literatura, a obra de João de Jesus Paes Loureiro é um marco significativo para a poesia da Amazônia. O rico e abrangente universo amazônico é o grande poema de Paes Loureiro. As lendas, mitos, as populações tradicionais e o folclore da Região são os principais enfoques da literatura do autor que impressiona pela originalidade e fascina pela lúdica criatividade poética.
Dentre a vasta obra de Loureiro, destacam-se Porantin (1979), Deslendário (1981), Cantares amazônicos (1985), Altar em chamas (1989), Elemento de estética (1989) e "Cultura amazônica - uma poética do imaginário" (1991), a qual consiste na tese de doutorado do escritor elaborada, em 1990, em Sorbonne, Paris, França. A poesia de João Paes Loureiro revela uma visão de mundo marcada por intenso humanismo e por uma capacidade compreensiva da realidade que o cerca acima dos padrões do normal e fora do âmbito da simples experimentação.
Além do universo mítico, da cultura e história social da Amazônia, o poeta também se interessa por temáticas que tratam do mundo como um todo e da própria poesia (metalinguagem). Suas experiências de vanguarda lhe renderam a prisões, perseguições e até tortura, durante o regime militar, no período de 1964 a 1976. No entanto, a poética de João de Jesus Paes Loureiro se sobressaiu com a introdução da modernidade na literatura paraense.
A qualidade da produção literária de Paes Loureiro lhe proporcionou várias premiações como o Primeiro Prêmio do Serviço Nacional de Teatro (1976) pela peça Ilha da Ira, o Prêmio INACEN/MEC (1977) por Procissão do Sayrê, o Prêmio de Poesia (1994) da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) pela obra Altar em chamas e o Prêmio Jabuti (1998) por Romance das três flautas ou de como as mulheres perderam o domínio sobre os homens (1987).
A consciência social e o moderno apelo ecológico que João Paes Loureiro demonstra em sua obra são frutos de um amor incondicional pela Amazônia. Loureiro "come, bebe e respira" a Amazônia, em suas veias corre o sangue do orgulho nativo que pulsa ao ritmo da correnteza dos rios da região. Sua imaginação, povoada pelas criaturas fantásticas do folclore amazônico, flutua sobre a mata verde e virgem do Norte brasileiro e faz surgir a sofisticada e infindável epopéia que declara o amor do escritor pela misteriosa região onde plantou suas raízes.
Obras do Autor
Tarefa (1964); Cantigas de amar, de amor e de paz (1966); Epístolas e baladas (1968); Remo mágico (1975); Enchente amazônica (1976); Porantin (1979); Deslendário (1981); Pentacantos (1984); Cantares amazônicos (1985); O ser aberto (1987); Romance das três flautas ou de como as mulheres perderam o domínio sobre os homens (1987); O poeta Wang Wei (1988); Artesão das águas (1989); Iluminações/Iluminuras (1988); Altar em chamas e outros poema (1989); Elementos de estética (1989); Cinco palavras amorosas à Virgem de Nazaré (1989); Tarefa (1989); "Cultura amazônica - uma poética do imaginário" (1991); Un Complainte pour Chico Mendes (1992); A poesia como encantaria da linguagem (1992); Altar em chamas (1992); Belém. O azul e o raro (1998); Pássaro da terra (1999).
fonte: UFPA
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