Leio na RTP:
O líder do PSD admitiu esta quinta-feira que, caso venha a ganhar as eleições, poderá vir a ter de reestruturar a dívida externa portuguesa devido ao falhanço do acordo de ajuda externa.
A proposta é do Bloco de esquerda. É necessário reestruturar a dívida portuguesa. Quer o partido de governo, o PS, quer o maior partido da oposição, o PSD, se têm afirmado contra essa reestruturação da dívida.
Pedro Passos Coelho abriu pela primeira vez esta quinta-feira o caminho para uma possível reestruturação caso venha a ser governo depois das eleições do próximo mês de Junho. Admitiu, mas sempre foi avançando que, a acontecer, seria por culpa do Partido Socialista e do Governo de José Sócrates, que acusou de “esperteza saloia”.
O líder laranja atira para Sócrates a responsabilidade de, com a sua atitude, poder fazer que Portugal venha a falhar o cumprimento do acordo assinado com a troika e que o próximo governo possa ver-se obrigado a reestruturar a dívida externa portuguesa.
O primeiro-ministro tem, na opinião do candidato a líder de um futuro governo social-democrata, uma "conversa de que vamos sair de uma crise gravíssima em que ele nos colocou apenas a fazer de conta que a coisa se resolve por si própria, agora que vamos ter o dinheiro" emprestado por instituições internacionais.
Ora, Passos alerta que essa situação é falsa e que, "se este tipo de atitude se mantiver nos próximos anos, aquilo vai acontecer ao cumprimento deste acordo" é o que aconteceu com compromissos anteriores do atual Governo, ou seja, não vai ser cumprido.
"Continuaremos a falhar e, se continuarmos a falhar, então já não é só a bancarrota, então é um desastre por muitos anos em Portugal, é aquilo a que o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista chamam a reestruturação da dívida", considerou Passos Coelho.
Dá o exemplo da Argentina. "É olhar para a Argentina e ver o que se passou: quase 30 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina foi destruído".
"Não imaginam as décadas que é necessário esperar para recuperar a riqueza que foi perdida e a injustiça que se cria com isso, e é isso que nós queremos evitar", acrescentou.
O certo é que é o primeiro líder de um partido do chamado arco do poder a admitir sequer essa possibilidade.
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