Ontem, a polícia já tinha identificado dois suspeitos da morte de líder camponês do Dinho, líder do Movimento Camponês Corumbiara, uma das quatro pessoas que foram assassinadas no espaço de dois dias na Região Amazônia, por trabalhar na defesa da floresta. Hoje um desses suspeitos já está preso.
Leio em O Globo:
O agricultor Ozéas Vicente Machado, 38, principal suspeito de ter assassinado o líder do Movimento Camponês Corumbiara (MCC), Adelino Ramos, 57, no último dia 27, se entregou à Polícia de Rondônia na manhã desta segunda-feira. A informação foi dada pelo secretário de Segurança Pública de Rondônia, Marcelo Bessa, durante uma coletiva à imprensa às 15h de segunda-feira. Adelino era conhecido por denunciar madeireiros ilegais da região amazônica e também por ser um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara, em 1995.
De acordo com Bessa, Machado foi à Delegacia de Extrema, Distrito de Rondônia, localizado a 45 quilômetros do local do assassinato de Adelino, no Distrito de Vista Alegre do Abunã. Em depoimento à polícia, o agricultor negou participação no crime e disse que se entregou porque queria prestar esclarecimentos sobre o assunto.
Ele acabou sendo preso, porque a Polícia de Rondônia conseguiu um mandado de prisão preventiva contra ele baseado em relatos de testemunhas do crime. Machado teve o foto e nome divulgados pela polícia no domingo como o único suspeito do homicídio. Após a prisão na delegacia, ele foi encaminhado à sede da Polícia Civil de Porto Velho, onde seria interrogado.
A polícia, de acordo com o secretário de Segurança Pública de Rondõnia, suspeitam de Machado porque ele foi visto por testemunhas no local onde Adelino foi assassinado e também porque os vizinhos do ruralista denunciaram que ele havia ameaçado Adelino de morte durante uma briga uma semana antes do crime. Marcelo Bessa, informou, à imprensa, também que existem suspeitas que Machado cometeu o crime a pedido de alguém.
Outra informação que veio à tona nesta segunda-feira foi que a polícia descobriu que o agricultor trabalhava na extração de madeira em Rondônia e dez dias antes do assassinato de Adelino três caminhões com toras de madeira e que ele dirigia foram apreendidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por ter origem desconhecida. A polícia não sabe informar se Adelino tinha denunciado o agricultor.
Adelino era um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara, em 1995, que ocorreu durante a desocupação da fazenda Santa Elina. Morreram no conflito dez sem-terra que estavam acampados na fazenda e dois policiais militares. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), ele informou à Ouvidoria Agrária Nacional, em 2009, que sofria ameaças de morte porque denunciava a ação de madeireiros na região da divisa entre Acre, Amazonas e Rondônia
Adelino foi uma das quatro pessoas que foram assassinadas recentemente na Região Amazônia, por trabalhar na defesa da floresta. Diante da violência, o governo convocou uma reunião, na qual resolveu criar um gabinete interministerial para monitorar a área . O secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, anunciou que o governo vai começar a dar proteção imediata ao líderes mais ameaçados.
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