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FMI assinala “riscos importantes” do empréstimo a Portugal e revê a recessão em alta

Posted: 8 de jun. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , ,

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que o programa de financiamento a Portugal, acordado em conjunto com a União Europeia, comporta riscos importantes”, apesar de dizer que espera que a capacidade de reembolso seja “suficiente”.
Esta posição consta do documento publicado ontem no sítio electrónico da instituição sobre o empréstimo a Portugal, intitulado “Portugal: Request for a Three-Year Arrangement Under the Extended Fund Facility”, sobre o resgate de 78 mil milhões de euros a Portugal, onde diz que “as medidas de política anunciadas e a credibilidade dada pelo programa apoiado pelo Fundo podem falhar em aliviar as preocupações da dívida soberana, como um impacto adverso nas perspectivas de financiamento do Governo”.
Assim, a instituição (que contribui com 26 mil milhões de euros) fala de riscos de financiamento de curto prazo para o Governo devido ao possível fecho ou contracção do mercado de Títulos do Tesouro (dívida de curto prazo) e conclui que “mesmo que o ajustamento doméstico seja feito segundo os compromissos assumidos ao abrigo do programa, pode haver repercussões decorrentes de agravamento de problemas no resto da periferia”.
Por outro lado, alerta para que a “substancial consolidação orçamental” e a “reforma estrutural” requerem “consenso social e um consenso político continuado”, e que “um crescimento menor que o esperado pode piorar a dinâmica de sustentabilidade da dívida pública”.
Há também referência aos riscos para a banca, decorrentes de custos de financiamento mais elevados, desclassificação das notas de risco (ratings) ou aumento do crédito malparado, que podem gerar maior pressão sobre os bancos nacionais e obrigar à sua recapitalização com dinheiros públicos, o que ”poderia ter efeitos macroeconómicos, orçamentais e de confiança”.

Técnicos do FMI prevêem recessão de 2,2% este ano

Os técnicos do Fundo Monetário Internacional estimam uma recessão de 2,2 por cento este ano e de 1,8 no próximo em Portugal e prevêem que o desemprego passe de 12,1 por cento este ano para 13,4 em 2012.
No documento, datado de 17 de Maio e divulgado no site do FMI na terça-feira, os peritos do FMI sublinham que Portugal enfrenta “desafios económicos imensos” e vincam que “há unanimidade [entre os peritos e as autoridades nacionais] em considerar que o baixo crescimento da economia é o principal problema”.
A “enormidade dos problemas” da economia portuguesa, afirmam, torna inevitável “uma contracção da actividade económica em 2011 e 2012”.
Na antevisão da evolução dos principais indicadores económicos, os técnicos consideram que o PIB vai contrair-se em 2,2 por cento este ano e 1,8 no próximo, crescendo 1,2 por cento em 2013, e acelerando depois para os 2,5 por cento em 2014.
No conjunto de documentos divulgados a 1 de Junho, previa-se que a economia portuguesa contraísse “à volta dos 2 por cento” neste e no próximo ano.
No que diz respeito ao desemprego, a perspectiva é de um agravamento, dos 12,1 por cento deste ano para os 13,4 em 2012 e 13,3 em 2013.
Os números sobre o défice das contas públicas são mantidos, prevendo-se que Portugal atinja os 3 por cento do PIB em 2013. Já sobre a dívida pública, a visão dos peritos aponta para que Portugal chegue a 2013 com uma dívida de 115,3 por cento do PIB, descendo depois para os 115 e 112,9 nos anos seguintes, partindo de uma base de 106,4 por cento este ano e 112,2 em 2012.
No documento técnico, que apesar de ser supervisionado por Poul Thomsen, “não reflecte necessariamente a visão do Conselho Executivo do FMI”, é explicado que o empréstimo de 26 mil milhões de euros pelo FMI, a que se juntam mais 52 mil milhões do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia, num total de 78 mil milhões, “comporta riscos significativos”.
Isto acontece porque as medidas destinadas a reduzir os problemas estruturais da economia nacional “podem não conseguir reduzir as preocupações com a crise da dívida soberana, tendo um impacto adverso nas perspectivas de financiamento”.
Os técnicos chamam também a atenção para os riscos que decorrem das próprias medidas e do seu impacto na população, salientando a necessidade dos cidadãos e da classe política apoiarem o programa de ajustamento.

Eurostat confirma queda do PIB de 0,7 por cento em Portugal no primeiro trimestre

A economia portuguesa contraiu 0,7 por cento no primeiro trimestre deste ano quer face ao trimestre anterior como em relação ao mesmo período de 2010, divulgou hoje o Eurostat.
Os dados hoje avançados pelo gabinete de estatísticas europeu confirmam a os valores divulgados em Maio por si e pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) numa estimativa rápida, que colocavam Portugal em recessão técnica.
Tendo em conta os países da União Europeia para onde há dados disponíveis, o Eurostat coloca apenas abaixo de Portugal em termos homólogos a Grécia, cuja economia se contraiu 4,8 por cento no primeiro trimestre. Já em cadeia, a Dinamarca é o único país, além de Portugal, cuja economia contrai 0,5 por cento.

Moody´s baixou rating da PT para um nível acima de lixo

A agência Moody’s baixou hoje a notação (rating) de risco de crédito da PT em um nível, de Baa2 para Baa3, que mantém a revisão de todas as notas de empresa em revisão para uma possível nova baixa futura.
A decisão desta empresa de notação de risco de crédito deixa a nota da maior operadora nacional de telecomunicações apenas um nível acima do que se designa em jargão do sector por “junk” (“lixo”). A explicação fornecida para a baixa hoje anunciada, e a perspectiva de mais descidas, é a da “expectativa de que os rácios financeiros da PT vão continuar fracos, em resultado da pressão competitiva e da provável maior deterioração dos gastos dos consumidores”, lê-se na nota que a empresa divulgou hoje no seu site.
A Moody’s  refere ainda que esta situação, a que chama de “maior enfraquecimento” do ambiente operacional, “está a ser desencadeada pelas prováveis medidas de austeridade adicionais e reformas estruturais que Portugal vai provavelmente implementar a curto ou médio prazo para atacar os problemas orçamentais do país”.
Na sexta-feira da semana passada, a agência Standard & Poors baixou também o ratingde longo prazo da Portugal Telecom, de BBB para BBB-, a apenas um nível de ser classificado como lixo.

publicado em O Público (aqui , aqui , aqui e aqui)


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