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A 1ª entrevista do futuro Prmeiro-ministro

Posted: 6 de jun. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , ,

foto: Reuters

Antes do encontro das 15h30 com o presidente da República, Pedro Passos Coelho deu a sua primeira grande entrevista, depois de eleito, a uma agência internacional de notícias, a Reuters. Disse ele:

Em primeiro lugar, é preciso não deixar qualquer dúvida quanto ao grau de compromisso com as metas [acordadas com a UE e o FMI]. (...) Portugal precisa voltar a criar uma onda de confiança nos mercados. (...) Eu acho que podemos surpreender e ir além [do acordado]. Trabalharemos o que for necessário, durante o tempo que for necessário, para que as medidas mais importantes possam ser tomadas de modo a que todos os prazos que estão previstos no acordo com a UE e FMI possam ser respeitados.
Não queremos ser um peso para os nossos parceiros, nem mais um dia, nem mais um segundo.

No momento de escolher o meio de comunicação social a quem dar a primeira grande entrevista depois de eleito, Passos Coelho escolhe a Reuters. Poderia ter escolhido a portuguesa Agência Lusa. Ou as duas ao mesmo tempo. Ou uma a seguir à outra, ou outra a seguir à uma. Mas não. Sublinho este aspecto porque não se trata de um detalhe mesquinho. Mais do que um sinal, é uma confirmação. No momento de escolher o seu primeiro destinatário após a noite eleitoral de ontem, o futuro Primeiro-ministro não hesita: o exterior. Ou seja, mais do que falar para dentro e dirigir-se aos portugueses que agora passará a governar, considera prioritário falar lá para fora e fazer-se ouvir por aqueles que o vão governar a ele. Mais do que uma palavra ao país que irá governar, entende ser mais urgente tranquilizar os países em nome dos quais lhe é agora concedido governar.
Também está bem: cá para dentro falou a noite passada. Primeiro com direito a Hino Nacional, depois em cima de uma espécie de 'trem eléctrico'. Além do mais, pode sempre voltar a falar: basta escrever o recado numa folha de papel e mandar Relvas lê-lo no intervalo de uma reunião. Falar lá para fora é outra coisa. Não é fácil, não é sempre: só às vezes, quando interessa. É preciso aproveitar a oportunidade, quando os olhos estão postos em nós e até nos querem ouvir.
E como foi eleito ontem, Pedro Passos Coelho foi hoje entrevistado pela Reuters.
O que tinha a dizer, ou achou urgente ser dito - o que vem a dar no mesmo - foi aquilo que se vê: desdobrar-se aflito numa repetição subserviente de obediência cega, custe o que custar, doa a quem doer, dê por onde der.

Está dado o tom de como que vai ser esta legislatura, com Pedro Passos Coelho e o PSD à frente do Governo de Portugal: subserviência internacional absoluta. Não é nenhuma novidade, nem constitui nada que já não se esperasse. Bastava para tanto ler o programa de governo do PSD e escutar o discurso do seu líder, especialmente durante a pré-campanha e campanha eleitorais.
Seja como for, não deixa de ser confrangedor perceber: primeiro, que na sua grande entrevista de estreia é esta a preocupação prioritária do futuro Primeiro-ministro; segundo, os termos que escolhe para a expressar.
Como se honrar compromissos só fosse possível assim: de joelhos e a prometer auto-flagelação voluntária para lá do imaginável. Como se em Portugal nunca ninguém tivesse trabalhado (e muito! tanto...!).

Que visão de e para Portugal esperar de um Primeiro-ministro que vê o País, antes de tudo mais, como «um peso» para os «nossos parceiros»? Que esperar, a não ser que se dedique de corpo e alma ao que tão obcecadamente promete: governar-nos de maneira a aliviar o 'fardo' que somos nos ombros dos outros?!


PSD starts forming center-right Portuguese government

 by Andrei Khalip and Axel Bugge 06.jun.2011

Portugal's center-right Social Democrats (PSD) began forming a coalition government with their traditional rightist allies on Monday, promising to take tough austerity steps under the country's bailout program.
The PSD's convincing victory on Sunday with 39 percent of the vote ended months of political uncertainty following the collapse of the minority Socialist government in March, when it failed to pass its latest austerity package.
Submerged in an acute debt crisis, Portugal received a 78 billion-euro bailout last month from the European Union and IMF. The terms include higher taxes and tough spending cuts that will weigh on an economy already deep in recession.
"Portugal needs to return to creating a wave of confidence in the markets," PSD leader and prime minister-elect Pedro Passos Coelho said in an exclusive interview. "I think we can surprise and go beyond the (bailout) agreement."
He added that he aimed to form a majority government in coalition with the ultra-conservative CDS-PP "in record time" so that "all deadlines in the agreement can be respected."
Passos Coelho said his government would set an example by cutting costs in the administration.
President Anibal Cavaco Silva met the prime minister-elect on Monday and asked him to urgently start the process of forming a majority government.
"The preparations (for forming a government) must be conducted as quickly as possible," a spokesman for the president told reporters after the meeting.
He added that Cavaco Silva had asked for the preparations to be finalized by the time the full final results of the election are published, in about two weeks, after which the president can formally appoint Passos Coelho as prime minister.
"There are many difficult measures planned that will be taken. All the Portuguese will need a lot of courage, and I'm sure they'll have enough," Passos Coelho told reporters.
Paulo Portas, head of the CDS-PP, has said he is ready to rule together with the Social Democrats.
Portuguese stocks opened higher on Monday, [ID:nLDE75508M] but later followed European stocks lower. The 10-year bond yield was steady at around 10.4 percent, but analysts expected investors to react positively and bring the yield down.

"BIGGEST RISK OUT OF THE WAY"

"The biggest risk, of a hung parliament, is out of the way, so we should have a rather safe government, a coalition government. I'd say it is as good as it gets -- there should be positive underlying impact from the election," said David Schnautz, debt strategist at Commerzbank in London.
The PSD won 105 seats while the CDS won 24, giving the two parties, which have a record of working together in coalitions, a clear majority in the 230-seat parliament.
This should allow the coalition to enact reforms and austerity measures included in the bailout, such as sweeping tax rises and deep spending cuts, to reduce Portugal's large deficit and debt.
Political analyst Adelino Maltez said the PSD and CDS-PP should be able to agree on ministerial portfolios quickly, perhaps this week.

DEEP RECESSION

Portugal faces its highest level of unemployment in three decades and the economy is expected to contract 2 percent both this year and next, presenting the new government with tough challenges as disposable incomes fall. The PSD has long argued for cuts in government spending, which the Socialists have managed to reduce only slightly.
The PSD advocates a smaller role for the state in the economy, and privatizations of state-run companies. A sell-off of state assets is part of the bailout program. "This victory will probably result in a more aggressive privatization program," BPI analysts wrote in a research note.
Filipe Garcia, head of the consultants Informacao de Mercados Financeiros in Porto, said the clear election result would help investor sentiment, but that Portugal's economic problems could not be solved quickly.
"This major result will allow the right to pass more unpopular measures," Garcia said. "But the pact does not solve the country's problems, does not bring growth, and the success of the government's economic policy will depend very much on the Europe-wide sovereign debt crisis."
So far there have been few strikes or protests against austerity measures in Portugal, in contrast to Greece and neighboring Spain, but analysts say that could change as the recession deepens.

via Reuters

* additional reporting by Sergio Goncalves and Shrikesh Laxmidas; editing by Andrew Roche; foto by Rafael Marchante/Reuters

Cf. também:



Portugal's Socialists out:

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