Espumas . Notas . Pasquim . Focus . Sons . Web TV . FB

Ministros do G20 reunem esta semana para discutir segurança da energia atómica

Posted: 5 de jun. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas: ,

Os ministros da Energia dos países do G20 estarão reunidos na terça e na quarta-feira na sede da OCDE, em Paris, para discutirem segurança nuclear, em resposta à crise na central japonesa de Fukushima.
A reunião dos ministros do G20 (as 19 principais economias do mundo e a União Europeia) ocorre numa altura em que há grandes divergências na Europa sobre a política para o nuclear.
Depois do sismo e tsunami que em março causaram um grave acidente na central nuclear nipónica, vários países europeus - particularmente a Alemanha - decidiram diminuir ou abandonar os seus programas de energia atómica.


Há 143 reatores nucleares na União Europeia

Há 143 reatores nucleares atualmente em funcionamento na União Europeia, em 14 países: França (58), Alemanha (17), Reino Unido (19), Suécia (10), Espanha (oito), Bélgica (sete), República Checa (seis), Hungria, Finlândia e Eslováquia (quatro cada), Bulgária e Roménia (dois), Holanda e Eslovénia (um). Em países europeus que não pertencem à UE, a Rússia detém 32 reatores, a Ucrânia 15 e a Suíça cinco.
A Comissão Europeia decidiu fazer testes de resistência às centrais nucleares na Europa, a começar já este mês, e cujos resultados deverão ser conhecidos em abril de 2012.

Alemanha inverte política nuclear

A Alemanha anunciou uma inversão da sua política nuclear, renunciando a prolongar o tempo de serviço das suas centrais mais antigas. O governo de Angela Merkel decidiu encerrar gradualmente todos os seus reatores até 2022, substituindo a sua produção por energias renováveis ou por centrais de carvão.
Também a Suíça resolveu abandonar a energia nuclear, cancelando planos de construir novas centrais. A Bélgica tenciona deixar a energia atómica até 2025, e o governo espanhol anunciou que vai ponderar a renovação dos contratos com as suas centrais.

França continua a aposta na energia nuclear 

Pelo contrário, a França -- país europeu com a maior quota do nuclear na produção elétrica, 75 por cento - não tenciona alterar a sua política energética.
O primeiro-ministro François Fillon afirmou no mês passado que "a energia nuclear é uma solução de futuro", acrescentando que "não há nenhuma solução" alternativa que permita à França cumprir os seus "compromissos europeus" relativos à redução de emissões.
Também o Reino Unido decidiu não alterar a sua política energética. O ministro da Energia britânico, Chris Huhne, apresentou um relatório segundo o qual "não é credível" que ocorra no Reino Unido um acidente como o de Fukushima.

Berlusconi marcou referendo

Em Itália, o governo de Sílvio Berlusconi suspendeu um plano de reintrodução da energia atómica, e marcou um referendo ao nuclear para 12 de junho.
A reunião que começa na terça-feira serve para preparar uma cimeira da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) no final deste mês.
Os membros do G20 irão estudar formas de melhorar a segurança das centrais nucleares e responder a ameaças como catástrofes naturais ou ataques terroristas, e irão também debater uma proposta da agência para o nuclear da OCDE, que propõe rever a escala para acidentes nucleares, de forma a que acidentes como os de Fukushima e Chernobil não tenham a mesma classificação.

publicado em O Expresso

0 comentários:

Postar um comentário