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"O que tem que ser tem muita força"

Posted: 9 de jun. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , ,

por Ferreira Fernandes

Antes de Dilma Rousseff tomar posse, há cindo meses, a revista The Economist escreveu: "O facto de Dilma depender tanto do apadrinhamento de Lula é lamentável, pois o Brasil precisa de um líder forte." Admitia-se a dúvida de Dilma ser ou não um líder forte - pouco se sabia dela antes da eleição, já que tinha feito carreira num posto poderoso mas à sombra, ministra-chefe da Casa Civil de Lula. Mas The Economist errava ao admitir que a criatura podia continuar à sombra do criador - coisa que na política nunca acontece quando a criatura passa a voar. Na altura, lembrei vários exemplos históricos de como as combinações de partilha pessoal do poder acabam sempre mal - o mais recente sendo Blair e Gordon Brown. Um ex-líder pode querer a manutenção do estatuto de influência, vejam esta frase paternalista de Lula, na passagem do poder: "Eu vou viajar por este país inteiro, ver o que não fiz. Se tiver coisa errada, pego no telefone e ligo para a minha presidenta: Olha, tem coisa errada. Pode fazer, minha filha, que eu não consegui fazer." O ex-líder pode querer, mas consegue? Eleita, Dilma escolheu o braço-direito de Lula, Antonio Palocci, para ocupar o cargo que foi dela, o de ministro-chefe. Parecia confirmar-se, ao arrepio da História, a dúvida da Economist. Mas, anteontem, Dilma correu com Palocci, contra a opinião de Lula. E trocou-o pelo braço-direito dela, Gleisi Hoffmann, uma desconhecida. Par a seguir...

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