Leio em O Público:
A ministra da Agricultura, Mar e Ambiente vai dispensar os colaboradores de usar gravata para poder reduzir a utilização do ar condicionado e poupar na despesa da electricidade e na pegada ecológica.
Assunção Cristas apresenta na sexta-feira a iniciativa "Ar Cool", inspirada em boas práticas internacionais e que visa concretizar o objectivo do programa do Governo de reduzir o consumo de energia na administração pública em 30 por cento até 2020.
A alteração da temperatura ambiente dos edifícios do ministério no Verão, estabilizando nos 25 graus, junta-se a outras medidas de sustentabilidade energética e ambiental, como o uso preferencial de meios electrónicos para as comunicações entre gabinetes e serviços, a utilização de sistemas de videoconferência e a indicação para os equipamentos electrónicos serem desligados, em vez de mantidos em "stand by".
"A manutenção do conforto dos colaboradores do ministério poderá ser obtida através da utilização de uma indumentária menos formal, dispensando por regra o uso da gravata", explica uma informação hoje divulgada pelo ministério de Assunção Cristas.
Esta medida será adoptada no gabinete da ministra e dos secretários de Estado e em todos os edifícios do ministério para "reduzir a despesa global em electricidade e a correspondente pegada ecológica, todos os anos, entre 1 de Junho e 30 de Setembro".
[ACTUALIZADA]
No ministério de Assunção Cristas já estão todos sem gravata
Apesar das paredes grossas, faz algum calor dentro do edifício onde funciona o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território. Os aparelhos de ar condicionado parecem estar todos desligados. À volta da mesa de reuniões, os homens não chegam a estar em mangas de camisa, mas a gravata já desapareceu.
Um dia depois de a ministra Assunção Cristas ter assinado um despacho a dispensar os seus funcionários do uso deste símbolo universal de formalidade, todo o seu staff posa para as câmaras, em conformidade com a nova norma.
O objectivo é poupar energia, sem gastar nada. Segundo Assunção Cristas, há estudos que mostram que prescindir da gravata permite descer em 2º C a temperatura do ar condicionado. O Japão já tinha feito essas contas em 2005, quando lançou a sua campanha “Cool Biz”, sugerindo aos trabalhadores do Governo e das empresas que deixassem o casaco e a gravata em casa e regulassem o ar condicionado para 28º C. Até 2009, a adesão estava em 57 por cento, segundo um inquérito do Governo.
Já este ano, com os problemas de abastecimento eléctrico devido ao acidente na central nuclear de Fukushima, o governo japonês avançou com uma nova campanha – “Super Cool Biz” – sugerindo o uso de jeans, corsários, t-shirts, camisas havaianas e até sandálias.
A iniciativa da ministra Assunção Cristas tem clara inspiração na experiência japonesa, até no nome – “Ar Cool”. Mas não vai tão longe. Uma comunicação enviada ontem a todos os serviços do ministério estabelece que os homens estão dispensados do uso da gravata e que o ar condicionado deve ser regulado para 25º C.
Assunção Cristas diz que não se trata de uma medida simbólica. “Estamos a falar de mais de 1500 edifícios e 10.500 funcionários”, afirmou hoje, numa conferência de imprensa, ao lado dos seus secretários de Estado – sem gravata mas com casaco.
Pouco antes, o ministério organizara uma pequena visita a alguns gabinetes, onde os adjuntos já andavam sem gravata. Daniel Campelo, secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, estava reunido com um membro do seu gabinete, de janela aberta e sem o ar condicionado ligado. Alguns dos corredores tinhas as luzes desligadas.
Numa sala ao lado, Miguel Moreira da Silva, membro do gabinete da ministra, só via vantagens na decisão de dispensar as gravatas. “Nem que seja um euro ou um grama de CO2, já é positivo”, disse.
Com esta medida, o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) quer dar um exemplo prático de poupança energética a outras áreas do Executivo.
O programa do Governo prevê uma redução de 30 por cento, até 2020, no consumo eléctrico da administração pública. O impacto concreto da iniciativa “Ar Cool” – que se estenderá de Junho a Setembro, todos os anos – só será avaliado depois desta primeira experiência. Uma estimativa inicial aponta, no entanto, para uma redução de emissões de CO2 equivalente a um dia de tráfego rodoviário de uma cidade média, como Aveiro ou Braga.
Assunção Cristas diz que, independente da sua magnitude, o impacto será sempre positivo. “É um corte que não custa nada às pessoas”, afirma.
Para associação ambientalista Quercus, o exemplo que o Ministério da Agricultura e do Ambiente está a dar é positivo. “Mas não percebemos por que é que não é, desde já, uma medida para toda a administração pública ou todos os ministérios”, afirma, porém, Francisco Ferreira, vice-presidente da associação.
Assunção Cristas diz que irá esperar pelos resultados deste ano, para apresentar a ideia ao resto do Governo.
A dispensa da gravata é facultativa, ninguém é obrigado a prescindir dela. Mas nas ocasiões em que esteja em causa a imagem do Estado, ela voltará a estar presente. “Para Bruxelas, vamos de gravata”, diz a ministra. link
Quercus aplaude redução no ar condicionado mas diz que devia ser em todo o Estado
A decisão de poupar energia através da redução do ar condicionado no ministério da Agricultura e Ambiente é "uma boa medida", mas devia abranger toda a administração, defendeu hoje o vice-presidente da Quercus.
O dirigente da associação ambientalista, Francisco Ferreira, salientou a necessidade de monitorizar os resultados desta experiência do ministério liderado por Assunção Cristas.
"Não percebemos porque não é para toda a administração central, para todos os ministérios", disse o responsável à agência Lusa.
Francisco Ferreira sublinhou que "a política energética está na alçada do ministério da Economia e este tipo de medida devia ser tomada em primeiro lugar por este ministério", lembrando que o Plano Nacional para a Eficiência Energética já integra este tipo de medidas.
Para Francisco Ferreira, "é fundamental investir nos edifícios do Estado no sentido de serem energeticamente mais eficientes", apostando por exemplo na instalação de vidros duplos.
A medida agora anunciada "poupa muito dinheiro e também protege o ambiente", frisou.
A ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território anunciou a decisão de apostar na poupança energética, com redução no ar condicionado, abrangendo 10.500 funcionários dos 1.500 edifícios do ministério, uma medida que referiu poder alargar-se a toda a administração se os resultados forem positivos.
Além do efeito esperado na factura da electricidade, o corte no ar condicionado - subindo a temperatura aos 25 graus -, também permite a redução das emissões de dióxido de carbono, e traz mais conforto aos funcionários homens, que podem tirar a gravata, e às mulheres, que não têm de enfrentar gabinetes mais frios.
As estimativas para esta medida, que se prolonga pelo verão, "apontam para uma redução de dióxido de carbono que tem a ver com o que automóveis ligeiros emitem [num dia] numa cidade de tamanho médio, em Portugal, como Aveiro, Braga ou Guimarães", disse aos jornalistas a ministra. link
Seguradora adopta ideia de trabalhadores sem gravata
A seguradora Crédito y Caución prepara-se para adoptar a mesma medida que Assunção Cristas implementou no Ministério da Agricultura e Ambiente: dispensar os funcionários de usarem gravata nos meses de Verão.
Depois de a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território ter dispensado os funcionários de mais de 1500 edifícios de usarem gravata para reduzir a utilização do ar condicionado e poupar energia, surgem agora os primeiros seguidores desta medida “verde”, por parte do sector dos seguros.
A Crédito y Caución, sediada em Espanha mas com dois escritórios em Portugal (Lisboa e Porto), entende que, para além de promover a eficiência energética, a medida, a aplicar em Julho e Agosto, é um factor motivacional para os funcionários.
“Com esta iniciativa, a sensação térmica sentida pelos colaboradores pode diminuir até dois graus centígrados, com os evidentes benefícios em termos de bem-estar”, explica, em comunicado, a direcção de recursos humanos do grupo. Para além disso, permite uma “utilização mais racional da energia, evitando emissões desnecessárias de CO2 para o meio ambiente”, acrescenta.
A supressão do uso habitual da gravata não afectará a política de apresentação dos funcionários da Crédito y Caución, que continuarão a usá-la, durante o Verão, nos eventos e reuniões que assim o exijam, ressalva a empresa.
A medida, uma prática comum em empresas no Japão, é inspirada na iniciativa “Ar Cool”, apresentada por Assunção Cristas na passada sexta-feira, que visa reduzir a despesa global em electricidade e “a correspondente pegada ecológica, todos os anos, entre 1 de Junho e 30 de Setembro”.
Segundo o programa do executivo, prevê-se uma redução de 30 por cento do consumo de energia na administração pública até 2020. Para já, com a poupança no ar condicionado durante o Verão, a ministra espera conseguir reduzir as emissões de CO2 o equivalente a um dia de tráfego rodoviário numa cidade média. link
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