O filme Cachoeira, que está competindo na categoria ‘melhor curta-metragem nacional’ do Amazonas Film Festival é definido pelo realizador, Sérgio Andrade, como «uma reflexão estética e livre sobre um tema realista e uma história verídica, trata-se de cinema puro, trazendo belas imagens sobre a identidade indígena e a questão do subjugo cultural dos indios».
no set das filmagens de A Floresta de Jonathas
Sérgio Andrade tem 15 anos de carreira, e mesmo declarando que a sua paixão pelo cinema vem desde o nascimento, admite que foi após uma participação como figurante em Fitzcarraldo, de Herzog, que resolveu ingressar na carreira. No momento suspendeu tudo por causa de seu novo longa A Floresta de Jonathas, que já ganhou o edital BO do MinC, mas ainda trabalha como produtor na empresa Rio Tarumã Filmes.
O cineasta amazonense foi 'caçado', esta manhã, na sala de espera do aeroporto de Brasília, indo para Recife com Cachoeira na bagagem, onde participará na IV Janela Internacional de Cinema. Fica a rápida conversa.
[ENTREVISTA A SÉRGIO ANDRADE]
Você foi eleito o melhor diretor de curta-metragem no Brazilian Film Festival, com o filme “Cahoeira”. Conte um pouco sobre essa experiência em Miami.
Fiquei muito contente, mas não pude ir a Miami, pois estava em plena filmagem do meu longa ‘A Floresta de Jonathas’. Ganhar um prêmio de melhor direção, concedido por um júri estrangeiro, é uma consagração.
Em uma entrevista, você relatou que o “Cachoeira” foi exibido pela primeira vez em Brasília, e depois seguiu para os festivais internacionais. Por que só agora ele está sendo exibido no Amazonas Film Festival?
Exatamente porque em Brasília os filmes tinham de ser inéditos, então deixamos o Amazonas pro ano seguinte. Ganhamos dois prêmios em Brasília e valeu muito à pena.
As gravações foram muito complicadas de serem feitas? Como foi o trabalho de familiarizar os próprios atores e a população indígena com as câmeras e toda a produção?
Foi bem simples e a nossa equipe foi excelente. Os indígenas foram o elenco mais disciplinado e entregue com quem já trabalhei. A premiada fotografia de Yure Cesar foi feita numa simples Canon 7D . Impressionante.
O seu filme, e o “Ser ou não Ser” do Leonardo Costa, são os únicos do estado concorrendo na categoria de “melhor curta-metragem nacional” do Am Film Festival. Qual o seu posicionamento em relação a isso?
Os únicos amazonenses?! Isso demonstra que precisamos de maior formação e mais incentivo pro Cinema no AM.
Como você avalia os filmes que estão competindo na oitava edição do Amazonas Film Festival? Você tem algum favorito, ou, favoritos?
Alguns deles são de amigos queridos. A seleção foi primorosa, melhor até que os longas (só gostei do iraniano “A separação”, é incrível). Dos curtas, o páreo tá bem duro.
O que falta para os cineastas locais serem reconhecidos nacionalmente?
Falta ter maior e mais completa formação acadêmica, além de mais estrutura e recursos do poder publico, pois aí sim teremos Cinema.
Com a chegada da faculdade de cinema e consequentemente de novos profissionais da área, qual dica você dá aos jovens amazonenses que futuramente pretendem cursar cinema?
Espero que essa prometida faculdade deslanche mesmo! Minha dica: sejam críticos e sejam sensíveis. Assistam aos mestres, vejam muito cinema de qualidade, muito Tarkovsky, Hitchcock, Bergman, Kubrick e, sejam profundos!
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