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Desmatamento na Amazônia Legal cai 11%, diz Inpe

Posted: 5 de dez. de 2011 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , ,

A presidente DIlma Rousseff em reunião com os ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e o diretor do Inpe, Gilberto Câmara. foto de Roberto Stuckert Filho

O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, informou nesta segunda-feira (5) que o desmatamento na Amazônia Legal atingiu área de 6.238 quilômetros quadrados entre agosto de 2010 e julho de 2011, uma queda de 11% na comparação com o período de agosto de 2009 a julho de 2010. Essa é a menor área desmatada no período desde que o sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal) começou a monitorar o desmatamento na região, em 1988, informou o Inpe.
Os dados foram divulgados no Palácio do Planalto, em Brasília, após os ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e os presidentes do Inpe e do Ibama reunirem-se com a presidente Dilma Rousseff.
A Amazônia Legal compreende áreas de nove estados - Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Conforme o Inpe, as informações foram coletadas pelo sistema Prodes, que usa 96 imagens que cobre 90% de toda a Amazônia. O Prodes estima a taxa anual e a extensão do desmatamento bruto e divulga na rede o banco de dados digital.
Entre os estados que encabeçam a lista dos maiores desmatadores, o Pará está em primeiro lugar, com 2.870 quilômetros quadrados de área desmatada entre agosto de 2010 e julho de 2011. Os únicos dois estados que registraram aumento da área em relação ao ano passado foram Mato Grosso (20% de crescimento) e Rondônia, que, em 2011, dobrou a área desmatada.
A situação particular de Rondônia – cuja área desmatada foi de 1.126 quilômetros quadrados no período – “precisa ser esclarecida”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. “Precisamos saber quais são as causas. Rondônia nunca experimentou dobrar o desmatamento”.
Para Aloizio Mercadante, os dois estados despertam preocupação por serem os únicos estados a terem aumento nos dados.
O presidente do Ibama, Curt Trennepohl, apresentou os números das apreensões realizadas na Amazônia legal durante o período de agosto de 2010 a julho de 2011. Foram 42 mil metros cúbicos de toras de árvores, 79 mil hectares embargados, 72 tratores e 325 caminhões.
O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse que a queda no desmatamento se deve a um “combate implacável” do governo contra a prática.
“De fato havia um processo de aumento [do desmatamento] em curso, que foi detido pela competência dessa coordenação que o Meio Ambiente, junto com Ibama, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional”.


Ambientalistas veem com cautela queda do desmate na Amazônia

A queda de 11% no desmatamento anual da Amazônia Legal, anunciada em Brasília nesta segunda-feira (5) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi recebida com otimismo e cautela por ambientalistas brasileiros, que ainda aguardam a consolidação das informações do Prodes para constatar se houve redução na devastação da floresta comparado a períodos anteriores.
Segundo o Inpe, entre agosto de 2010 e julho de 2011 a Amazônia Legal perdeu 6.238 km² de sua cobertura, número inferior aos 7 mil km² referente ao período de agosto de 2009 a julho de 2010. Essa é a menor área desmatada no período desde que o sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal) começou a monitorar a região, em 1988, informou o Inpe.
Porém, segundo Paulo Adário, coordenador da campanha de Amazônia do Greenpeace, a informação sobre a diminuição do desmate é uma “satisfação provisória, já que os dados são provisórios”. Ele afirma que com a consolidação das informações por parte do governo, que será divulgada apenas em 2012, há risco de aumentar o índice de devastação da Amazônia Legal.
“No ano passado o governo comemorou por meses um número, que foi corrigido para cima há pouco tempo. Mas se de fato houve essa queda de 11%, é uma ótima notícia e significa que quando o governo quer, coloca a governança em prática e faz o desmatamento cair”, disse Adário, se referindo à correção do Prodes anunciada em outubro passado, que elevou em 549 km² a área de floresta derrubada no período de 12 meses.

Ritmo estável

Segundo Adalberto Veríssimo, pesquisador-sênior do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o ritmo de derrubada da vegetação permaneceu estável e a queda não significa que a situação está resolvida.
“Temos em evidência a votação do Código Florestal no Senado (que deve acontecer nesta terça-feira). Aliás, se as modificações da nova lei ambiental não fossem discutidas neste ano, o desmate poderia ser ainda menor, ficando em torno dos 5 mil km²”, disse o pesquisador.
Levantamento paralelo feito pelo Imazon por meio de imagens de satélite apontava crescimento de 9% na degradação da Amazônia Legal no período de agosto de 2010 a julho de 2011. “Mas sabemos que o governo entrou com operações pesadas de fiscalização após registrar alta nas ilegalidades entre março e abril, principalmente em Mato Grosso. Isto pode ter impactado nesta ligeira queda”, explicou.

Diferenças

O Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal) estima a taxa anual e a extensão do desmatamento bruto. O Inpe também trabalha com o sistema de detecção do desmatamento em tempo real (Deter), que aponta mensalmente os locais onde ocorreram derrubadas de vegetação no bioma e serve para direcionar operações do Ministério do Meio Ambiente no combate a práticas ilegais.
Segundo o Deter, na comparação entre os mesmos 12 meses analisados pelo Prodes, houve aumento de 15% no desmatamento, o que iniciou uma especulação de uma possível elevação no índice anual de devastação.
Pelo Twitter, Gilberto Câmara, diretor do Inpe, afirmou que os grandes desmates vistos pelo sistema Deter aumentaram neste ano e fizeram a diferença, principalmente, em março e abril, quando foi constatada uma disparada na devastação em MT, estado que teve 480 km² dos 590 km² de área derrubada no bimestre na região amazônica. Na época, o Ministério do Meio Ambiente montou um gabinete de crise para combater as ilegalidades na região, o que contribuiu para a diminuição do desmate no mês seguinte (267,9 km²).

Sistema de medição do Inpe detectou devastação de 6.238 km² entre agosto de 2010 e julho de 2011. Na comparação com o período anterior, houve queda de 11%. foto de Marizilda Cruppe

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