Repassando na íntegra:
CARTA ABERTA CONTRA A VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL DO ESTADO BRASILEIRO CONTRA O POVO TUPINAMBÁTomamos conhecimento que no início da manhã de hoje, 01 de fevereiro de 2012, a Polícia Federal, em Una, invadiu a Comunidade Indígena Tupinambá do Acuípe de Baixo (área de retomada), localizada a 30 km de Ilhéus para cumprir mandado de reintegração de posse. Lembramos que a terra Tupinambá de Olivença foi reconhecida como território tradicional pela FUNAI, abrangendo os municípios de Ilhéus, Buerarema e Una, em um total de 47.376 hectares, por relatório publicado no Diário Oficial da União, no dia 20 de abril de 2009.Desde então, o Povo Tupinambá vem sofrendo iminentes ataques a um dos seus direitos fundamentais enquanto coletividades. Nessa ação, a Polícia Federal agindo, como de costume, com brutalidade e violência desmedida e desnecessária, retiraram das suas casas CRIANÇAS DE COLO, IDOSOS, MULHERES, ADOLESCENTES, mesmo com a chuva que caía no momento da ação. Como se isso não bastasse, numa tentativa clara de intimidação, racismo institucional e abuso de autoridade, dois indígenas foram colocados por mais de 02h de joelhos e mãos a nunca, isto porque estes tocaram o Maraká (ídolo sagrado dos indígenas) e iniciaram a cantar músicas do ritual sagrado do "Porancim" Tupinambá.Casas foram derrubadas, e pesa ainda sobre a comunidade a AMEAÇA de que a Polícia Federal derrube as outras residências. Os pertences dos índios foram colocados a beira da BA 001. Os policiais falaram ainda, com base em um documento, que essa mesma ação acontecerá em todas as áreas de retomada do Litoral Sul, a exemplo das Aldeias Tupinambá de Taba Jayry, Tupã, Itapoã e Syryíba. Alguns indígenas arrancados de suas casas estão alojadas na escola, e outros, encontram-se sem saber para onde ir.Apesar da violência da ação, do desrespeito da Polícia Federal para com os indígenas dessa comunidade e de tantas outras, nenhuma das instituições com atribuições constitucionais (FUNAI, MPF, AGU) foram devidamente comunicadas sobre a ação que seria realizada para resguarda a integridade física, mora e também os seus direitos humanos covardemente violados.O Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia - MUPOIBA repudia essa ação da Polícia Federal, e entende que essa prática racista que essa instituição vem adotando contra as populações indígenas deste Estado da Bahia precisa ser imediatamente cessada. No nosso entendimento o Governo Brasileiro é o principal responsável, uma vez, que permite o MASSACRE e GENOCÍDIO dos povos indígenas, com a não Demarcação dos Territórios Tradicionais.Acreditando no Estado Brasileiro democrático, multiétnico e multicultural, Esperamos uma ação enérgica dos poderes constituídos e competentes, para finalização do processo de demarcação da Terra Indígena de Olivença.Exigimos a imediata paralisação da violência contra os índios.Requeremos a imediata recondução da comunidade Tupinambá do Acuipe de Baixo para área desocupada.Exigimos do Estado Brasileiro o pagamento dos prejuízos sofridos e retratação forma pela agressão moral sofrida pela comunidade através de uma de suas instituições.A sociedade brasileira precisa saber o que vem ocorrendo com as populações indígenas do Brasil, a exemplo do ocorrido na comunidade Tupinambá do Acuipe de Baixo, persiste, em função da inércia do Estado Brasileiro, que até hoje não fez cumprir a determinação expressa na Constituição Federal de 1988, no art. 67 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que estabeleceu o prazo de cinco anos para a demarcação das terras indígenas. Prazo esse encerrado em 1993.Salvador, Bahia, 1º de Fevereiro de 2011
Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba)
Entrevista com cacique Babau do Povo Tupinambá:
Líder do povo Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia, o cacique Babau fala sobre a força e organização de seu povo, que resiste há séculos de discriminação, violência e criminalização.
Cf. também:
Comunidade Tupinambá é retirada à força de território tradicional na Bahia
Professor do IFBA acompanhou despejo de indígenas e relata os abusos praticados pelos policiais federais
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MPF aciona União por danos morais aos índios Tupinambá de Olivença A indenização estipulada é de R$ 1 milhão, pois o prazo para demarcação de terras venceu há mais de 18 anos
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Decisão da Justiça Federal referenda luta dos Pataxó no sul da Bahia Joel Brás foi absolvido do crime de homicídio; principal articulador de retomadas, tornou-se alvo de criminalização
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Juiz não pode suspender demarcação para pressionar índios a desocuparem terras em disputa Presidente do STJ susta efeitos de decisões judiciais em oito ações de reintegração de posse de áreas no sul da Bahia
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Projeto da Comissão de Organização de Mulheres Indígenas do Sul da Bahia vence II Prêmio Odair Firmino de Solidariedade A Comisulba é formada por mulheres indígenas dos povos Pataxó Hã-Hã-Hãe e Tupinambá
Votação sobre a nulidade de títulos de invasores de território Pataxó Hã-Hã-Hãe é suspensa pelo STF
Por solicitação do Governo da Bahia, o STF suspendeu a votação da ACO-312
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Alerta Geral: Julgamento da ACO 312 (Pataxó Hã-Hã-Hãe) - quinta-feira 20 de outubro de 2011 Imprescindível intensificar nos próximos dias todo tipo de manifestação junto aos ministros do STF
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Mobilização do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe pede para ministros do STF seguirem voto de relator Eros Grau votou pela nulidade dos títulos imobiliários dos invasores da Terra Indígena Caramuru
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Povo Pataxó Hã-Hã-Hãe realiza manifestações na Funai e Praça Galdino para sensibilizar STF Indígenas realizarão ato público na Praça Galdino hoje (27), às 16h, com ritual
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ALERTA GERAL - JULGAMENTO DA ACO 312 (Pataxó Hã-Hã-Hãe) QUARTA-FEIRA 28 DE SETEMBRO O STF marcou para a próxima quarta-feira, dia 28, a continuidade do julgamento da Ação Cível Originária da Reserva Indígena Caramuru – Catarina Paraguassu, no Sul da Bahia, terras tradicionais dos...
Liderança indígena Pataxó Joel Braz é absolvida
Sentença foi proferida no último dia 10 pela Vara Única de Eunápolis, na Bahia
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TRF da 1ª Região liberta indígenas Tupinambá agredidos em ação da Polícia Federal na Bahia Liberdade foi concedida por unanimidade e indígenas devem ir para casa ainda hoje.
Fonte: Conselho Indigenista Missionário
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