O ministro da Educação bateu-se há pouco, em Coimbra, pela necessidade de «um grande rigor de controlo orçamental» nas universidades. Os jornalistas aproveitaram a ocasião e confrontaram-no com o documento (publicado na segunda-feira e a vigorar desde terça-feira) onde se proíbe o Instituto Superior Técnico de assumir compromissos sem que para tal exista disponibilidade financeira a curto prazo. Na sequência, a universidade fez saber que a directiva a colocava em risco de suspender, por tempo indeterminado, grande parte da actividade científica e de prestação de serviços, devido às restrições impostas pelo decreto-lei da execução orçamental.
Resposta de Nuno Crato:
«Não sei qual é a situação em especial dessa escola. Sei que estamos a viver um momento de grande rigor de controlo orçamental. Temos que ter um grande rigor em todas as medidas e todos os compromissos que assumimos e isso estende-se às universidades.»
Deduz-se, portanto, que o documento foi emitido às cegas, desconhecendo a realidade concreta da universidade [e não «escola», sr. ministro!] que condicionaria. Ainda assim, os jornalistas insistiram e voltaram a questionar o ministro sobre os problemas graves que o Instituto Superior Técnico enfrenta.
Resposta de Nuno Crato:
«Há algum exagero em relação aos problemas [que têm surgido].»
Ou seja, o mesmo ministro que admite desconhecer «a situação em especial dessa escola», sente-se em condições de afirmar que está a ser «exagerada» nos alertas emitidos por parte de quem a conhece por dentro: o próprio Instituto Superior Técnico.
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