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Nove meses depois da troika, tudo falha

Posted: 17 de fev. de 2012 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , ,

por Daniel Oliveira

Está a falhar na economia. Ela encolheu 1,5% em 2011. Nos últimos três meses do ano, caiu quase o dobro deste valor. No primeiro trimestre depois do anúncio, por parte deste governo, das medidas de austeridade, a atividade económica caiu 2,7%. Tudo dados do INE. A queda acumulada do volume de consumo público entre 2011 e 2013 deverá andar próximo dos 7,5%. Dados do Banco de Portugal. Em novembro de 2011, o indicador compósito para a economia portuguesa caiu para 96,97% da média da série. Em dezembro baixou para os 86,48%. Há 11 meses consecutivos que esta tendência se verifica. Dados da OCDE. O ritmo de crescimento das exportações abrandou para 4,4% (comparado dezembro de 2011 com o mês homólogo de 2010). Em relação ao mês anterior, a quebra do crescimento das exportações atingiu os 15,4%. Dados do INE.
Está a falhar nas contas públicas. O défice em 2011 foi superior, em 1.893 milhões de euros, ao previsto no Orçamento do Estado. Sim, a despesa desceu mais 440 milhões de euros do que estava previsto, mas as receitas ficaram 2.332 milhões de euros abaixo. Dados da Unidade Técnica Orçamental da Assembleia da República. A dívida portuguesa aumentou em quase 20% do PIB entre o terceiro trimestre de 2010 e o mesmo período de 2011. Só a Grécia e a Itália estão pior que nós. Dados do Eurostat. Os juros da dívida portuguesa no mercado secundário atingiram os 14,59% para o prazo de dois anos, 14,597% para o prazo de 10 anos e 18,79% para o prazo de 5 anos.
Está a falhar na vida das pessoas. O desemprego atingiu os 13,6 por cento. É a terceira maior taxa de desemprego da OCDE. Em Dezembro, 31% dos jovens portugueses com menos de 25 anos estavam desempregados. Dados da Eurostat. 670.604 famílias tinham entrado em incumprimento no pagamento dos seus empréstimos em 2011. Há mais 12.280 famílias a não pagar o seu empréstimo à habitação, um aumento muito superior ao de 2010. Dados do Banco de Portugal.
É este o balanço de nove meses de aplicação do memorando da troika. Desculpem só ter números para vos dar e faltarem-me as frases mobilizadoras sobre os efeitos regeneradores da austeridade. Está a ser um desastre.