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Cheia acima da média já afeta maioria dos rios amazonenses

Posted: 4 de mar. de 2012 | Publicada por por AMC | Etiquetas:


Cheias acima da média devem afetar a maioria dos rios no Amazonas e moradores ribeirinhos serão os maiores prejudicados com as enchentes deste ano. Nos rios Negro, Solimões e Javari as cotas atuais já indicam elevação anormal das águas e, de acordo com a Defesa Civil do Estado, medidas já estão sendo tomadas para amenizar as consequências para a população.
 “Atualmente, 11 mil famílias já foram afetadas pela enchente. Temos um plano para atender as famílias já afetadas e as que serão atingidas pela cheia”, prometeu o secretário adjunto da Defesa Civil Hermógenes Rabelo.
Segundo ela, na área rural das cidades da região do Juruá, como Envira, Guajará, Ipixuna, entre outros, os agricultores já perderam suas plantações. “Em geral, estas famílias vivem da produção familiar e a perda desta produção causa danos a economia destas pessoas”, ressaltou Rabelo.
Questionado porque não são tomadas medidas preventivas para esta época de enchente dos rios, o subsecretário ressaltou que não se pode prever fenômenos como deste ano. “Não tivemos cheia como a prevista para este ano em 2010 e 2011. É difícil saber um como uma mudança climática irá ocorrer”, frisou o secretário adjunto.
É esperar para ver as consequências da cheia, que já foram sentida fortemente em 2009, durante uma das mais severas enchentes que afetaram o Amazonas. Naquele ano cidades como Manaus, Parintins, Coari, Careiro e São Gabriel da Cachoeira sofreram com a maior cheia já registrada na história.
No ano passado, o governo Federal disponibilizou R$ 50 milhões para obras de contenção nas margens dos rios, para evitar erosões em municípios do interior do Estado.

Cotas

Segundo o Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), divulgado dia 29 de fevereiro, a bacia do Javari, em Atalaia do Norte, município distante 1.136 quilômetros a oeste de Manaus, o nível do Rio Javari está 1,04 metros acima da cota de emergência.
Em Carauari, cidade a 786 quilômetros ao sudoeste da capital, o Rio Juruá está há 36 centímetros abaixo da cota de emergência.
Na parte leste do Estado, mais precisamente em Parintins, o Rio Amazonas se encontra atualmente dois centímetros menor que a da cota registrada na primeira semana de março de 2009, quando foi registrada a maior cheia na cidade.
A cheia está diretamente ligada à quantidade de chuvas que afeta uma região do Amazonas. “Quanto mais chove, mais aumenta a cota do rio. É uma equação simples”, avaliou o chefe da Seção de Previsão do Tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Veríssimo de Assis.
No Amazonas, há períodos certos para chuvas e, consequentemente de cheia de rios. Entre dezembro e fevereiro, as chuvas atingem mais os municípios do extremo Sul do Estado, como o sul de Apuí, e Humaitá, na fronteira com os Estados de Rondônia e Acre.
Na região central do Amazonas, onde está situada Manaus, as precipitação são mais frequentes entre os meses de março e maio, mas a cheia só atinge seu ápice em junho ou julho (ver quadro).
“Isto ocorre porque a caixa (espaço por onde passa as águas do rio) é muito extensa e as chuvas que caem à montante (na cabeceira) do rio demoram a afetar toda a extensão do rio. Por isso, é possível realizar precisão de cheias para Manaus. Diferente do Rio Branco (Acre), por exemplo, em que a caixa é curta e, quando chove, as águas sobem quase automaticamente. As previsões de cheias para estas regiões podem ser feitas apenas com horas de antecedências, enquanto no Rio Negro ela é realizada com meses de antecedência”, explicou o chefe de Hidrologia da CPRM, Daniel de Oliveira.
No Norte do Estado, apesar do Rio Negro estar ainda em período de vazante, as cotas são consideradas altas para o período. Em São Gabriel da Cachoeira, a 851 quilômetros a noroeste da capital, o Negro está com o nível das águas em 8,64 metros. Em março do ano passado, o nível do rio estava com cota de 7,17 metros no mesmo período.

Chuvas não vão dar trégua até junho

As chuvas não dão trégua e devem persistir durante os três próximos meses, de acordo com Boletim de Prognóstico Climático do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Em fevereiro, choveu acima da média esperada para o mês em dez das quatorze estações meteorológicas do Inmet no Amazonas.
Durante o mês passado, a estação de Iauretê em São Gabriel da Cachoeira, distante 851 quilômetros a noroeste da capital, ultrapassou em 57% a previsão de chuva do período. Eram previstos 217 milímetros de precipitações em fevereiro, e choveu 512 milímetros.
O maior volume de chuvas foi sentido pela população de Eirunepé, distante 1.159 quilômetros a sudoeste de Manaus. Na cidade, o Inmet registrou 499 milímetros de chuvas, enquanto eram esperados 239 milímetros para o período.

publicado no Diário do Amazonas

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