Leio na Agência Lusa:
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que "infelizmente" haverá um "agravamento do desemprego em Portugal" este ano, acrescentando que o Orçamento Retificativo já revê em alta as estimativas do Governo.
"O Governo viu as suas previsões contidas no Orçamento do Estado para 2012 ultrapassadas relativamente à matéria do desemprego", disse o primeiro-ministro, no plenário da Assembleia da República, durante o debate quinzenal do Executivo com os deputados. Por essa razão, quando fizemos o terceiro reexame regular da 'troika' [da ajuda externa], tivemos oportunidade de atualizar essas previsões e elas constarão justamente do Orçamento do Estado retificativo que será apresentado a esta câmara na próxima semana. E dentro dessas previsões nós ajustamos em alta, infelizmente, a previsão para o desemprego. Não será, por isso, infelizmente, novidade que assistiremos ainda ao agravamento do desemprego em Portugal este ano", acrescentou.
Passos Coelho respondia a uma questão do líder do Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa, que o interpelava sobre os números do desemprego.
A este propósito vale seguir lendo no Diário Económico:
Jerónimo de Sousa, questionava o Governo sobre o desemprego, considerando que o novo Código do Trabalho ainda irá agravar esse problema.
Na resposta, o primeiro-ministro reconheceu que "não será uma novidade que o desemprego ainda será agravado este ano". Jerónimo disse que Passos fala do memorando como uma "vaca sagrada" e que olha para ele como "uma Bíblia", e perguntou pela "equidade dos sacrifícios", falando do facto das grandes empresas não estarem a ser atingidas. Passos voltou a garantir que a "lei fiscal é para todos". "Quem tem mais lucros vai pagar mais impostos do que no ano passado", lembrou. Jerónimo respondeu-lhe que isso era "conversa de fiar"; "Quer convencer que a banca paga tanto como qualquer pequeno empresário de IRC?", questionou ironicamente o líder comunista.
Retornando à discussão, via Agência Lusa:
Jerónimo de Sousa referiu ainda que, na quarta-feira, o Governo esteve no Parlamento para "defender as malfeitorias das alterações contidas no Código do Trabalho" com o argumento de são "necessárias para aumentar a competitividade, o crescimento económico, para criar mais emprego".
"Um dia depois veio o Banco de Portugal, no seu relatório da Primavera dizer que afinal vamos assistir em 2013 a uma estagnação da economia e a uma liquidação, entre este ano e 2013, de 207 mil postos de trabalho", acrescentou o secretário-geral do PCP, considerando a seguir que "alguém está a enganar alguém", para perguntar a Passos Coelho se é uma atitude "inconsciente ou mentira pensada".
Na resposta, Passos Coelho afirmou que o Governo está "justamente a trabalhar para atenuar esses efeitos [do desemprego], desde logo apostando em políticas ativas de emprego e, em segundo lugar, trabalhando estruturalmente para garantir o futuro" das empresas portuguesas, para que "possam ser mais competitivas".
"Não faz parte exclusiva desse quadro de competitividade a questão do código laboral. O código laboral não é a única peça relevante para a competitividade das empresas, mas é uma peça relevante", acrescentou o primeiro-ministro, sublinhando ainda que estas alterações na legislação do trabalho integram o acordo da ajuda externa e respeitam o acordo conseguido em sede de concertação social.
A este propósito, o primeiro-ministro destacou ainda que a UGT, num parecer sobre o Código do Trabalho, considerou que "nas novas regras a incluir no código laboral não há nenhuma que seja mais gravosa do que as previstas no memorando de entendimento".
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