Cheia e vazante do rio Acre podem redefinir fronteira do Brasil com Bolívia

A maior enchente da história do Acre pode entrar para os livros não somente por atingir os mais altos níveis e os impactos causados nas cidades e no campo, como também por redefinir o mapa político de dois países: Brasil e Bolívia. Com o movimento das águas, uma estreita faixa de terra que liga um bairro de Brasileia ao território brasileiro pode se “spartar”. Desta forma, a comunidade passa a integrar a Bolívia.
O fenômeno foi observado pelo pesquisador da Universidade Federal do Acre (Ufac), Alceu Ranzi. Segundo as avaliações, a largura do barranco no possível ponto de rompimento é de cerca de 70 m e é quase certo que o rio o romperá nos próximos anos. (Veja imagem Abaixo)
“É assim que acontece em situações similares na maioria dos rios de nossa região, que mudam com frequência a sua calha. Na linguagem popular, se diz que o rio 'aparta' ou 'corta uma curva'. O meandro abandonado vira um lago”, diz o também pesquisador Evandro Ferreira.
O que separa o Brasil da Bolívia é a calha do rio Acre. Para Ferreira, a dúvida estará quanto ao destino do futuro bairro isolado; se continuará incorporado ao Brasil ou passa a ser território boliviano.

publicado em A Gazeta