Leio na Agência Financeira:
A maioria dos jovens licenciados portugueses «não serve para nada». É assim que alguns especialistas, presentes num seminário da Universidade Católica do Porto sobre o futuro do ensino superior, definem as capacidades dos licenciados portugueses que estão agora a chegar ao mercado de trabalho.
«Salvo raras exceções de alunos que à partida não precisavam da universidade, a maior parte do perfil ainda continua a ser de funcionário, ou seja, pessoas com reduzida capacidade de autonomia», disse à Lusa José António Salcedo, CEO da Multiwave Photonics. O antigo professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e co-fundador do INESC Porto, considera que (...) «nos últimos 20 anos foram feitas apostas erradas, pelos sucessivos governos, que conduziram a que agora estejamos com um nível de desemprego jovem absolutamente brutal».
Também José Epifânio da Franca, criador da Chipidea e docente universitário, diz que «há milhares de jovens licenciados desempregados mas não há valor económico na sua licenciatura. O sistema produz jovens que não servem para nada». Traçando o perfil que considera ideal do aluno recém-licenciado, defende que tem de «ser capaz de pensar criticamente, isto é, distinguir o trigo do joio, digerir com inteligência a informação do mundo que o rodeia e ser capaz de chegar às suas próprias conclusões com inteligência». Além disso deve ainda «ser capaz de atuar com criatividade em ações concretas, aplicando aquilo que aprendeu».
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