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FMI conclui a partir de «investigação empírica recente»: austeridade em excesso agrava a crise

Posted: 17 de abr. de 2012 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , ,

Leio no Jornal de Negócios:

[com base no Fiscal Monitor, um relatório acerca de contas públicas publicado hoje] O FMI lembra que, numa situação como a actual, cortar demasiado no défice pode ter efeitos "grandes" no crescimento, tal como é confirmado por pesquisa e investigação empírica recente. "Quando os multiplicadores da despesa são grandes, o impacto do ajustamento orçamental no rácio da dívida pode acabar por ser adiado", alerta o FMI. Neste contexto, o ideal é que os países tenham cuidado com a forma como consolidam as contas no curto prazo e façam acompanhar esta cautela de planos credíveis de controlo das contas no longo prazo.


FMI alerta que austeridade não funciona sempre

Os recentes pacotes de austeridade que afectam alguns países da área do euro não tiveram o impacto esperado na redução dos juros da dívida no mercado secundário.
A tese que o Fundo Monetário Internacional apresenta esta terça-feira no relatório «Fiscal Monitor» não difere muito daquela que, na passada semana, tinha já deixado como aviso no caso português: apesar de o programa estar a ser cumprido, demasiada austeridade pode ser contraproducente.
A constatação de que os pacotes de austeridade não fizeram cair os juros da dívida de países como Itália e Espanha parece uma verdade «la Palisse», mas os técnicos do FMI repetem-na neste relatório, e sublinham que se o crescimento cair demasiado, como resultado do aperto orçamental, os custos da dívida podem aumentar, enquanto o défice diminui.
«A relação não é linear», escrevem, «mas as mais recentes experiências com consolidações orçamentais apontam para implementações adicionais».
Certo é que o fundo considera que é ainda «muito cedo para retirar conclusões empíricas», mas dá como garantido que os ajustamentos têm de ser revistos pouco depois de as medidas de consolidação serem implementadas.
Neste relatório, e com base num novo estudo, o FMI chega à conclusão que os multiplicadores orçamentais estão agora a ter um maior impacto na economia e, por isso, as medidas de austeridade estão também a ter um efeito mais profundo na economia, sobretudo, dos países intervencionados.
Por isso, os países que tiverem margem de manobra orçamental devem diminuir as medidas de curto prazo e concentrar-se nas políticas de médio prazo.
As de curto prazo, e o excesso de austeridade que travam o crescimento, levam a que as taxas de desemprego se mantenham em valores tão elevados. E, para o caso português, se só em 2017, o FMI prevê crescimento de 1,5% é notório que a taxa de desemprego, em Portugal, se mantenha a rondar os 14%.

publicado na Agência Financeira

FMI avisa que demasiada austeridade pode ameaçar a retoma

Estudos do FMI mostram que, no actual contexto, o ajustamento orçamental pode ter um impacto negativo nas economias. Instituição pede política de redução do défice menos agressiva.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba de divulgar o seu novo relatório Fiscal Monitor, onde avalia os progressos dos vários países mundiais em matéria orçamental. E chega à conclusão de que a consolidação orçamental, que, à partida, tem sempre um impacto no crescimento de curto prazo, pode ser ainda mais prejudicial no actual contexto económico.
A instituição realizou um novo estudo sobre a dimensão dos multiplicadores orçamentais em períodos de fraca actividade económica. Os multiplicadores orçamentais são um conceito económico que define o rácio entre uma variação do Produto Interno Bruto (PIB) de um país e uma variação dos gastos públicos que está na origem daquela variação do PIB.
Com base neste estudo, o FMI revela que, neste momento, os multiplicadores orçamentais parecem estar acima dos níveis médios identificados em estudos anteriores. Ou seja, o impacto que as medidas de austeridade está a ter sobre a economia é maior do que o previsto.
O FMI conclui, por isso, que uma consolidação orçamental implementada gradualmente tem um impacto negativo mais pequeno sobre o crescimento do que uma redução do défice feita de uma só assentada. “Isto sugere que, quando tal for viável, uma consolidação orçamental mais gradual será provavelmente preferível a uma abordagem que tem por objectivo fazer tudo rapidamente”, avisa o fundo.
De acordo com o relatório, o efeito é tanto mais negativo se uma economia tiver iniciado a consolidação orçamental com a economia já em terreno negativo ou em forte abrandamento. Além disso, as simulações conduzidas pelo FMI mostram que, quando os multiplicadores orçamentais são elevados e os níveis iniciais de dívida pública são grandes, o ajustamento orçamental pode afectar os rácios da dívida e pode mesmo revelar-se contraproducente no curto prazo.
Estas conclusões levam a instituição a defender que os países com margem de manobra orçamental devem diminuir a velocidade do seu ajustamento de curto prazo e focar-se em políticas de médio prazo para garantir a sustentabilidade das finanças públicas. É o caso da Alemanha.
Além disso, o FMI defende, sem referir nomes, que “várias outras economias da zona euro devem deixar permitir que os estabilizadores automáticos actuem livremente”. Ou seja, não devem reduzir o défice a todo o custo, sob pena de enfraquecer ainda mais a actividade económica e, inclusive, exacerbar os receios dos mercados face às perspectivas de crescimento.

publicado no Público

Cf. também:


Mais informação: aqui.

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