Índios de diversas etnias estão, neste momento, na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), na rua Maceió, no Adrianópolis, Zona Sul de Manaus, pedindo o afastamento do coordenador regional, Luiz Fernando Caldas Fagundes. O grupo garante que mais de 300 indígenas acorreram hoje ao local para reforçar a exigência.
O coordenador despertou a revolta das lideranças por não comparecer numa reunião que havia marcado, uma prática comum de Luiz, segundo revelam.
Mas Luiz Fernando Caldas Fagundes não desagrada apenas aos índios. Ainda no dia 18, foram indigenistas e servidores da Funai a mobilizarem-se com o mesmo pedido: a exoneração do coordenador geral local. Em manifestação frente à sede, denunciaram publicamente o autoritarismo e a discriminação de funcionários do órgão, por parte de Caldas Fagundes, e exigiram mudanças.
Ignorância, autoritarismo e perseguição
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Amazonas (Sindsep-AM), Walter Matos, Luiz Fagundes simplesmente não respeita os funcionários. “Usamos todas as esferas de negociação com o gestor, mas ele demonstrou má vontade em negociar. Os trabalhadores estão sendo pressionados e não poderemos deixar isso acontecer”, explicou.
Vitor Santana, presidente da Associação Nacional dos Servidores da Funai (Ansefe-Mao), por sua vez, afirmou que o facto do coordenador não conhecer a realidade da região é um dos principais problemas. “O Fagundes é do Sul do Brasil, funcionário de carreira da Prefeitura de Porto Alegre. Está aqui por imposição do órgão em Brasília. Ele está aqui ocupando um cargo comissionado”, disse, subscrevendo as acusações de perseguição movidas contra indigenistas e funcionários da Funai. “Esse rapaz está sendo usado e está se metendo em realidades que ele não conhece, que é a realidade indígena na Amazônia. As unidades no interior estão uma bagunça porque ele não sabe coordenar”, explicou Santana. “Em Brasília resolveram mandar uma pessoa que não sabe resolver as coisas e, além disso, ainda quer impor um autoritarismo”, completou.
A Ansefe-Mao garantiu, aliás, que os problemas são transversais às dez unidades da Funai – Coordenação Técnica Local (CTL) – que estão no interior do Amazonas. “Há CTL nos municípios de Autazes, Borba, Coari, Nova Olinda do Norte, Nhamundá, Manacapuru,Manicoré, Maués, Parintins e Oriximiná no Pará e todos estão mal administrados”, afirmou Vítor Santana.
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