Ontem, o FMI foi bem claro: a fórmula da austeridade não chega para ultrapassar a crise. Segundo os estudos que fez, concluiu que em excesso, a receita apenas piora a situação, adiando ainda mais a retoma económica. A obsessão com o controlo dos défices deve, portanto, ser refreada porque, no momento, o que é prioritário é pôr a Zona Euro de novo a crescer.
Poucas horas depois, Passos Coelho insistia no caminho inverso e tornava pública mais uma medida brutal, naquela lógica de detonar uma bomba por dia sobre a cabeça dos portugueses, que se tornou cunho de governação nas últimas semanas. Hoje percebe-se que, mais uma vez, o 'bom aluno' não fez senão reproduzir o exemplo-mestre: assim que o dia amanheceu, Berlim faz saber que Merkel vai ignorar a advertência do FMI e que a Alemanha defenderá a continuação da política de austeridade na Europa e a rejeição de programas de apoio à conjuntura na conferência anual do FMI, este fim-de-semana, em Washington.
Leio no Jornal de Negócios:
"Não vamos ceder a pressões para implementar programas de apoio à conjuntura, vamos lembrar aos nossos parceiros os compromissos internacionais que assumiram no sentido de reduzir os défices estruturais a metade e estabilizar as dívidas públicas", adiantou a mesma fonte governamental em Berlim..
Ao contrário do que defendem numerosos especialistas europeus e norte-americanos, por exemplo, o executivo liderado por Angela Merkel não vê necessidade de aumentar a despesa pública na Zona Euro para fomentar o crescimento. Na apresentação das suas previsões da primavera, na terça-feira, o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu para o risco de o excesso de austeridade impedir a retoma das economias de alguns países.
Cf. também:
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