Foi hoje apresentado em Lisboa o Observatório sobre Crises e Alternativas (OCA) que será coordenado pelo ex-líder da central sindical CGTP, Carvalho da Silva, uma iniciativa promovida pelo Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, dirigido por Boaventura Sousa Santos, em colaboração com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A apresentação pública do OCA incluiu o lançamento do "Dicionário da Crise", elaborado por investigadores do CES, e uma conferência em que participaram Boaventura Sousa Santos, Carvalho da Silva e Raymond Torres, director do Instituto de Estudos Laborais da OIT.
O objectivo do novo Observatório é a procura de "saídas alternativas" para a actual crise, contrariando a ideia de que existe uma única solução: "mais austeridade".
De acordo com a nota de divulgação:
O OCA trabalhará em torno de três eixos temáticos principais: a governação e a democracia; o estudo das dinâmicas no mundo do trabalho; as relações entre finança e economia e o modo como afectam a vida das famílias, a actividade das empresas e a evolução da economia portuguesa.
O Observatório, que inicia de imediato a sua atividade, irá promover a realização regular de seminários, conferências e ações de formação, a edição de estudos temáticos, em resultado da investigação desenvolvida, e a produção de um relatório anual sobre a situação em Portugal.
Leio na Agência Lusa:
"Era importante abrir uma janela na área das crises e das alternativas", disse Boaventura Sousa Santos. "Domina em Portugal, neste momento, um certo pensamento único acerca da leitura da crise, que normalmente se concebe como uma crise sistémica, mas onde Portugal e os portugueses têm uma grande dose de culpa, por 'viveram acima das suas posses', como se ouve frequentemente", disse.
Na sua opinião, "desse diagnóstico, resulta sempre a mesma solução, que não tem alternativas", que passa por "mais austeridade, consolidação orçamental, cortes sociais e redução de custo salariais", tendo em vista o aumento da competitividade. "Mas esta política não é a única política possível", defendeu Boaventura Sousa Santos. O OCA pretende fazer "uma leitura alternativa dos dados" sobre a crise e, ao mesmo, tempo, promover "uma análise de conjuntura", adiantou.
Na sua opinião, “desse diagnóstico, resulta sempre a mesma solução, que não tem alternativas”, que passa por “mais austeridade, consolidação orçamental, cortes sociais e redução de custo salariais”, tendo em vista o aumento da competitividade. “Mas esta política não é a única possível”, defendeu.
Boaventura Sousa Santos lembrou a importância de “algumas alternativas que são discutidas internacionalmente”, mesmo noutros países da União Europeia, mas que, “muitas vezes, não são escutadas, mencionadas ou discutidas” em Portugal. Uma situação que, segundo afirma, deverá ser ultrapassada pelo Observatório, “usando o conhecimento científico e a experiência internacional e da Europa”.
A este propósito, vale ver a entrevista de Boaventura Sousa Santos, no final da semana passada, à Maria Flor Pedroso, da Antena 1 e ler o artigo do Público: pdf ou versão html.
Mais informação: aqui.
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