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Reabriu a Maloca Intercomunitária Indígena

Posted: 1 de abr. de 2012 | Publicada por por AMC | Etiquetas:

Numa cerimónia que reuniu estudantes das escolas das redes pública e privada de ensino, além de indígenas, o Governo do Amazonas e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) reabriram ontem, a Maloca Intercomunitária Indígena. A iniciativa integra as comemorações do aniversário de 17 anos do Bosque da Ciência, completados neste domingo, dia 1º. de Abril.
A maloca foi construída em Outubro de 2006, numa área correspondente a oito metros quadrados e com espaço permanente no Bosque da Ciência. Desde lá, também tem sido referência em manifestações culturais e exposição de produtos artesanais indígenas, como cestaria, miniaturas, brincos, colares e outros.
As organizações indígenas que se revezaram no trabalho de reforma e que estão com produtos na maloca localizada no Inpa são: Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn), Associação das Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (Amism), Associação Wotchimaucü, Associação das Artesãs Poteriharã (APN), Associação Bayaruá e Associação Kotiria, do povo Wanana.


A reabertura da maloca foi realizada com as presenças do secretário em exercício da Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), José Mário Mura; do presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Luiz Castro (PPS); e do diretor em exercício do Inpa, Estevão Monteiro. “É um espaço de suma importância na questão de geração de renda para as comunidades, que também serve de referência para o gringo e de divulgação do trabalho realizado pelos próprios povos indígenas”, destacou José Mário. Ele apontou a parceria da Seind com o Inpa, como fator positivo na aproximação das ciências tradicionais indígenas e não indígenas.
Para Estevão Monteiro, o trabalho realizado na maloca vai além da integração dos povos indígenas com a sociedade em geral. “É uma prova de que o conhecimento tradicional precisa ser cada vez mais reconhecido”, disse o diretor.
Coordenada pela Seind e em ritmo de puxirum (termo indígena que significa trabalho comunitário), a reforma começou no último mês de dezembro e terminou na segunda quinzena de março.
Além das manifestações culturais, os indígenas começaram a retomar a exposição de artesanato, com o objetivo de fortalecer organizações como a de dona Deulinda Prado, 71, do povo Dessano. Oriunda de São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus), ela foi a primeira coordenadora da Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (Amarn). Entidade completou 25 anos no último dia 27 e é formada por 49 associadas. Desse total, aproximadamente 20 delas trabalham com o artesanato que é exposto na maloca.
Entre os produtos mais procurados estão os cestos feitos com palhas de arumã e os colares de tucum. Os preços variam de cinco a 30 reais. “Tudo que é arrecadado é contabilizado pela própria Amarn e o benefício chega até os indígenas do rio Negro, pois eles nos fornecem a matéria-prima”, observou Deulinda.
A estudante Cristiana Pontes, 16, aproveitou a presença na maloca para presentear a colega de sala Ana Cristina, que comemorou aniversário na última terça-feira. “Estou dando esse brinco para ela, que tem um toque diferente do que a gente costuma ver por aí”, elogiou a aluna, que cursa o terceiro ano do ensino médio no colégio Santa Dorotéia.

Local: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), à avenida André Araújo, 2936 - Aleixo.

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