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Visita oficial de Dilma aos EUA

Posted: 10 de abr. de 2012 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , , ,


Uma agenda movimentada onde consta o périplo por diversos locais, uma reunião de duas horas a sós com Obama, sem direito a jantar oficial, uma colectiva de imprensa no regresso ao hotel, assim têm sido passadas as horas de Dilma na primeira visita oficial aos EUA. Um tempo movimentado onde tem havido espaço para tudo: manifestações de protesto à espera, em solidariedade com os povos indígenas e contra os atropelos ambientais da política brasileira, com especial enfoque na violência na Amazônia, o novo Código Florestal e Belo Monte; reuniões com empresários, celebração de vários acordos comerciais e tentativa de captação de novos investimentos; visita a universidades e prioridade ao intercâmbio educacional e tecnológico; críticas ao proteccionismo e `gestão mundial da crise financeira; negociação de vistos para brasileiros e estreitamento de relações diplomáticas; operação de charme com vista à Rio+20, afirmação do modelo de desenvolvimento brasileiro e dos programas de combate à pobreza
[ACTUALIZAÇÃO]

Declaração à imprensa concedida por Dilma e Obama no final do encontro na Casa Branca:
via TVNBR

EM ACTUALIZAÇÃO: para ler clicando no link em baixo.


Nos EUA, Dilma ataca política protecionista dos países ricos


Dilma incluiu em suas críticas a atuação de economias avançadas com 'superávit fiscal', em uma referência indireta à Alemanha, mas não as detalhou
Ao lado do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a presidente Dilma Rousseff atacou nesta segunda-feira, 9, o impacto sobre o valor das moedas e o crescimento das economias emergentes da política monetária expansionista adotada pelo Federal Reserve, o banco central americano, e de medidas protecionistas. "Essas políticas monetárias, solitárias no que se refere às políticas fiscais, levam à valorização das moedas dos países emergentes, levando ao comprometimento do crescimento dos países emergentes", afirmou ela, ao final de uma hora e meia de conversa, no Salão Oval da Casa Branca.
Dilma incluiu em suas críticas a atuação de economias avançadas com "superávit fiscal", em uma referência indireta à Alemanha. Mas não as detalhou. Preferiu concentrar-se nos desequilíbrios gerados por duas iniciativas do Fed de expandir o volume de dólares na economia americana como meio de estimular a atividade. Uma delas está em vigor até meados deste ano. Esse volume tem sido deslocado para economias emergentes com maior potencial de retorno, como a brasileira, e provocado a valorização do real. A consequência é a redução da competitividade do produto brasileiro no exterior e o barateamento de bens importados.
A presidente mencionou a presença desse tema na reunião de cúpula das Américas, nos próximos dias 14 e 15 em Cartagena (Colômbia). Insistiu que essa conjuntura está afetando os países latino-americanos e advertiu para o fato de o crescimento econômico regional depender do fortalecimento do seu mercado interno e da inclusão social das camadas mais pobres. Para ela, será imprescindível impedir que "medidas protecionistas, principalmente as ligadas ao câmbio, nos afetem".
O papel do crescimento dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da recuperação da economia americana para o desempenho mundial também foram destacados por Dilma. "A grande flexibilidade da economia americana, a sua liderança na área de Ciência, Tecnologia e inovação e as forças democráticas que fundam a Nação americana tornam os EUA são muito importantes na contenção da crise e na retomada, na prosperidade", afirmou. " Brics respondem hoje por uma parte expressiva do crescimento econômico (mundial). Mas é muito importante perceber que a retomada do crescimento (mundial) em médio prazo passa também pelo expressivo crescimento dos EUA", completou.
Barack Obama, declarou "ter sorte" por encontrar na presidente Dilma Rousseff uma "parceira". Logo depois de 1h30 de conversas no Salão Oval da Casa Branca, os dois líderes fizeram declarações para a imprensa - sem dar chances para perguntas - e concentraram-se sobretudo nas oportunidades de negócios oferecidas de lado a lado. Obama elogiou os "progressos do Brasil" nos governos de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e admitiu seu interesse em fazer dos EUA "um grande cliente" do País no campo da energia. Especialmente, em petróleo e gás. "Esperamos cooperar em uma ampla gama de projetos energéticos", afirmou Obama, sentado ao lado de Dilma.
Mais prolixa do que Obama, Dilma ressaltou o fato de o investimento direto produtivo (IED) do Brasil nos EUA hoje alcançar 40% do americano no mercado brasileiro. "A relação entre Brasil e EUA é muito importante para nós, tanto a bilateral como a multilateral", afirmou, ao expressar a necessidade de estreitar laços e de ampliar o investimento recíproco. "É do nosso mais alto interesse estreitar nossas parcerias em economia e em inovação (com os EUA)."
A presidente igualmente mencionou as oportunidades abertas pelo setor energético para as companhias americanas, como as fornecedoras de equipamentos e prestadoras de serviços. Salientou como outras áreas igualmente importantes a serem exploradas as de inovação tecnológica, de inovação, de segurança e de infraestrutura para a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016. link

Dilma cobra papel dos EUA contra 'políticas monetárias expansionistas'

Ela voltou a criticar o ‘tsunami monetário’, mas isentou a China, parceria de Brics, na questão

Na conversa de uma hora e meia com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Casa Branca, a presidente Dilma Rousseff cobrou nesta segunda-feira, 9, mais responsabilidade do colega no enfrentamento da crise econômica mundial e isentou a China das consequências pela desvalorização artificial de sua moeda. Embora reconheça a retomada americana como fundamental para a economia global a médio prazo, a brasileira condenou a tática do país para estimular o mercado interno em prejuízo dos demais - em especial, dos emergentes.
“Precisamos ter clareza de que a responsabilidade de todos nós, nesse processo de contenção da crise, de retomada (do crescimento) é compartilhada”, afirmou Dilma, em entrevista sem a presença de Obama, no hotel em que está hospedada. “Ninguém pode falar: ‘Não, eu não tenho responsabilidade, não tenho nada com isso. Não é bem assim.”
Dilma já havia adotado o tom crítico ao papel de seus anfitriões na economia global ainda na Casa Branca, logo após a conversa com Obama. “Essas políticas monetárias, solitárias no que se refere às políticas fiscais, levam à valorização das moedas dos países emergentes, levando ao comprometimento do crescimento desses países”, afirmou a presidente.
Na entrevista coletiva, depois de deixar a Casa Branca, Dilma insistiu na tese. “Apostar só em políticas monetárias expansionistas leva a um verdadeiro tsunami monetário”, afirmou, repetindo expressão usada desde o encontro com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em março. Naquela ocasião, a chanceler alemã rebateu a crítica, condenando “medidas protecionistas unilaterais”.
Na entrevista coletiva, Dilma chegou a usar uma expressão mineira (Joãozinho do passo certo) ao comentar as relações bilaterais entre os dois principais países do continente. A presidente afirmou que ninguém é dono da verdade e que o Brasil não tem apenas divergências com os Estados Unidos. “Não podemos acreditar - principalmente nós, as duas maiores democracias do continente -, que todo mundo é Joãozinho do passo certo. Nós não somos Joãozinho do passo certo, nem do passo errado.”
A crítica ao modo como os países europeus e os Estados Unidos têm lidado com a crise econômica global vem sendo citada por Dilma em cada encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do G20, grupo das economias avançadas e emergentes. Mas foi encorpada pelo apoio de todos os parceiros do Brasil na cúpula dos Brics, grupo do qual também fazem parte Rússia, Índia, China e África do Sul.
Isso explica em parte por que Dilma, embora tenha batido na tecla de que a resposta à instabilidade provocada pela manipulação cambial exige ação conjunta e imediata, eximiu a China desse processo. “Os Estados Unidos são um país diferente do resto do mundo. Eles emitem moeda”, argumentou Dilma, ao dizer que a contribuição da China seria diferente porque o país asiático atrelou sua moeda ao dólar.
A brasileira já havia dito ao colega americano que os efeitos da política monetária sobre a América Latina são uma preocupação na região, e o tema será tratado na Cúpula das Américas, no próximo fim de semana, em Cartagena (Colômbia).
Mais tarde, diante de empresários dos dois países, Dilma foi mais didática ao explicar o efeito das medidas monetárias dos EUA na valorização do real e exercitou seu estilo pragmático. “O governo brasileiro tem tomado e continuará tomando todas as medidas necessárias para neutralizar os efeitos nocivos do afrouxamento monetário dos países desenvolvidos”, afirmou a presidente, ao encerrar o seminário Parceria para o Século 21, promovido pela Câmara de Comércio dos EUA. “Nós temos reiterado que o Brasil repudia toda forma de protecionismo, especialmente essas medidas que se configuram como uma espécie de protecionismo cambial.”
Mesmo com as cobranças, a presidente afirmou que a conversa a portas fechadas com o americano, seguida de almoço na Casa Branca, foi “muito positiva”. E acentuou que a retomada da economia americana é imprescindível para a melhoria da perspectiva mundial a médio prazo.
Na parte pública do encontro, porém, nenhum dos dois líderes deu sinal de sincero entrosamento. Dilma mostrava-se tensa, com papéis à mão, e desconfortável. Falou à imprensa durante quase 21 minutos - três vezes mais que o tempo gasto por Obama em sua declaração. Por acordo entre o Palácio do Planalto e a Casa Branca, os jornalistas não puderam fazer perguntas. Por sua vez, nenhum dos presidentes tocou em temas sensíveis, como o pleito do Brasil por uma vaga no Conselho de Segurança da ONU.
No fim do dia, Dilma jantou na embaixada brasileira com personalidades como as ex-secretárias de Estado Madeleine Albright (Bill Clinton) e Condoleezza Rice (George W. Bush) e o ex-presidente Jimmy Carter. link

Dilma defende 'agenda do século 21', mas velhos temas ainda incomodam

A presidente Dilma Rousseff encerrou nesta segunda-feira à noite a primeira perna de sua visita de dois dias aos EUA, reunindo-se com empresários e com o presidente americano, Barack Obama, na capital, Washington.
A presidente dedicou praticamente toda sua programação pública a defender uma "agenda do século 21" entre Brasil e Estados Unidos. Mas não conseguiu evitar que os temas da velha política internacional continuassem presentes, como lembretes dos obstáculos para a relação bilateral.
No encontro de Dilma e Obama, tão importantes quanto os assuntos que foram discutidos são os que não foram sequer mencionados: o programa nuclear do Irã, a posição de Cuba na política continental e a vaga permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU.
Foi a própria Dilma quem disse a jornalistas, em uma entrevista no meio da tarde, que nenhum dos três temas - fontes de desconforto no passado - havia sido discutido na reunião de trabalho ou no almoço entre os dois líderes.

Agenda positiva
A agenda positiva de Dilma nos EUA se centrou na cooperação em áreas em que Brasil e Estados Unidos têm maior potencial de integração: aeroespacial, energia e biocombustível, defesa, atuação em segurança alimentar em terceiros países, entre outras.
Além dessas, a grande aposta desta visita são as possibilidades de parcerias nas áreas de educação, ciência e tecnologia - foco da continuação da viagem de Dilma nesta terça-feira em Boston.
Ela vai visitar as universidades de Harvard e a sede do Massachussets Institute of Technology, instituições que receberão bolsistas do programa Ciência Sem Fronteiras.
A iniciativa brasileira é complementada pelo programa 100.000 Strong (algo como, "Fortes como 100 mil"), que tem a ambição de levar 100 mil estudantes americanos a estudar na América Latina e Caribe dentro dos próximos dez anos, e receber nos EUA igual quantidade de bolsistas da região.
No plano empresarial, as iniciativas bilaterais têm por objetivo fortalecer a cooperação entre empresas, para que as brasileiras possam avançar em termos de inovação, absorvendo o ímpeto da "grande criatividade e grande competitividade" da economia americana, nas palavras da presidente.
Em sua conversa com os jornalistas, Dilma disse que tem com o presidente Barack Obama "uma relação de alta qualidade, muito sensível". Obama, que qualificou o antecessor de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva, de "o cara", já se encontrou três vezes com a colega brasileira como presidentes.
Ele foi ao Brasil em março do ano passado, quando Dilma tinha pouco tempo de governo - o que analistas consideraram um gesto importante.
"Foi a primeira vez que um diálogo entre os EUA e um país latino-americano começou com um presidente americano fazendo a primeira visita", resumiu o o diretor do Brazil Institute, do Woodrow Wilson Center, Paulo Sotero, em conversa com a BBC Brasil.
Na declaração à imprensa após a reunião na Casa Branca, Dilma lembrou daquela visita, quando teve a "oportunidade" de conhecer Michelle Obama e o resto da família.

Descompasso
Ternura à parte, como a própria Dilma lembrou, "temos muitos pontos de convergência, e muitos em que não convergimos em nossas posições".
"Representamos nações diferentes e não podemos acreditar que todo mundo é Joãozinho-do-passo certo, aquele que só anda no passo certo. Nós não somos Joãozinho-do-passo certo", disse Dilma, "nem errado".
Entre os temas em que os dois não acertaram o passo está Cuba. Respondendo a uma pergunta sobre se houve um pedido formal para a inclusão de Cuba na próxima Cúpula das Américas - a ilha está fora do evento no fim desta semana na Colômbia -, Dilma respondeu que o governo brasileiro havia, sim, levantado a questão.
"Houve uma constatação de que todos os países têm relação formal com Cuba, e que portanto esta era a última cúpula em que Cuba não participaria", afirmou Dilma.
Quando os jornalistas perguntaram o que Obama havia dito, Dilma respondeu: "Nada. Ele não respondeu nada, isso não é uma pergunta."
Se o tema de Cuba caiu no silêncio do interlocutor americano, a da vaga permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU nem sequer foi mencionada, disse Dilma, assim como o programa nuclear iraniano.
Mais cedo, em uma alusão ao papel brasileiro na estabilidade mundial, a secretária de Estado americano, Hillary Clinton, disse apenas que o Brasil "é um ator responsável".
Desde o início do governo Dilma, o Brasil passou a ter uma atuação de oposição menos frontal a propostas americanas de sanções nos fóruns internacionais e organizações multilaterais.
Em fevereiro deste ano, o país inclusive votou contra a repressão violenta a opositores por parte do regime sírio. A resolução aprovada por outros 136 países pede a renúncia de Bashar al-Assad.
Mas o apoio brasileiro para aí. Relatando a jornalistas que discutiu com Obama questões a respeito "do Oriente Médio e Norte da África", Dilma disse que "não temos posições coincidentes a esse respeito".
"O Brasil sempre prefere esforços diplomáticos determinados, no sentido de que a gente deve evitar sempre o conflito", resumiu a presidente.

Relação especial?
Tudo isto mostra que existem duas vias de relação entre o Brasil e os EUA: a agenda positiva abunda em prospectos de integração; a de discordância, não dá sinais de que possa mudar.
Analistas em Washington especulam se estes desentendimentos são a razão por que o governo americano não dedicou à presidente Dilma uma recepção de Estado, o que elevaria de vez a relação entre os dois países a "especial" - palavra que tem sido usada nas últimas semanas para descrevê-la.
Os EUA deram esse tratamento à Índia e à China, por exemplo, países com os quais dificilmente se pode falar em concordância de agendas. Analistas também apontaram que o premiê britânico David Cameron recebeu, semanas atrás, esse status - apesar de o Brasil ter recentemente ultrapassado a Grã-Bretanha como 6ª maior economia do mundo.
Há poucos indícios de que Dilma, pragmática e centrada nos resultados do seu trabalho, dê importância a questões deste tipo. Na declaração à imprensa, enquanto Obama fez um curto discurso diplomático, Dilma criticou o que chama de "protecionismo cambial" - as medidas de expansão monetária tomadas pelos países ricos que desvalorizam suas moedas, tornando suas exportações mais competitivas.
Um analista crê que, ao focar o relacionamento com os EUA nos aspectos positivos de cooperação e inovação, Dilma ajudará o país a se desenvolver. Crescendo, mais cedo ou mais tarde o país se tornará um ator indispensável no cenário internacional - tal e qual ocorreu com Índia e China.
É um pouco, ele admite, a estratégia do Lobo Zagallo à frente da seleção brasileira: "Vocês vão ter que me engolir". link

Obama diz que a relação Brasil-EUA nunca foi tão forte 

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou nesta segunda "ter sorte" por encontrar na presidente Dilma Rousseff uma "parceira". Logo depois de uma hora e meia de conversas no Salão Oval da Casa Branca, os dois líderes fizeram declarações para a imprensa - sem dar chances para perguntas - e concentraram-se sobretudo nas oportunidades de negócios oferecidas de lado a lado.
Obama elogiou os "progressos do Brasil" nos governos de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e admitiu seu interesse em fazer dos EUA "um grande cliente" do País no campo da energia. Especialmente, em petróleo e gás. "Esperamos cooperar em uma ampla gama de projetos energéticos", afirmou Obama, sentado ao lado de Dilma. "A relação bilateral nunca foi tão forte", completou.
Mais prolixa do que Obama, Dilma ressaltou o fato de o investimento direto produtivo do Brasil nos EUA hoje alcançar 40% do americano no mercado brasileiro. "A relação entre Brasil e Estados Unidos é muito importante para nós, tanto a bilateral como a multilateral", afirmou, ao expressar a necessidade de estreitar laços e de ampliar o investimento recíproco. "É do nosso mais alto interesse estreitar nossas parcerias em economia e em inovação (com os Estados Unidos)."
A presidente igualmente mencionou as oportunidades abertas pelo setor energético para as companhias americanas, como as fornecedoras de equipamentos e prestadoras de serviços. Salientou como outras áreas igualmente importantes a serem exploradas as de inovação tecnológica, de inovação, de segurança e de infraestrutura para a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016. link

Hillary Clinton conversa com António Patriota na Câmara de Comércio em Washington. foto:AFP
Hillary elogia liderança da 'senhora Rousseff'

A secretária de Estado norte-americano, Hillary Clinton, definiu o relacionamento dos EUA com o Brasil como "um dos mais promissores" no século 21. Hillary abriu nesta segunda o seminário "Brasil-Estados Unidos: Parceria para o Século 21", na Câmara de Comércio, antes do encontro entre Dilma e o presidente norte-americano, Barack Obama, na Casa Branca. Diante de mais de 300 empresários que lotaram o auditório da Câmara de Comércio e ao lado do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, Hillary elogiou a "liderança extraordinária" de Dilma, chamada por ela de "senhora Rousseff".
A secretária de Estado destacou o interesse do governo americano no programa brasileiro Ciência Sem Fronteiras, que concede bolsas de estudo para alunos no exterior, e disse estar "feliz" com a visita que Dilma fará amanhã (terça-feira) no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e à Universidade de Harvard, em Cambridge, na área metropolitana de Boston.
"O Brasil já é uma das maiores democracias do mundo e está se tornando também uma das maiores economias. Nossos países têm de ser parceiros e queremos isso. Só podemos ficar mais fortes trabalhando juntos. Eu aplaudo o compromisso da senhora Rousseff de acabar com a pobreza no Brasil", comentou Hillary.
Hillary estará em Brasília na próxima semana, para participar do encontro Open Government Partnership (Parceria para um Governo Aberto), no dia 17, no Palácio do Itamaraty. Antes, no dia 16, terá uma reunião com Dilma.

Vistos
Os Estados Unidos vão abrir dois novos consulados no Brasil, um em Belo Horizonte (MG) e outro em Porto Alegre (RS). O anúncio foi feito nesta segunda pela secretária de Estado. Atualmente, os EUA têm consulados em São Paulo, no Rio e em Recife, além de uma seção em Brasília, dentro da embaixada. Todos são cenários de filas para a concessão de vistos de entrada nos EUA.
"Abriremos dois novos consulados no Brasil, um em Belo Horizonte e outro em Porto Alegre. São exemplos de nossa relação ampla, tornando mais fáceis as viagens e derrubando barreiras, mas os avanços que queremos não serão garantidos nem por vistos nem por turismo. Queremos parcerias em ciência e tecnologia", insistiu Hillary. Ela disse, porém, que a relação bilateral desejada por seu país ultrapassa a questão dos vistos. Hillary não mencionou a negociação para eliminar a necessidade de visto aos brasileiros que ingressam nos EUA, mas há conversas adiantadas nesse sentido. link

EUA elogiam papel do Brasil, mas deixam Conselho de Segurança fora de pauta

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse nesta segunda-feira que o Brasil é um pais "responsável" na cena internacional, durante uma visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, na qual o tema de um assento permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU é um tema subjacente.
Em um evento da Câmara Americana de Comércio com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, em que ambos evitaram aludir à ambição brasileira em relação ao Conselho, Hillary Clinton reconheceu que o Brasil "está tendo um impacto crescente na estabilidade e na segurança global". "Enfrentamos desafios complexos na nossa região e além dela, e o Brasil é um ator responsável", afirmou.
O chanceler brasileiro também fez alusões elogiosas ao papel do Brasil na questão da paz e da segurança mundiais. "Os Estados Unidos continuarão a ser uma potência. Mas o Brasil também tem suas fortalezas", afirmou o ministro. "É a sexta maior economia do mundo, uma potência em energia e agricultura, um país com recursos naturais e uma mão-de-obra cada vez mais sofisticada, uma democracia vibrante e um agente de paz na região e em todo mundo."
Patriota disse que "talvez a vantagem competitiva única do Brasil nesse mundo emergente é que queremos ser um link construtivo e pacífico entre os diferentes polos (de um mundo multipolar)". "Nosso país acredita em diplomacia, igualdade, tolerância."

'Parceiros iguais'
Os jornalistas que cobrem a visita mantém os olhos e ouvidos abertos para qualquer menção, pelo lado americano, da ambição brasileira a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança.
Entretanto, mesmo analistas concordam que é improvável que os EUA expressem apoio a uma candidatura brasileira como apioaram, por exemplo, a Índia. O propósito da visita é estabelecer o que diplomatas brasileiros e americanos chamam de "parceria do século 21".
Em suas próprias palavras, analistas têm apontado que as relações entre Brasil e EUA são antigas e amplas, mas um tanto supérfluas. Inadvertidamente, a própria Hillary Clinton indicou isso ao dizer, com entusiasmo, que "há um tremendo potencial inexplorado em ambos nossos países". "Mal começamos a explorar maneiras de trabalhar e prosperar juntos", afirmou a secretária.

Sucesso inspirador
Hillary disse que o Brasil representa "uma história de sucesso inspiradora: uma economia dinâmica que elevou milhões de pessoas à classe média, um país que está ajudando a alimentar a economia global, que produz de tudo, desde commodities a tecnologia aeroespacial, e cujos bens e serviços têm tido maior demanda em todo o mundo".
"A proximidade que nós temos aqui no Hemisfério Ocidental de algumas das economias de crescimento mais rápido no mundo, e algumas das democracias mais vibrantes, é uma grande fortaleza", ponderou. "Queremos ser parceiros – parceiros em igualdade – em promover o crescimento sustentável, diversificado, marcado pela inovação, que resulte em progresso inclusive e de longo prazo."
O chanceler Antônio Patriota retribuiu o agrado afirmando que o Brasil aposta na recuperação da economia americana e lembrou que o Brasil investe nos EUA 40% do montante que os EUA investem no Brasil. "(Os EUA são) um país de recursos extraordinários, flexibilidade, instituições acadêmicas de alto nível, capacidade de se reinventar", afirmou. "O Brasil vê os Estados Unidos como um parceiro privilegiado."
Entretanto, Patriota chamou atenção para o déficit comercial do Brasil na balança bilateral. Hoje o Brasil é a sétima nação com o maior déficit com os EUA, ele disse.
"Em termos de exportação, voltamos ao estágio em que vendemos matérias-primas e compramos produtos industrializados. Isso é algo que precisamos ver seriamente e vamos ver."

via BBC

Cf. também:



Dilma e Obama trocam elogios e críticas veladas na Casa Branca

O presidente americano, Barack Obama, elogiou nesta segunda-feira a "forte" relação com o Brasil, mas declarou que esta pode ser mais intensa, ao receber pela primeira vez na Casa Branca sua colega Dilma Rousseff, que criticou a política monetária dos países desenvolvidos.
"A boa notícia é que a relação entre Brasil e Estados Unidos nunca foi tão forte, mas podemos fazer coisas mais ambiciosas", disse Obama à imprensa no Salão Oval.
"Temos que fazer importantes progressos em matéria energética", completou Obama, interessado em afastar seu país das importações de petróleo de países como a Venezuela.
Dilma criticou o fato de "as políticas monetárias dos países ricos levarem à desvalorização de suas moedas, colocando em perigo o crescimento dos países emergentes".
A presidente declarou ainda que os Estados Unidos podem ter um papel "muito importante", tanto "na contenção da crise" mundial como no impulso ao crescimento, e disse que países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (conhecidos como Brics) já contribuíram de forma "significativa" para o crescimento mundial.
Posteriormente, diante dos empresários da Câmara de Comércio americana, voltou a insistir: "se estes países preconizam políticas fiscais de contenção (...) serão políticas regressivas para esses países motores do crescimento" mundial.
"O Brasil repudia todas as formas de protecionismo, incluindo (...) o protecionismo cambial", completou.
A economia brasileira enfrenta uma apreciação de sua moeda frente ao dólar, alimentada pela política de taxa de juros zero aplicada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para combater os efeitos da crise de 2008.
Os dois governantes se reuniram durante uma hora e meia acompanhados de delegações ministeriais e passaram posteriormente a um almoço de trabalho restrito. Obama havia convidado Dilma a visitá-lo em Washington durante sua visita ao Brasil no ano passado.
Mas apesar de os dois presidentes terem concordado em intensificar a cooperação bilateral, os anúncios concretos foram modestos.
Os países divulgaram um novo memorando em matéria de cooperação aeronáutica, reafirmaram seu compromisso com um programa de intercâmbio estudantil e os Estados Unidos lembraram que facilitaram as condições de viagem para os turistas brasileiros.
Mais cedo, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, elogiou a primeira mulher presidente do Brasil em um ato realizado com empresários na Câmara do Comércio, no qual destacou a importância do Brasil no cenário internacional.
"O Brasil é um parceiro responsável", disse Hillary na presença de seu colega Antonio Patriota.
"Nossa região e o mundo enfrentam desafios complexos e precisamos do Brasil para resolvê-los", completou Hillary.
"Devido a seu poder crescente, o Brasil tem (diante de si) desafios complexos, os quais só poderá resolver com a ajuda de outras nações, como os Estados Unidos", completou Hillary.
"À medida que presenciamos a transformação para um mundo mais multipolar, o Brasil presta especial atenção a todos os pólos desta nova configuração", disse Patriota no mesmo fórum.
Mas "não temos privilegiado os novos pólos emergentes na comparação com os parceiros mais tradicionais", como os Estados Unidos, completou.
O governo de Dilma mantém a mesma linha de diplomacia ativa praticada por Luiz Inácio Lula da Silva, o que despertou certa irritação em Washington.
Sua resistência a novas sanções contra o Irã ou Síria e seu reconhecimento ao Estado palestino gerou decepção nos EUA, mas desde a visita de Obama ao Brasil, há um ano, as relações melhoraram gradualmente.
"Gostaríamos de ser um vínculo pacífico e construtivo entre todos os pólos", explicou Patriota.
Brasil e Estados Unidos mantêm, por outro lado, tensões comerciais, como o abrupto cancelamento há um mês por parte da Força Aérea Americana da compra de 20 aviões Super Tucano da Embraer, o que irritou o Brasil, que ainda estuda a compra de 36 aviões caça entre ofertas de Estados Unidos, França e Suécia.
A balança comercial entre os dois países, de 74 bilhões de dólares em 2011, foi deficitária em mais de 11 bilhões de dólares para o Brasil.
Dilma viajará na terça-feira a Boston para promover na universidade de Harvard e no Massachusetts Institute of Technology (MIT) um programa para formar brasileiros no exterior, retornando posteriormente ao Brasil.
Os dois presidentes voltarão a se reunir em poucos dias, desta vez na Cúpula das Américas, em Cartagena, no próximo fim de semana.

via AFP

Cf. também:

e ainda:




Na imprensa portuguesa:

Público: Em visita a Obama, Dilma critica expansão monetária dos países ricos
Jornal de Negócios: Dilma Rousseff procura cooperação científica nos EUA
Diário de Notícias:
Jornal de Notícias
Visão: Brasil/EUA: Dilma Rousseff protesta contra desequilíbro cambial


Em actualização: AQUI (EUA) e AQUI e AQUI (Brasil)

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