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Barroso critica governos que querem travar medidas sociais

Posted: 17 de nov. de 2012 | Publicada por por AMC | Etiquetas: , , , ,

Leio no Público:
O presidente da Comissão Europeia (CE), Durão Barroso, criticou hoje, sem os nomear, governos europeus que estão a travar, no debate do próximo orçamento europeu, medidas para apoiar trabalhadores desempregados e combater a pobreza.
“A verdade é que nas negociações actuais sobre o futuro orçamento, há alguns governos na Europa que querem cortar propostas que são essenciais de um ponto de vista de solidariedade social. (...) É isso que explica a indignação que já existe em muitas partes da Europa”, disse.
Entre os programas que estão a ser bloqueados por alguns governos, contam-se medidas para apoiar trabalhadores sem trabalho e sem subsídio de desemprego e para combater a pobreza.

É um facto. E lamentável, sim. Barroso tem razão. Só é pena que as críticas sapienciais que agora tece não venham acompanhadas de um imprescindível mea culpa. Por ter feito vista grossa a uma evidência para a qual muitos alertaram meses e anos a fio. Por ele próprio ter defendido exactamente o oposto até há bem pouco tempo. Por ter sido um dos principais responsáveis e defensores das políticas de austeridade cega prescritas aos países em maiores dificuldades económicas. Por se ter, no caso específico de Portugal, demarcado do sofrimento dos portugueses, referindo-se à situação económica do país com um desdém implacável, quase ameaçador, cobrando sacrifícios e gritando alto e bom som que em lugar de queixas estes deviam expiar a culpa, agradecer a oportunidade concedida pela "ajuda" da troika e sujeitar-se à dureza das condições impostas sem criar problemas.
Se começou a ver a luz, ainda bem. Mais vale tarde do que nunca. Mas a cambalhota, além de ser monumental, não deixa de ser cínica, de uma hipocrisia vira-casacas a que Barroso já nos habituou. Da mesma maneira que largou o cargo de primeiro-ministro às pressas para aceitar um pelouro na Europa e, uma vez lá chegado, passou a ter vergonha da pátria e a fazer de tudo para que se esquecessem que também é português, insurge-se agora de dedo em riste contra os insensíveis sociais com quem tem alinhado e pactuado desde o primeiro momento.

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