* foto de Alberto Frias
Em vez disso, a emissão acompanha o ministro Teixeira dos Santos e os deputados que o interpelam na sala principal do Parlamento. Poder-se-á argumentar pela maior importância em acompanhar o que de mais vai pelas restantes salas da casa, mas para além da hierarquização do interesse público ser sempre discutível, ao que se sabe os trabalhos não têm parado durante as audições da Comissão de Ética, Sociedade e Cultura. Como os deputados do PS fizeram questão de frisar à data do adiamento solicitado pelo director do Sol, não foram interrompidos sequer durante os três dias de luto nacional decretados em nome das vítimas na tragédia que, no último fim-de-semana, atingiu a Ilha da Madeira.
É uma pena que não se possa escutar, neste exacto momento e na íntegra, o que houve para perguntar a José António Saraiva e o que ele trouxe para responder. Como se sabia e percebeu depois, ao longo das audições que já tiveram lugar, o testemunho do director do jornal Sol poderia ser bastante esclarecedor. Mais que não seja porque é ele o responsável máximo pela equipa de jornalistas que traz em investigação o caso 'Face Oculta / Escutas Proíbidas'. Mais que não seja porque na qualidade de director do jornal é ele o responsável máximo pela polémica decisão editorial de publicar as escutas, ainda que violando a Lei, e de desobedecer à providência cautelar interposta por um dos escutados e aceite pelo tribunal, insistindo na sua publicação e fazendo o jornal sair para as bancas mesmo assim. E é bom não esquecer que foram estes factos, antes de quaisquer outros que depois vieram despoletados a reboque, que estão na origem das audições em curso na Comissão.
Ele há imponderáveis contra-tempos, dirão certamente uns. Ou providenciais coincidências, dirão outros. Eu limito-me a constatar algo mais óbvio: ele há ironias!
0 comentários:
Postar um comentário