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Sugestão de artes: a 1ª antológica de Joana Vasconcelos no Museu Berardo

Posted: 27 de fev. de 2010 | Publicada por AMC | Etiquetas: , ,

O Museu Berardo vai receber Sem Rede, a primeira exposição antológica da portuguesa Joana Vasconcelos. Para ver a partir de dia 1 de Março e até 18 de Maio.

Com um percurso iniciado em meados da década de 1990, Joana Vasconcelos afirmou-se como a mais importante artista da sua geração, com uma prolífica carreira crescentemente reconhecida tanto em Portugal como no estrangeiro. Cruzando tradição e modernidade, identidade e história e sublime e simbólico, a artista interpreta o mundo contemporâneo através de uma singular apropriação das mentalidades, imagens e objectos da sociedade de consumo. Esta exposição reúne, pela primeira vez, um número significativo de obras realizadas nos últimos 15 anos, assim traçando uma panorâmica da sua produção e constituindo uma oportunidade única para conhecer ou redescobrir o seu especial universo.

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O Museu Colecção Berardo apresenta “Sem Rede”, a primeira exposição antológica de Joana Vasconcelos, composta por cerca de 40 obras. Produzida pelo Museu Colecção Berardo e comissariada por Miguel Amado, “Sem Rede” reúne um número significativo de obras, assim traçando uma panorâmica da actividade de Joana Vasconcelos. A exposição foca a produção dos últimos 15 anos, compreendendo não só as principais obras de grande escala realizadas na última década, mas também diversas obras da década de 1990, muitas delas inéditas desde a sua apresentação original. “Sem Rede” constitui, pois, uma oportunidade única para conhecer ou redescobrir o extraordinário trabalho de Joana Vasconcelos.

Joana Vasconcelos interpreta o mundo moderno através de uma singular apropriação das mentalidades, mitologias e iconografias da sociedade de consumo. Inspirando-se no imaginário comum, analisa distintas problemáticas da vida social. Assim, sob um impulso alegórico e efeito derrisório, desconstrói os valores, hábitos e costumes da civilização ocidental para comentar a existência actual. Cruzando tradição e modernidade, inconsciente colectivo e história e sublime e simbólico, a artista equaciona a identidade, releve esta do género, da classe ou da nacionalidade. As suas obras combinam múltiplas referências culturais (desde movimentos artísticos a expressões correntes), objectos quotidianos com potencial sígnico (tais como espanadores, blisters de comprimidos, tampões higiénicos, utensílios domésticos, talheres de plástico ou panelas e respectivas tampas) e materiais e técnicas populares (como a azulejaria e as faianças Bordalo Pinheiro ou o tricô e o croché). Engenhosamente manipulados, estes elementos atenuam o seu sentido e compõem uma nova forma, cujo significado recontextualiza a realidade original e, assim, reflecte a experiência entrópica característica da condição contemporânea.

Como o próprio título da exposição sugere, “Sem Rede” explora a prática de Joana Vasconcelos sob uma perspectiva inovadora, desafiando as representações dominantes na crítica e no público acerca da sua produção e suscitando ao visitante uma intensa experiência estética. A exposição contempla obras icónicas como A Noiva (2001-05), o núcleo Coração Independente (2004-2006), Donzela (2007) e Cinderela (2007). Desdobra-se, ainda, por obras redesenhadas em função do espaço expositivo, como Contaminação (2008-2010) e Jardim do Éden (Labirinto) (2010). Finalmente, pontua-se com obras marcantes do início da sua carreira, como Flores do Meu Desejo (1996) ou o duo Sofá Aspirina (1997) e Cama Valium (1998), bem como com obras importantes na consolidação do seu percurso pouco conhecidas no nosso país, como Ponto de Encontro (2000), O Mundo a Seus Pés (2001) e Burka (2002). Para além do sentido possuído por cada obra, já em si plural, a inesperada e surpreendente relação que as obras estabelecem entre si ao longo da exposição gera múltiplos significados que recriam, como nunca, o especial universo de Joana Vasconcelos.



 fonte: The Berardo Collection

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