Leio no Ecosfera:
Portugal reduziu, entre 2005 e 2007, o peso ambiental que representa para o mundo. Mas, ainda assim, seriam necessários dois planetas e meio para suportar o estilo de vida dos portugueses, se toda a população mundial vivesse da mesma forma.
Estes dados constam do relatório Planeta Vivo 2010, apresentado ontem pela organização ambientalista internacional WWF. O relatório é publicado a cada dois anos e apresenta, entre outros dados, a "pegada ecológica" de cada país - uma estimativa da superfície terrestre necessária para suportar o nível de vida de uma população.
Segundo este cálculo, cada habitante de Portugal necessita de 4,47 hectares para obter os alimentos que consome, a água que bebe, para abrigar as construções que utiliza e para absorver o dióxido de carbono que lança para a atmosfera.
(...) Com o resultado de 2007, Portugal fica na 39.ª posição no ranking da pegada ecológica. Os Emirados Árabes Unidos estão em primeiro. Os Estados Unidos ficam em quinto. Timor-Leste está na 153.ª posição.
A biocapacidade de Portugal - a capacidade regenerativa dos seus recursos - é estimada em 1,3 hectares por pessoa, bem abaixo dos 4,5 hectares necessários para as necessidades actuais da população. Em 2005, a biocapacidade estava em 1,2 hectares.
A nível mundial, também há um défice entre o consumo da população e a capacidade de o sustentar indefinidamente. A organização não-governamental Global Footprint Network, responsável pelos cálculos da pegada ecológica, determina periodicamente em que dia a Terra já esgotou os recursos de que teoricamente dispunha num determinado ano. Em 2010, esta data foi 21 de Agosto. A partir desse dia, os recursos estão, em tese, a ser hipotecados ao futuro.
A pegada ecológica fornece uma imagem imediata da sustentabilidade de um país ou do planeta. Mas muitos especialistas criticam a sua forma de cálculo, que é fortemente influenciada pelas emissões de gases com efeito de estufa.
Do que trata o Relatório?
De uma forma geral, o Relatório Planeta Vivo descreve as alterações ao estado de conservação da biodiversidade do Planeta. Este estudo de referência, executado pela WWF em colaboração com a Zoological Society of London e a Global Footprint Network, acompanha os indicadores de biodiversidade ao longo de várias décadas para que, através da análise dos dados do passado e da sua evolução no tempo, se possam antecipar as tendências do futuro.
Desta análise resultam dois cenários que mostram como as escolhas que fazemos podem levar:
- ou a uma sociedade capaz de conviver e viver em harmonia com ecossistemas robustos;
- ou a um colapso desses ecossistemas como resultado de uma perda permanente da biodiversidade e da capacidade do planeta em sustentar os seus moradores, que somos todos nós!
O relatório Planeta Vivo é construído com base em dois indicadores:
- Índice Planeta Vivo, que espelha a saúde dos ecossistemas do Planeta;
- Pegada Ecológica, que traduz o grau da procura humana sobre estes ecossistemas.
Para consultar na íntegra:
Site oficial: WWF
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