A recuperação do mercado de trabalho está a ser mais lenta do que o crescimento económico, indica o último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que aponta para a existência de 205 milhões de desempregados em 2010.
Segundo as Tendências mundiais do emprego 2011, este número é praticamente idêntico ao do ano anterior, com a taxa de desemprego a manter-se nos 6,2 por cento, acima dos níveis pré-crise de 2007 (5,6 por cento).
A elevada taxa de desemprego contrasta, no entanto, com a recuperação económica evidenciada por indicadores como o Produto Interno Bruto (PIB), consumo privado, investimento bruto e trocas comerciais que ultrapassaram os níveis pré-crise em 2010.
“Muitas economias não estão a gerar suficientes oportunidades de trabalho para absorver o aumento da população em idade activa”, refere a OIT, destacando que o rácio que mede a capacidade de gerar emprego de um país ou região desceu de 61,7 por cento em 2007 para 61,2 em 2009, estimando-se que fique nos 61,1 por cento em 2010.
Em 64 países com dados disponíveis para o segundo trimestre de 2010, o número de países em que este rácio estava a descer era o dobro dos que tinham rácios a subir, acrescenta o relatório.
A taxa global de desemprego entre os jovens situou-se nos 12,6 por cento (77,7 milhões) em 2010, ligeiramente abaixo dos 12,8 por cento de 2009 (79,6 milhões), mas a OIT sublinha que os números não mostram o impacto real que a crise teve neste grupo etário.
Em 56 países analisados detectaram-se menos 1,7 milhões de jovens no mercado de trabalho do que seria expectável com base nas tendências de longo prazo, indicando que o desânimo aumentou: estes jovens desiludidos não entram nas estatísticas dos desempregados porque não estão activamente à procura de trabalho.
Depois da contracção de 2009, a economia global cresceu a um ritmo rápido de 4,8 por cento em 2010, e deve continuar a recuperar em 2011, mas de forma mais moderada (4,2 por cento).
Para 2011, a OIT antecipa uma taxa global de desemprego de 6,1 por cento, o que corresponde a 203,3 milhões de pessoas sem trabalho.
No entanto, devido à fragilidade do mercado de trabalho em muitos países, aos elevados níveis da dívida pública e às vulnerabilidades do sector financeiro e das famílias, a situação pode deteriorar-se.
publicado na Agência Lusa
Hoje, ao princípio da tarde, lia em O Público:
Para cobrir o seu défice de profissionais especializados e impulsionar o crescimento do seu mercado, a Alemanha pretende contratar jovens europeus de países com elevadas taxas de desemprego, particularmente Portugal e Espanha.
No entanto, outros países europeus podem vir a ser abrangidos: "No sul e no leste da Europa há muitos jovens desempregados que procuram urgentemente trabalho", disse o vice-presidente do grupo parlamentar da União Cristiano-Democrata (CDU), Michael Fuchs, citado pelo “Der Spiegel”.
O dirigente da União Social Cristã (CSU) da Baviera, Max Straubinger, citado pelo jornal alemão afirma que: "É melhor ir buscar força de trabalho à Europa do que ter de mudar de novo a lei de imigração para permitir a entrada de pessoas de outras regiões".
A Chanceler Alemã, Angela Merkel, mostrou-se a favor desta iniciativa, uma vez que a Alemanha precisa entre 500 mil a 800 mil novos jovens licenciados, disse o jornal espanhol El País. Este mercado poderá constituir uma oportunidade para os quase 50 mil jovens licenciados desempregados em Portugal.
A campanha para atrair jovens para o país está a ser preparada e deverá ser apresentada nos próximos dias.
Cf. também:
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