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Mercadante defende investimentos em Ciência e Tecnologia para a Amazônia

Posted: 24 de jan. de 2011 | Publicada por AMC | Etiquetas: , , ,


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Em visita a Manaus, nesta segunda-feira, 24 de janeiro, o novo ministro de Ciência e Tecnologia (MCT), Aloizio Mercadante, falou do desafio de aumentar a inovação tecnológica na Amazônia, região que, segundo ele, recebe apenas 2,5% de todo o investimento em ciência e tecnologia no Brasil. Apesar de certas conquistas na área, durante a coletiva no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Mercadante reconheceu: "Estamos muito longe do que é necessário".
Para Mercadante, a prioridade do Governo Federal quanto à atividade científica na Amazônia deve ser ampliar o setor de recursos humanos. O próprio ministro apresentou dados alarmantes. Segundo ele, a Amazônia possui apenas sete profissionais especializados em catalogar árvores nativas.
De acordo com o ministro, este processo de ampliação de pesquisadores começou no governo Lula, quando o Amazonas saltou de 14 para 40 cursos de Doutorado. Questionado sobre o baixo desempenho destes cursos, a exemplo do Doutorado da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) que recebeu nota 1,8 na avaliação do Ministério de Educação (MEC), o ex-senado argumenta que, agora, é hora de consolidar o segmento. O ministro não fez muitas promessas de aumento de investimento, mas disse que dará mais atenção à região.
"O processo de consolidação se dá ao longo dos tempos. Você não pode esperar que um curso de doutorado com 1 ano ou 2 anos possa ter um padrão de desempenho igual ao Inpa", fala o ministro. "Mas nós vamos olhar exatamente para que possa ter. Dar mais apoio, mais incentivo, junto com o MEC".

"Descompasso"

Mercadante apresentou outro dado preocupante durante a coletiva. Apesar de o Amazonas contribuir com 8% do PIB brasileiro, afirma o ministro, o Estado recebe apenas 2,5% dos incentivos ao conhecimento científico.
O diretor do Inpa, Adalberto Luís Val, que esteve ao lado de Mercadante no evento, classifica esta diferença como um "descompasso". Ainda assim, o titular do instituto diz que, mais do que verba, a região precisa criar um modelo de fixação de recursos humanos. Val também defendeu a consolidação do segmento.
"Esse 'descompasso' não vai ser vencido com a ampliação direta do investimento, na realidade, nós precisamos construir o momento para poder ter esse investimento. Ou seja, o ponto crucial é o recursos humanos".

Capital privado

Durante a coletiva, o ministro procurou chamar a atenção para a participação das empresas privadas na produção científica. De acordo com Mercadante, dos 2,5% do país investido nas pesquisas, o capital privado representa menos de 0,5%.
Para o ministro, este dado é insustentável, tendo em vista que as empresas instaladas no Pólo Industrial de Manaus (PIM) ganham benefícios, mas não aplicam na própria região.
Visando contornar este problema, Mercadante afirma que conversou com a superintendente da Suframa, Flávia Grosso, na manhã desta segunda. O objetivo da conversa, segundo Mercadante, era que a gestora procurasse sensibilizar os empresários locais para que fosse formado um mercado tecnológico no estado.
"As empresas que estão aqui (no PIM) com incentivo fiscal, com negócios que já somam 35 bilhões de dólares, precisam investir mais em pesquisa e desenvolvimento no Brasil para gerar mais mercado de pesquisadores, mais conhecimento, mais inovação", disse.

O Amazonas no sistema nacional

Ainda na coletiva, Mercadante falou sobre o Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais.
De acordo com ele, o Amazonas terá papel fundamental no sistema. Conforme o ministro, os 11 radares usados pela Aeronáutica para monitorar a Amazônia Legal serão interligados com os radares do restante do Brasil para melhorar a previsão climática nacional.
Além disso, Mercadante também destacou o trabalho do Serviço Geológico Brasileiro - CPRM, instalado em Manaus. O ministro classificou a instituição como "eficiente" e disse que eles serão essenciais no combate à inundações.
"O país tem que dar um olhar diferenciado para a Amazônia", disse.

publicado no jornal D24am

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