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"O discreto veto do PT a Marina Silva"

Posted: 23 de jan. de 2011 | Publicada por AMC | Etiquetas: , ,

Leio no Correio Braziliense:

A menos de 10 dias de concluir o mandato, a senadora Marina Silva (PV-AC) tem tido dificuldade para consolidar posição de interlocutora entre entidades ligadas às causas ambientais e o governo de Dilma Rousseff (PT). Nos últimos dias, a acriana tentou conversar com autoridades do primeiro escalão sobre as enchentes no Rio de Janeiro, mas não foi atendida por nenhuma delas. Marina pretendia opinar sobre gestão ambiental e ressaltar a importância de instalação do sistema de alerta nas cidades brasileiras. Nem o ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, nem o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, atenderam aos telefonemas.
A boa interlocução de Marina com o poder era considerada certa por especialistas e políticos ao fazerem previsões sobre o futuro da senadora. A avaliação era de que ela ocuparia posição de destaque nas discussões ambientais, visto que os quase 20 milhões de votos recebidos na disputa presidencial sinalizaram o sucesso da estratégia de ligar sua imagem ao tema. As convicções sobre esse poder de diálogo da senadora com a cúpula do governo foram reduzidas por razões óbvias para o mundo político. É que tanto a presidente eleita quanto políticos que apoiaram Dilma não digeriram a neutralidade da senadora no segundo turno. Além disso, a ideia de que Marina vai trabalhar nos próximos anos para consolidar seu nome para uma nova disputa à Presidência reduz ainda mais a disposição dos ministros para ouvir e discutir temas ambientais com a atual senadora.
Para se manter em evidência até 2014, Marina prepara uma atuação ampla no terceiro setor. Ela deixa o Senado em fevereiro e retoma o "trabalho na sociedade", como costuma dizer, na Presidência do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS). Há a possibilidade de a senadora fundar um instituto com o próprio nome " uma forma de capitalizar o prestígio e consolidar apoios que recebeu na corrida presidencial.

Recursos
Dinheiro não vai faltar para as empreitadas: a senadora é referência para grandes empresários que organizaram uma rede de defesa da sustentabilidade. É o caso do dono da Natura, Guilherme Leal, que depende do discurso da sustentabilidade para o avanço dos negócios. Guilherme foi vice de Marina e principal financiador da campanha.
Com os evangélicos, a líder do PV aposta no fortalecimento das entidades e dos movimentos criados dentro das igrejas pentecostais. Marina é idealizadora do Jubileu da Terra, que aplica conceitos de sustentabilidade ao discurso bíblico e leva a defesa do meio ambiente para o cotidiano das igrejas.
Pertencente à Assembleia de Deus desde 1997, a senadora obteve votação expressiva dos evangélicos. Quer ampliar esse desempenho numa eventual nova disputa, em 2014.

[ACTUALIZADA]

Esclarecimento público publicado no blog da Marina
O Correio Braziliense, na edição do dia 23 passado, cometeu um equívoco, na matéria intitulada “O discreto veto do PT a Marina Silva”. (...) Por uma questão de justiça e respeito aos dois ministros, a senadora pede que esse jornal informe aos seus leitores que ambos retornaram as ligações feitas por ela no dia 20 passado e se mostraram interessados em suas argumentações e proposições sobre a questão.
Marina Silva tem deixado claro sua disposição de continuar atuando junto com a sociedade, não só sobre as questões ambientais, como sobre qualquer tema de interesse social, mesmo depois que terminar o seu mandato no Senado. Foi de acordo com esse compromisso e com base na experiência do plano nacional de prevenção e controle do desmatamento, iniciado em sua gestão no Ministério do Meio Ambiente, que ela sugeriu o plano nacional de prevenção e enfrentamento de desastres ambientais. Por isso a senadora se dispôs – como se disporá sempre que preciso, a conversar com as autoridades dos diversos níveis de Governo e com todos os segmentos da sociedade envolvidos em temas de interesse do País.

Cf também:

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