Como podem os funcioários públicos ir trabalhar se foi o Governo que fechou portas e decretou mini-férias?

Novamente a propósito disto e disto, e pegando na reacção dos próprios sindicatos da função pública: duas notas. A primeira, mesmo que a sua leitura seja correcta, convém não esquecer a ligação partidária de Bettencourt Picanço ao PSD, via TSD, quando afirma que a tolerância de ponto concedida pelo Governo é uma «decisão populista». Seja como for, e aqui entra a segunda nota, Nobre dos Santos não deixa de ter razão quando lembra: «somos os primeiros a pagar em tudo e portanto não vale a pena estarem a utilizarem-nos como bodes expiatórios contra a produtividade e competitividade do país».
Em boa verdade, convenhamos, se o Estado decide fechar as portas e decretar mini-férias, espera-se o quê? Que os funcionários públicos - em countdown para os despedimentos em massa que se avizinham e que, muito provavelmente, também não concordam que em época de austeridade o Governo se preocupe mais com «a tradição» das suas pontes do que com o 'hábito' dos seus salários ao final do mês - invadam os edifícios para ocupar o seu posto de trabalho, como compete diariamente à normal rotina do país?