Rio de Janeiro visto do Hotel InterContinental. foto: Alexandre Campbell
O desenvolvimento de uma economia verde já começa a esboçar iniciativas, especialmente nos países emergentes com destaque para o Brasil, afirmou Achim Steiner, director-executivo do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (Pnua).
“Nesta transição para as economias verdes, os emergentes procuram encontrar o seu lugar no mercado”, disse Achim Steiner à margem do Fórum Económico Mundial da América Latina, que decorre no Rio de Janeiro. Estão presentes cerca de 700 líderes globais e regionais para discutir os rumos da economia regional na próxima década.
“O Brasil é um país interessante e pioneiro na transição [para um modelo económico verde]. Se olharmos para o Brasil nas questões ambientais e de sustentabilidade, vemos um país com abordagens pioneiras. A importância das políticas ambientais na administração do Brasil tem crescido enormemente”, salientou Steiner. Esse processo, acrescentou, dura há 20 anos, com destaque para investimentos em energias renováveis, etanol, legislação de cunho ambiental e ênfase na redução da desflorestação da Amazónia.
Após um período de dificuldades financeiras, Steiner considera que este é o momento de construir um sistema de economia mais estável que inclua as alterações climáticas, a segurança alimentar e segurança energética.
“A crise financeira ficou para trás. Mas, no fundo, já é o começo de outra porque estamos a viver num período em que os preços dos alimentos estão a flutuar com extremas variações especulativas”, sublinhou.
As economias emergentes dos chamados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) têm-se distinguido nas negociações internacionais e redireccionado as suas decisões políticas, nos últimos cinco anos, ponderou Steiner. “Se olharmos para as decisões políticas tomadas pelos emergentes sobre questões climáticas há uma mudança fundamental, especialmente no interesse destes países em fazer investimentos em eficiência energética, diversificação de energias renováveis e em novas tecnologias. A economia global está a caminhar para uma economia verde”, estimou.
No sentido de caminhar para uma economia verde, a Rio+20, a Conferência da ONU em Desenvolvimento Sustentável, marcada para Maio de 2012, no Rio de Janeiro, será uma oportunidade de repensar o desenvolvimento sustentável. “A Rio+20 vai ser uma oportunidade de celebrar 1992 quando definimos o paradigma sustentável. O que fizemos depois foi uma experiência. Mas o que o mundo ainda não conseguiu fazer foi transformar em realidade a mudança de paradigma”, analisou Steiner.
publicado na Agência Lusa
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